Hot Hell

Actually, I was worried all this time

9:30. Marcam os ponteiros do relógio no quarto de Catherine. Ela olha para o mesmo enquanto a pequena melodia toca. É algo que a rapariga fez durante a noite inteira. Não conseguira adormecer devido à preocupação que tinha sobre a Daisy. Ainda não teve nenhuma notícia sobre a amiga e isso deixa-a impaciente.
Levanta-se da cama e, com o seu pijama vestido, sai do quarto sem destino predestinado. A esperança de encontrar a amiga era grande.
Vai à porta do quarto da bruxa e bate. Sem resposta. Abriu-a mas não viu ninguém na divisão. Volta a fechar a porta e agora sim, não tinha onde a encontrar. O castelo é muito grande e Daisy pode estar em qualquer sítio, por isso, a esperança começa a diminuir.
Sentia um aperto no coração, como se soubesse que a amiga estivesse... Mal?
A bruxa ficou sozinha com Satanás e Peyton. Um é diabo e o outro é vampiro, os dois juntos contra uma rapariga frágil como a amiga, não a deixava sossegada. Mas a grande pergunta que martelava na cabeça de Catherine era: "Porquê que me mandaram sair?"
Era, aliás, uma pergunta lógica. Se Satanás queria falar com as duas, porquê que mandou a humana abandonar a sala?
Catherine olha pela enorme janela do largo corredor e vê que iria chover não tardava muito. Ultimamente os dias têm estado "tristes". O sol pouco se mostra e faz com que as pessoas não se queiram mostrar também.
Os seus passos ecoavam pelo mesmo, eram os únicos que se ouviam. Por incrível que pareça, aos supostos "domingos" (pois neste mundo têm um nome completamente diferente cujo o qual as humanas não sabem dizer), ninguém acorda antes da uma da tarde, ou se acorda permanece no quarto até chegar ao momento.

Estava sozinha, nem sequer podia pedir ajuda a alguém, visto que seria muito atrevido da parte da humana incomodar seja quem fosse num horário tão estimado pelas criaturas residentes no hotel. Mas o seu isolamento não durou muito. Num dos vários cruzamentos que o claustro fazia, ainda a uma grande distância de Catherine, aparece uma figura. Não reconheceu quem era pois a luminosidade do dia não permitia, mas parecia ser alguém com estrutura larga.

Felizmente, ou talvez infelizmente, à medida que o espaço entre eles diminuía, a rapariga viu que não era apenas uma pessoa, mas sim duas, e uma delas estava no colo da outra completamente inconsciente. Essa pessoa era a sua amiga, Daisy, que era trazida por Peyton nos seus braços.

Assim que Catherine, entende o que se está a passar, arregalou os olhos e foi a correr até ao vampiro.

- O que lhe fizeste?!- perguntou num tom violento para o rapaz. Porém, este responde-lhe calmamente.

- Não lhe fiz nada.- ele olha para a rapariga nos seus braços.- Ela está bem, só tem de descansar.

Peyton passa pela humana para levar a bruxa para o seu quarto. Esta fica paralisada por uns segundos mas acaba por seguir o vampiro-mor.

- Peyton, se ela estivesse bem, não estaria nesse estado.- a humana segui-o com uma certa distância entre eles.

- Se eu digo que está tudo bem, é porque está.- diz sem olhar para a rapariga atrás de si.

- Mas eu quero saber o que se passou!- eleva a altura da sua voz e à medida que mais falava mais o volume aumentava.- Porque me mandaram sair? O que lhe fizeram para demorar a noite inteira e ela estar nesse estado?

- Podes falar mais baixo?-Peyton bruscamente vira o seu corpo para a Catherine, que a fez ir contra a amiga. A rapariga olha para o rosto do vampiro e a íris dos seus olhos estão vermelhas. Engoliu em seco. - Já viste que horas são? Nem sequer devias estar a andar pelo castelo a esta hora. Mas já que estás respeita o silêncio que é suposto haver. -Catherine assentiu e o rapaz voltou ao normal. - Eu falo contigo no quarto.

E foi o que aconteceu, quando chegaram Peyton colocou Daisy na cama e esperou que Catherine a aconchega-se nos lençóis. Quando terminou, o vampiro sentou-se no canto da cama enquanto a humana ficou sentada ao lado da amiga, no lado oposto a ele. Ele de costas para ela.