Primeiro Capítulo

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13 anos depois...

  - Merida, acorde querida, o seu café especial está pronto, não é todo dia que a gente faz 19 anos.

  Acordei e sentei na cama, minha vó sentou ao meu lado e me deu um beijo na testa.

  - Feliz aniversário querida.

  - Obrigada vovó.

  Ela levantou e saiu do meu quarto. Levantei, lavei o rosto, penteei meus cabelos castanhos e desci para a cozinha.

  Sentei a mesa e comi o meu café da manhã, então eu ouvi um lobo uivando.

  - Eu tenho que ir. - Levantei e abracei a minha vovó. - Até depois.

  - Mande uma abraço para ele. - disse minha vovó.

  Sai de casa e fui para a floresta. Cheguei no lago e vi o lobo negro deitado.

  - Olá Jack. - eu disse me sentando ao seu lado. Ele colocou a cabeça no meu colo e comecei a fazer carinho nele.
Jack era sem dúvida o meu melhor amigo, talvez o único para falar a verdade. As luzes douradas brilharam e Jack ficou me olhando.

  - Feliz aniversário. - ele disse.

  - Obrigada Jack.

  Ele levantou e ficou sentado do meu lado. Jack tinha cabelos negros cacheados e olho verdes marcantes.

  - O que vamos fazer hoje? - ele perguntou. - Podiamos ir até o vale das Ninfas ou poderiamos ir no pomar pegar umas amoras.

  - Vamos pegar algumas amoras.

  Levantamos e entramos na floresta. Como já estava de dia as fadas não estavam brilhando, mas se você ficasse bem quieto, você conseguiria ouvir os seus sussuros.

  Jack se transformou em lobo e fomos caminhando lado a lado. Quando chegamos no pomar, Jack se transformou em humano e começamos a colher umas amoras.

  - Elas estão azedas. - Comentou Jack.

  - Você tem razão. Talvez elas ainda não estão prontas para serem colhidas.

  Desistimos de colher amoras, mas ficamos deitados no chão observando o céu.

  - Jack.

  - Sim?

  - Onde está a sua família?

  - Eu não sei.

  - Você tem alguém?

  - Sim, eu tenho você.

  Olhei para ele e sorri.

  - Eu vou estar sempre aqui lobinho.

  Ele olhou para mim.

  - E eu vou estar sempre aqui menina.

  Ele pegou a minha mão e voltamos a olhar o céu.

  Um tempo depois nos levantamos e fomos embora, Jack me deixou na porta de casa. Eu entrei e ajudei a minha vó a fazer o café da tarde.

  Ela fez torta de pera e pãezinhos de cenora, os meus preferidos. Comemos juntas e conversamos sobre a nossa família.

  Eu nunca sai do Reino de Silver, mas gostaria muito de vizitar os outros reinos, principalmente o Reino de Soil, onde há humanos. Em toda a minha vida, eu só vi um humano, a minha vovó.

  Quando eu perguntava para ela por que não moravamos no Reino de Soil, ela falava que preferia o Reino de Silver, nunca deu mais explicações.

  - E a minha mãe?

  Vovó indiretou a postura e disse séria:


  - Ela morreu quando você nasceu.
 
  - E o meu pai?

  - Ele morreu pouco tempo depois.

  Ela se levantou e foi para o jardim. Subi para o meu quarto e pude jurar que eu ouvi a minha vó chorando. Eu não deveria falar dessas coisas, mas as vezes eu só queria entender mais a historia. Eu só queria que eles estivessem aqui, me desejando feliz aniversário e felizes...

  Olhei a floresta pela janela, tive a impressão de que ela não estava tão verde e radiante como sempre. Bem, deve ter sido só impressão.


O Despertar das FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora