Décimo Segundo Capítulo

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  Outra das melhores sensações já sentidas nessa viagem foi poder dormir até mais tarde, ou pelo menos depois do sol nascer.

  Levantei, tomei um belo café da manhã preparado por Margarida. Acabei lembrando da minha querida vovó, estava com tantas saudades dela. Se tudo der certo eu à haveria em breve.

  Margarida me deu um vestido vermelho e fiz um penteado no meu cabelo, eu parecia outra pessoa quando me olhava no espelho. O meu sorriso havia voltado ao seu devido lugar.

  Jack também estava com uma aparência notavelmente melhor. Seus olhos não estavam mais caidos e ele estava mais animado do que nunca. A vontade de salvar a floresta era o que fazia com que não desistissimos.

  Antes de partimos, insisti para Margarida que me deixasse ajudar em colher alguns legumes na horta, era a única coisa que eu poderia fazer para agradece-la depois de tudo o que ela fez por mim e por Jack. Ela me deu uma sexta e começamos a colher, enquanto Jack nos observava da janela da cozinha.

  As coisas entre eu e Jack estava começando a ficar um pouco estranhas. Trocavamos olhares e sorriamos um para o outro, mas era só isso. Não sei dizer se isso é bom ou ruim...

  Depois de ajudar na colheita, juntei nossas coisas e fomos até a porta. Margarida nos deu uns pedaços de pão caso sentissemos fome.

  - Muito obrigada por tudo Margarida. - Eu disse dando um abraço apertado nela - Espero voltar a ver você algum dia.

  - Eu tambem espero ver vocês de novo!

  - Tchau Margarida - Disse Jack a abraçando - Obrigada pela comida e pela hospedagem.

  - Magina Jack. Tentem mandar mensagens pelas sereias, ok?

  - Pode deixar que nos mandaremos. - disse Jack.

  Jack pegou as coisas e começamos a andar.

  - Jack! - gritou Margarida.

  Paramos e vimos Margarida vindo na direção de Jack. Ela ficou nas pontas dos pés e cochixou algo no seu ouvido, não pude conter uma pequena onde de ciúmes. Ela pegou a mão dele e deu para ele algo que não consegui ver o que era. Margarida se afastou, deu uma piscadela para mim e voltou para sua casa.

  Voltamos a caminhar. Olhei para Jack, que sorria consigo mesmo e tinha um toque de orgulho na sua expressão. Com essa jornada aprendi que eu adoro caminhar, assim posso observar todos os detalhes do mundo lá fora.

  - Por que você não está em forma de lobo? Não tem ninguem por perto.

  - Gosto do ficar assim. - Ele disse olhando para o chão.

  O orgulho no rosto de Jack havia sumido, agora uma leve preocupação ocupava seu lugar, como se uma avalanche de pensamentos estivesse a encher sua mente.

  A cada passo a torre ia se tornando cada vez mais monumental. Eu imaginava o Feiticeiro Maxswell um senhor ja de idade, com cabelos grisalhos e uma barba mediana, com rugas no rosto, roupas com tonalidades de marrom e cheiro de limão misurado com o de livros velhos.

  - Quanto tempo acha que vamos levar para chegar lá? - Perguntei.

  - Não faço a mínima ideia, mas espero que não demore muito.

  - Eu também. Eu espero que a floresta esteja bem.
                              
                                 *

  Na floresta...

  Alguém havia batido  a porta, e assim que abri pude ver o rosto que eu tanto amava.

  - Sentiu saudades?

  - Bruxa de Silver....

  Ela deu um sorriso malicioso.

 

 

 

O Despertar das FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora