Décimo Quarto Capítulo

37 2 0
                                    

  - Merida, acorde. Nós temos que ir. - Disse Jack me chacoalhando de leve.

  - Hm... - Resmunguei.

  - Vamos Merida. Nós vamos voltar para casa.

  Jack saiu do quarto e esbocei um sorriso. Voltar para casa, essas palavras enchiam meu coração. A saudades que eu estava sentindo da minha vó, da floresta, de colher amoras, do lago, das fadas...

  Levantei e me espreguicei. Troquei de roupa e fiz uma trança em meus cabelos. Peguei a mochila e desci para a grande sala.

  Max estava com os cabelos despenteados e os olhos cansados, provavelmente passou a noite em claro cuidando das coisas.

  - Ajustaremos os detalhes do plano assim que chegarmos no Reino de Silver. - Ele disse.

  - Ok.

  - Aqui. - Max disse entregando um copo para mim e para Jack. - Essa é a poção de teletransporte. Assim que beberem vocês tem que visualizar o lugar que você querem ir.

  - Vamos para a Árvore de Sabugueiro.

vamos s, pensei. Respirei fundo e deu um gole gigante na poção.

  - Só avisando, o gosto é horrível. - Maxswell disse.

  Ele estava certo. A poção era gosmenta e tinha uma coloração esverdiada. Os primeiro instante não foram tão ruim, tinha gosto de ervas sujas. Mas depois um gosto de lama misturado com álcool e com o crocante de sementes amargas começou a tomar conta da minha boca.

  Árvore de Sabugueiro, pensei e visualizei a árvore.

  Uma sensação estranha começou como um pequeno beliscão na minha barriga, mas com o tempo começou a se expandir, pude sentir cada parte do meu corpo sendo beliscada. E então minha visão começou a embassar.

  Fechei os olhos, já que a visão embassada estava começando a me dar dor de cabeça. Mas assim que abri, lágrimas começaram a brotar em meus olhos.

  A Árvore de Sabugueiro estava sem folhas e sua madeira parecia estar podre. E o que antes era grama, agora não passava de folhas secas. E as copas das árvores também não existitam mais, e as que existiam estavam murchas e sem vida. A floresta estava morta. Meu coração começou a quebrar em mil pedacinhos.

  - Merida... - Disse Jack pondo a mão em meu ombro. - Vamos para a sua casa.

  - Espere.

  Comecei a andar até a Árvore de Sabugueiro. Todas as fadas estavam ali, mas elas estavam dormindo e estavam tão pálidas.

  - Elas estão dormindo.

  - As fadas fazem isso quando estão fracas. - Disse Maxswell olhando para mim com um olhar triste. - Eles entram em um tipo de hibernação para fazer com que a magia dure mais tempo.

  - Bom, vamos logo. - Eu disse com a voz trêmula.

  Começamos andar, Jack ficou ao meu lado o tempo todo, mesmo as vezes eu me afastando, ele continuava a andar atrás de mim. Deixaria todas essas coisas com o Jack para depois que resolvermos o problema da floresta.

  Depois de uma triste caminhada pela floresta, chegamos na minha casa. A felicidade tomou conta do meu coração, mas durou pouco, porque a porta da frenre estava aberta.

  Corri para dentro da casa, que estava mais fria que o comum.

  - Vovó?! - Gritei.

  Olhei na cozinha, no jardim dos fundos e nos quartos, mas nenhum sinal dela. As lágrimas começaram a descer pelas minhas bochechas e o sentimento de preocupação começou a tomar conta do meu peito.

  Jack e Max chegaram até o quarto da minha vó e me viram chorando. Jack olhava para mim com os olhos verdes arregalados.

  - Ela não está aqui... - Sussurei.

  Jack veio até mim, me envolveu em seus braços e me deu um beijo no topo da cabeça. Meu coração estava partido demais para me afastar dele.

  - Olhem. - Disse o Feiticeiro Maxswell apontando para a a janela.

  Jack me soltou e nos fomos até a janela. E vimos que no meio das árvores uma fumaça roxa começava a subir. Percebi que Max estava com os olhos cheios de lágrimas.

  - É na Clareira! - Eu disse.

  - Deve ser a Bruxa de Silver. - Disse Jack.

  O medo percorreu pela minha espinha assim que Jack citou a bruxa.

  - Temos que nós preparar. - Falou Maxswell.

  Fomos para a cozinha e começamos a executar nosso plano.

  - Preciso de um recipiente e do punhal. - Pediu Maxswell.

  Jack pegou o punhal que Thoken me deu na mochila e entregou para ele e eu pegueu uma bacia pequena e coloquei na mesa. O Maxswell pegou um dos frascos que tinha um líquido de uma cor perolada, sem dúvida era a poção do sono.

  Ele despejou o líquido na bacia e mergulhou cuidadosamente a lâmina do punhal. Luzes da cor do líquido começou a envolver o punhal e a se empreguinar na lâmina.

  - Apenas um arranhão fará com que a Bruxa de Silver caia num sono profundo e eterno.

  - E depois que ela adormecer, o que vamos fazer?

  - Assim que ela adormecer nós a trancaremos no subsolo que fica no meio do Labirinto de Emerald.

  Senti minhas pernas tremerem só de ouvir essas palavras. Toda a cena no labirinto parece ter sido milênios atrás, porém se passou apenas dias. Max colocou o punhal em cima de um pano e enrolou cuidadosamente.

  - Mas antes de tranca-la, nós iremos prender toda a maldição que ela lançou ne bola de cristal. - Maxswell disse tirando cuidadosamente uma esfera de vidro da sua bolsa. - E deixaremos em uma baú de sete chaves também no subsolo do labirinto.

  - Você tem todas essas coisas na sua bolsa? - Perguntou Jack.

  - Não duvide dos feitiços, meu caro.

  - E quem irá atacar a Bruxa de Silver? - Perguntei.

  - Acredito que será o cavalheiro Jack.

   Olhei para Jack que fitava seus olhos no punhal. Arrumamos todas as coisas necessárias e partimos para a clareira.

 
 

 

O Despertar das FadasOnde histórias criam vida. Descubra agora