Um novo dia começou, eu ia sair com o meu grupo, já há muito tempo que não nos reunia-mos.
Sai de casa e eles já estavam à porta à minha espera.
Cheguei à beira deles e deparei-me com um rapaz de olhos castanho caramelo e de cabelo perfeitamente bem cortado com um bronzeado incrivelmente natural que me encarava de volta.
-Enzo? O que é que ele está a fazer aqui?- segredei com a Matilde.
- Ele voltou uma semana mais cedo de Espanha é por isso que combinamos esta saída, para celebrar.
-Está bem.- disse tentando disfarçar o espanto.
- Não há problema pois não? Quer dizer afinal estás com o Diogo, o Enzo já não te desperta nada,pois não?- perguntou, tentando me pôr à prova.
-Claro que não.- menti para mim própria. Pensei que quando o voltasse a ver me seria indiferente mas estava enganada. Não devia ser assim, quer dizer eu estava feliz tinha um namorado de sonho, no entanto ali estava eu vidrada num rapaz com quem nunca tido nada de concreto, estranhamente não o podia evitar.
Cumprimentei-o como era meu dever, afinal ele era um elemento do nosso grupo não o podia ignorar, ia causar mau ambiente.
Fomos passear e entretanto o Lourenço vira-de para mim e disse:
- Então ouvi dizer que tens namorado.
- É verdade.- limitei-me a concordar. Aquela situação era impossível eu já o tinha esquecido... Ou não ?
A conversa terminou por ali não havia muito que falar sobre aquele assunto.
Estávamos no parque e eu decidi ir buscar um gelado ao café em frente.
-Um corneto de morango, por favor.
Paguei e quando me voltei um vulto alto estava à minha frente, era o Enzo.
-Porquê?
-Porquê o quê?- retorqui.
-Porquê que abandonas-te o que nós tínhamos?
Espantei-me, agora é que ele confessava alguma coisa? Passado tanto tempo é que ele dá algum sinal credivel? Era demasiado tarde.
-Como assim. Nós não tínhamos nada.
Assentiu.
-Eu gosto de ti Jess e nao finjas que nao sentes o mesmo, posso ja ir tarde, mas e so dizeres que sim, que ficas comigo.- aproximou-se de mim e pela primeira vez perdeu a postura de forte e aparentou ser vulnerável, os seus olhos fixavam nos meus como na primeira vez que nos encaramos, naquele jogo do telefone, e eu senti, tudo o que vivemos a voltar em flash, Deus sabe como eu gostava dele. Decidido, colocou as mãos em volta da minha cintura e encostou o seu queixo no meu, eu podia sentir, podia finalmente sentir o que imaginei durante tanto tempo, os seus labios colados nos meus, bastava dar um passo em frente, mas nao o fiz. Nao ia trair o Diogo. Alem disso o que o Diogo e eu tinhamos era real e era seguro, afinal ele amava-me e eu sabia que nunca me iria magoar, mas o Enzo? Ah! o Enzo era muito complicado e nos podiamos dar errado, eu podia sair magoada, definitivamente eu nao ia arriscar. Afastei-o com um empurrao e fui-me embora, ele nao me seguiu.E ai se foi , nesse momento eu perdi para sempre o que poderia ter sido o amor da minha vida, nao havia volta a dar, deixei escaper a paixao avassaladora que eu tanto procurei, o rapaz com que sempre sonhei, com quem podia ter vivido tantos momentos. Foi a minha decisao, correta ou errada, foi o que eu escolhi, tinha de me agarrar ao que era real e nao a uma mera expectativa. De certeza que no dia a seguir ja estava a fazer o mesmo com outra, assim me convenci.
Foi um erro.
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Silêncio Fatal
RomanceNo que diz respeito ao amor, um olhar, uma brincadeira, uma palavra, um simples abraço , emfim... Tudo tem significado e nenhuma ação passa despercebida. O amor é um conflito provocado pelo destino e resolvido por escolhas. Essa é a conclusão que Je...