Sétimo Capítulo

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Acordei Jack assim que o sol começou a nascer. Bebemos um pouco de água e comemos uns pãezinhos que minha vó fez para a viagem.

Peguei o mapa e começamos a andar. Direita, direita, esquerda, seguir reto.
Quando fizemos nossa primeira parada, Jack se transformou em lobo, eu peguei o mapa e calculei onde nós estávamos. Pelas minhas contas, só chegariamos no final do Labirinto de Emerald amanhã, provavelmente um pouco antes de escurecer. Jack se levantou e farejou o ar.

- Jack? O que...

Os passos pesados começaram denovo, mas dessa vez uma espécie de rugido o acompanha. Coloco a mochila nas costas e abro o mapa.

- A segunda direta! - Corremos e viramos na segunda direita.

Depois de virar varias e varias vezes, os passos pararam. Eu estava ofegante e Jack se transformou em homem.

- Merida, olhe.

Levantei a cabeça e vi o jardim mais belo de todos do Três Reinos. Havia rosas de todas as cores em um lado, lindas tulipas laranjas e amarelas do outro, girassóis e margaridas espalhadas,a grama era tão verde e convidativa, bem no meio havia um lago com algumas vitórias-régia e envolta havia milhares de florzinhas delicadas formando um lindo arranjo.

- Pelo rei dos Três Reinos! - exclamei - É o lugar mais lindo que eu já vi!

Olhei no mapa para ver onde estavamos.

- Jack, nós estamos no centro do Labirinto de Emerald!

Jack sorriu e me abraçou. Andei entre aa flores com um sorriso no rosto, por pouco tempo eu poderia esquecer no lugar onde eu estava e lembrar um pouco de casa.

Fui até o lago e olhei o meu reflexo. Meus cabelos castanhos estavam despenteados, minha pele estava um pouco suja e havia fundas olheiras embaixo dos meus olhos, por causa da noite mal dormida.

Ajoelhei na borda do lago, mergulhei minhas mãos em forma de concha e lavei meu rosto. Quando mergulhei a minha mão novamente, algo me puxou para a água. Abri meus olhos para ver o que estava me puxando e vi a criatura mais horripilante que já vi na vida.

A criatura era uma especie de sereia, mas ela era magra e cinzenta. Seu rosto lembrava vagamente uma cavera com olhos fundos. Ela me puxava para o fundo do lago.

Comecei a me debater para ela me soltar, mas isso só chamou atenção e mais sereias monstruosas vieram até mim. Ouvi o barulho de alguém entrando na água e algumas sereias me soltaram e foram atrás do barulho.

A essa altura meu pulmão já estava queimando e minha visão ficando turva. Continei me debatendo até que tudo ficou escuro.

*

- Merida... - a voz de Jack soou como um eco na minha cabeça - Merida! Por favor acorde! Não posso te perder!

Comecei a tossir e a água que estava no meu pulmão começou a sair. Quando abri meus olhos pude ver Jack, ele estava ajoelhado ao meu lado e molhado. E seus olhos estavam vermelhos, como se ele tivesse chorado.

Jack me abraçou e eu comecei a chorar. Acho que Jack percebeu que eu estava tremendo de frio, pois ele pegou um cobertor na mala, me enrolou nele e me abraçou mais forte.

- Está tudo bem agora. - Disse Jack - Você está segura agora. Eu estou aqui.

Depois que eu me acalmei, Jack conseguiu acender uma fogueira e nos ficamos nos aquecendo. E mais uma vez, foi quase impossível cair no sono.


O Despertar das FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora