Tretas e diabetes

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N/A.: Oi gente! Antes de tudo, eu gostaria de tudo que vocês deixassem suas opiniões sobre a fic, vocês estão gostando? Sério, isso é muito importante pra mim. Cada voto, cada comentário é só incentivo pra mim continuar a escrever! Agradeço desde já! Amo vcs ❤
Yas.

― Mas que garoto, safado! Vai pra farra e nem me avisa nada, 2:30 da manhã e ele ainda não chegou em casa. Ah, mais esse Sebastian vai escutar quando chegar! Eu ainda mando nessa casa!― resmungou Valentim, saindo do quarto de Sebastian, e indo para o banheiro tomar seu banho.
Valentim estava no banho, e resmungava coisas a esmo, estava preocupado com Sebastian, quando de repente ouviu um baque muito forte, e logo depois ouviu um alarme disparar. O alarme, o alarme do carro! Pensou o homem.
Um arrepio lhe percorreu a espinha, ele arregalou os olhos, e começou a suar frio.
― Sebastian!
― PUTA QUE PARIU! ― Gritou Valentim ao enrolar-se na toalha de banho e disparar para fora do banheiro em direção as escadas.
Aos tropeços e escorregões, devido ao fato de estar todo molhado e ensaboado. O homem correu pelo corredor passando pelo quarto de Clary, que acordou no momento em ele começou a descer as escadas.
A menina sentou-se na cama sonolenta e esfregou os olhos. Estava ouvindo um barulho de alarme de carro. O que será que aconteceu? Ela levantou-se rapidamente, pegou seu roupão e desceu as escadas correndo.
A porta da frente da casa estava escancarada e logo quando colocou os pés para fora, viu o estrago.
A garagem da casa dos novos vizinhos estava totalmente destruída, Valentim estava gritando com alguém dentro do carro, um alguém que Clary não tinha nenhuma duvida de saber quem era.
― Caralho. O Sebastian está muito ferrado. ― sussurrou a garota.
Clary andou até o outro lado da rua para ver o que tinha realmente acontecido e neste momento a rua já estava tomada por pessoas curiosas para ver o acidente.
― Sebastian... Meu Deus! Como... Garoto, você não tem juízo?! ― Valentim estava à beira do desespero, estava com a mão na cabeça olhando para o céu como se pedisse para Deus lhe dar forças.
O carro tinha entrado na garagem e atingido o carro dos vizinhos, fora que o carro de Valentim estava totalmente destruído. Aquilo daria um belo de um prejuízo ao pai da menina. Por um momento Clary ficou realmente preocupada com o estado de Sebastian. A garota então se aproximou do pai.
― Pai...
― Oh, Clary. Querida, o que foi que eu fiz pra merecer isso...
― Pai, fique calmo. O Sebs está bem...
― Ele está bem! Quem não está bem sou eu! ― O homem se exaltou.
Sebastian estava dentro do carro com a cabeça encostada no volante, tinha um corte do meio da testa até a têmpora direita. Estava se debatendo, Clary pensou que ele estava chorando, mas ele estava era morrendo de rir. A menina se aproximou da janela do carro e só então pode ver a garrafa de vodca na mão esquerda de Sebastian. Ela olhou pra cara de Valentim e observou o estado do pai: todo molhado, enrolado em uma toalha da cintura pra baixo e que deixava a barriguinha sexy à mostra. Foi então que a garota soltou uma gargalhada e todos na rua a olharam como se ela estivesse ficando louca.
― Mas o que diabos está acontecendo aqui? Pelo Anjo! ― Stephen apareceu na entrada da casa enrolado em seu roupão e veio logo para onde estava Valentim. ― O que aconteceu?
― Eu não sei... Sebastian pegou o carro escondido e bebeu... Desculpe-me, eu vou pagar tudo não se preocupe. ― respondeu Valentim, abrindo a porta do carro e levantando Sebastian que estava todo molhado de suor e sangue.
Stephen fez um gesto com a mão como se dissesse para Valentim não se preocupar com aquilo agora e foi ajudar o outro homem a retirar Sebastian do carro, e o garoto estava em um estado deplorável: porre e falando coisas sem sentido. Enquanto Clary continuava a rir.
― Paiê... ― chamou Sebastian falando com a voz arrastada e com um bafo de bebida. ― Desculpa ai, foi sem querer...
Sebastian olhou para os dedos das mãos, franziu a testa e começou a conta-los. Olhou para Clary e disse, mostrando os dedos para a irmã:
― Olha Clary eu sei contar! Eu tenho dez dedinhos! ― Ele fez beicinho e voltou a contar seus dedos.
― Estou vendo, Sebastian. Ai cara, eu preciso gravar este momento! ― A menina voltou a rir.
― Pai, a mamãe chamou a ambulância. ― Uma garotinha que Clary não conhecia se aproximou de Stephen e do lado dela estava o menino que Clary correra outro dia. Clary parou de rir. Puta merda, ele está sem camisa!
― Okay, Maureen. Jace, filho, dê uma ajudinha aqui. ― Pediu Stephen passando o braço de Sebastian pelo ombro enquanto Valentim passava o outro.
― Oi, ruivinha ― cumprimentou Jace com uma piscadela quando passou ao lado de Clary. A menina engoliu em seco e se aconchegou mais ao roupão, sentindo-se desconfortável.
― Você quer que eu ajude em quê, pai? ― Questionou Jace com uma careta quando chegou ao lado de Sebastian.
― Tire a garrafa da mão dele.
― O quê... A minha bebê? Claro que não. Pai... eu vou dar umas porradas nesse moleque se ele tentar pegar minha bebê! ― Balbuciou Sebastian, colocando mais um gole de vodca na boca.
Jace riu.
― Cala a boca, menino. E me da essa garrafa, aqui! ― Valentim puxou a garrafa de Sebastian, com um gesto brusco e jogo-a do outro lado da rua.
― Nossa pai, pra que essa agressividade toda? Isso não faz bem pra você. Tsc, tsc. ― Sebastian riu.
Maureen fez cara feia.
― Oi menininha, você é irmã desse moleque ai? Você é muito bonitinha! Parece ser uma peste. ― Sebastian ri. ― Você me lembra a Clary quando era pequena.
― Ei! ― Clary protestou.
― Gnomo ruivo, você está no meu coração!
― Olha aqui, menino. Eu não sou nenhuma peste, viu? Não vou ligar pra você porque você está bêbado. ―Maureen cruzou os braços e virou o rosto.
― Se bem que ele tem razão... Haha. ― Brincou Jace. Maureen fechou a cara.
― Eu não... E-eu não estou bêbado, ta legal? Deve ser só a neblina que está causando este efeito.
Maureen riu.
― Ah, tá legal. Foi a neblina que causou este estrago todo na nossa garagem! Ah, por favor, garoto! ― Maureen respondeu com a voz carregada de ironia e sarcasmo.
― Maureen! ― Ralhou Stephen. ― Por favor, não piore as coisas. Entre em casa. Agora.
A menina bufou, virou de costas e saiu em direção a porta da casa.
Clary ouviu barulho de sirenes se aproximando e nesse momento a ambulância chegou. Valentim e Stephen levaram Sebastian até a ambulância e o garoto se relutava em ir, finalmente conseguiram convence-lo a subir no carro.
Valentim veio na direção de Clary, e estava com uma expressão triste e cansada no rosto. Clary imediatamente se sentiu culpada, se ela desse menos trabalho para o pai, talvez ele tivesse mais tempo para cuidar de Sebastian, depois de toda aquela coisa com ela e agora isso.
― Ei gnomo ruivo, eu sei no que você está pensando. ― Valentim falou, pegando uma mexa do cabelo de Clary e puxando, desfazendo um cacho. ― Isso não foi culpa sua, foi culpa de Sebastian, ele foi um irresponsável. Não se culpe, por favor.
― Mas pai é que...
― Shh. Eu só queria pedir pra você acompanhar o Sebastian até o hospital, porque eu preciso trocar de roupa, afinal, eu não vou de toalha para o hospital. Você podia fazer este favor para esse velho aqui? Daqui a pouco eu estou indo.
― Ah, claro tudo bem. Estou indo. Eu te vejo lá.
A menina esticou-se e deixou um beijinho molhado no rosto de Valentim que sorriu com o gesto da filha, enquanto Clary seguiu para ajudar o irmão.
Neste momento Stephen, chegou perto de Valentim.
― Tiveram que sedar seu filho, ele estava muito inquieto e não queria deixar ninguém o tocar. Ele vai ficar bem. Olha, eu até poderia te dar uma carona até o hospital, mas é que o meu carro também foi atingido, então não vai dar. ― Stephen franziu os lábios.
― Ah, não se preocupe, eu pego um taxi. ― Valentim balançou a cabeça. ― Me desculpe senhor...? ― Valentim deixou a pergunta no ar, ainda não sabia o nome do seu novo vizinho.
― Stephen Herondale. ― O homem sorriu.
― Me desculpe, Sr. Herondale. Eu sou Valentim Morgenstern.
Os dois apertaram as mãos.
― Sr. Herondale, eu queria realmente pedir mil e uma desculpas por tudo o que aconteceu, e você não precisa se preocupar, pois vou arcar com todas as despesas necessárias para o conserto de sua garagem e de seu carro. E também gostaria de agradecê-lo pelo o que está fazendo por mim. Meu filho é irresponsável e inconsequente... ― Valentim suspirou. ― Desculpe-me mesmo.
― Oh, o que é isso? Não precisa se desculpar, e não se preocupe com isso agora. Eu sei como é ter filhos adolescentes. ― Stephen deu uma olhada para Jace que levantou as mãos como se dissesse que não tinha nada a ver com aquilo.
Valentim, olhou pro lado e viu que um carro da polícia tinha acabado de chegar. Quem foi o infeliz que ligou pra policia? Com certeza não teria como ele saber, pois na rua havia várias pessoas que agora estavam indo para suas casas.
Dois homens saíram do carro, um negro alto e musculoso, cujo o nome na farda dizia Walker, o outro loiro e com uma barriguinha saliente e o nome na farda dizia Parish.
― Com licença, ― começou Walker ¬― recebemos uma denúncia de que um garoto bêbado causou um acidente. ― O homem olhou para cima. ― Eu vejo que é verdade, mas cadê o garoto?
― Bem, ele foi para o hospital. Eu sou o pai dele. Valentim Morgenstern.
Walker olhou para o estado de Valentim e sentiu pena do homem. Olhou para o seu colega de trabalho que devolveu o olhar assentindo.
― Sr. Morgenstern, seu filho causou um bom estrago na garagem do vizinho, se ele não fizer nenhuma queixa eu deixo esta vez passar, mas só dessa vez. O senhor já tem problemas suficientes para uma noite.
Valentim respirou com alivio e olhou para Stephen que assentiu com a cabeça dizendo que não prestaria nenhuma queixa a policia.
― Muito obrigado, policial. Você não sabe o quanto está me ajudando. ―se gratificou Valentim.
― Bem, eu vou indo. Vamos, Parish?
― Vamos.
Os policiais acenaram com a cabeça e então voltaram para o carro, deram partida e foram embora.
Valentim despediu-se de Stephen e entrou em sua casa.
O homem estava preocupado, não com Sebastian, apesar de o filho estar naquele estado ele sabia que ele iria ficar bem, também não estava preocupado com as contas que teria que arcar mais tarde. Ele estava preocupado com um problema muito maior: contar para Jocelyn sobre o acidente.
Ele suspirou, subiu as escadas, entrou em seu quarto, pegou o celular que estava em cima do criado-mudo e discou o número de Jocelyn, que atendeu no segundo toque.
― Valentim? O que a-aconteceu? ― perguntou a mulher com a voz arrastada do outro lado da linha.
[...]
Clary estava com a cabeça baixa quando seu pai chegou ao hospital, ela estava sentada na sala de espera enquanto Sebastian era examinado, ele sofreu um pequeno traumatismo craniano, mas nada muito grave, teria de ficar em observação por alguns dias. Valentim sentou-se ao lado dela sem dizer nada e a menina aconchegou-se nos braços do pai.
― Como está o Sebastian? ― o homem perguntou.
― Ele está sendo examinado agora, parece que teve um pequeno traumatismo craniano, mas nada de mais, ele é forte, vai ficar bem logo. ― Clary respondeu rindo.
― Quem não vai ficar bem sou eu, liguei para sua mãe... Ainda bem que estamos em um hospital, assim eu sou atendido rapidamente. ― disse Valentim em uma tentativa falha de tentar fazer Clary rir.
― O quê? Como assim ligou para a mamãe? ― questionou Clary assustada, ela então levantou-se de supetão.
― Pai! Meu Deus! A mamãe vai surtar... ela, ela vai tentar tirar eu e o Sebs da sua casa! Eu não quero voltar pra lá. Ela e o Luke... ― A garota colocou a mão sobre a boca, incrédula. ―Não acredito que você fez isso!
― Clary, ela é mãe dele. Tinha de saber, e eu não vou a deixar tirar vocês de mim. ― Valentim franziu o cenho. ― Eu pensei que você gostasse do Luke.
Clary começou a andar de um lado pro outro, inquieta.
― Eu gosto dele! Mas é que... É que eu não me sinto a vontade perto deles quando estão juntos, é... Nojento.
― Ah... Então foi por isso que você quis ficar lá em casa? Eu pensei que você queria ficar mais perto de mim... ― Valentim parecia triste.
Clary olhou-o e se aproximou dele dando-lhe um abraço.
― Ei. Eu queria ficar com você também. Mas acho que isso não é hora nem lugar para conversar sobre isto! ― A menina riu, tentando animar o pai, quando viu um flash de cabelos ruivos passar ao lado dela e tira-la de Valentim.
― Clary. Fique aqui. ― Falou Jocelyn muito brava.
― O quê? Eu não vou ficar em lugar nenhum. ― a menina respondeu com petulância se colocando entre a mãe e o pai.
― Valentim? Cadê o Sebastian? Se tiver acontecido alguma coisa com ele... Eu mato você! Já é a segunda vez! Você não tem responsabilidade nem pra controlar nosso filho! Quanto mais dois! A Clary e o Sebastian vão morar comigo a partir do momento em que ele sair deste hospital! ― A mulher descarregou as palavras tão rápido que não deu tempo nem de Valentim respirar.
― Jocelyn, fique calma. E fale mais baixo, nós estamos em um hospital. ― Alertou Luke que estava ao lado da mulher o tempo todo e somente naquele instante Valentim o percebeu.
Valentim empurrou Clary para o lado, para que pudesse ficar cara a cara com Jocelyn.
― O Sebastian está bem. Está sendo examinado neste instante. E eu não tenho culpa de nada! O Sebastian é o inconsequente aqui! Eu estava cuidando de Clary, ele deveria ter o senso para perceber que eu estava ocupado! Ele sabe, Jocelyn. Pelo Anjo, você só sabe gritar pra mim que eu sou irresponsável e inconsequente e todas essas coisas! Eu estou cuidando de DOIS adolescentes... Não estou reclamando, eu os amo, mas não é fácil quando se é só um. Você não conseguiu cuidar deles quando podia e deveria tê-lo impedido ele era só uma criança, mas você estava muito ocupada, não é mesmo? Causou o maior estrago na vida de nossa filha!
Valentim havia falado demais, falado coisas que não devia.
Jocelyn o olhou chocada e imediatamente seus olhos marejaram.
Clary franziu o cenho, sem entender nada.
― Eu me culpo por isso todos os dias da minha vida, Valentim! Você não deveria tocar nesse assunto! Você é um idiota! E eu o odeio por isso! Eu vou ver o meu filho, e eu não quero nem olhar na sua cara.
Luke olhou para Valentim com uma carranca.
― Espera ai? O que está acontecendo? Pai? O que você quer dizer com causou o maior estrago na vida de nossa filha? ― Clary perguntou sem entender nada.
― Nada, Clary, Seu pai é um idiota e fica inventado coisas. Vamos ver o Sebs? ― questionou Jocelyn tentando distrair Clary.
― Não mude de assunto, mãe. Tem algo errado aqui, e quero saber, vamos. Contem-me. ― disse a menina apontando o dedo para Jocelyn e Valentim.
― Querida, não é nada...
― Se não fosse nada vocês não estariam assim! Vocês sempre escondem as coisas de mim! Mas eu vou descobrir do que vocês estão falando, do meu jeito, mas vou.
Clary saiu da sala de espera e foi em busca de informações sobre o irmão, estava muito, muito brava.
Jocelyn lançou um olhar de puro ódio a Valentim, puxou Luke pelo braço e os dois seguiram Clary enquanto Valentim sentava no sofá exausto.
[...]
O dia estava quase amanhecendo e ele já podia ver os primeiros raios de sol através da janela do quarto de Sebastian no hospital.
Estava pensando sobre mais cedo, ele cometera um erro gravíssimo ao gritar aquelas coisas para Jocelyn na frente de Clary, e isso poderia acabar muito, muito mal. Jocelyn tinha levado Clary para dormir, mas ele sabia que ela logo, logo estaria de volta...
Valentim estava perdido em pensamentos, quando ouvira Sebastian o chamar, o garoto estava dormindo pacificamente enquanto o homem o observava.
― Pai.
― Oi, filho. ― respondeu Valentim se aproximando da cama. ― Como você está se sentindo?
―Bem. Eu estou só com muita dor-de-cabeça. O que aconteceu? ― Questionou Sebastian, franzindo o cenho, colocou a mão sobre a cabeça que latejava como nunca. ― Por que eu estou em um hospital?
― O que aconteceu? Vamos lá. Por onde eu começo? ― Valentim pareceu pensar. ― Você saiu de casa, sem me avisar, bebeu até cansar, e quando estava voltando para casa bateu o carro na garagem dos vizinhos, me causou um prejuízo de mais de 10.000 dólares, bem mais que 10.000 dolares! Sua mãe está irada comigo, disse que vai tirar você e Clary de mim, me chamou de várias coisas e agora você está no hospital, foi somente isto que aconteceu. ― Valentim lançou um sorriso irônico a Sebastian.
― Caramba. ― Sebastian parecia assustado, pois ele não se lembrava de nada da noite passada.
― Caramba? Caramba, Sebastian? É só isso que você sabe me dizer? Caramba? ― Valentim estava indignado.
― Pai, me desculpa mesmo, eu...
― Garoto, não me venha com desculpas, eu estou com uma vontade aqui de te dar umas boas palmadas! Eu estava cuidando de sua irmã! Você sabe o problema que ela tem, e você não teve o mínimo de consideração por ela! Você já pensou se tivesse atropelado alguém? Ou matado? ― O homem estava com muita raiva neste momento, estava andando em círculos pelo quarto, tentando maneirar a altura da voz.
Sebastian estava cada vez mais assustado, nunca tinha visto o pai tão irritado, dessa vez ele tinha pisado na bola de verdade.
― Quantas vezes Sebastian... Quantas vezes eu te pedi para não pegar o carro sem a minha permissão? É a segunda vez que você me apronta uma dessas! Você não tem responsabilidade? Vai fazer 18 anos e ainda tem juízo de uma criança de 10 anos! Está na hora de crescer, não acha? Você está de castigo por tempo indeterminado.
O homem olhou dentro dos olhos escuros de Sebastian, e falou em uma voz baixa:
― Eu estou muito decepcionado com você. ― Andou até a porta do quarto lançou um olhar a Sebastian que doeu até a alma do garoto, virou a maçaneta e deixou o menino sozinho.
Sebastian estava com vontade de chorar, mas não ia fazer isso. O pai estava certo, estava mais do que na hora dele crescer. Ele tinha cometido um erro, agora teria de enfrentar as consequências. Se ele estava se sentindo um merda só com aquelas palavras do pai, mal podia esperar para receber o sermão da mãe.
[...]
Jocelyn já tinha saído a muito tempo da casa de Valentim. Clary estava sozinha, todos estavam no hospital com Sebastian. O garoto iria ouvir muito da mãe, ela estava bastante irritada quando deixou Clary.
Clary estava em seu quarto, jogada na cama escutando músicas depressivas e tristes, a vida da menina estava um inferno. Ela não conseguia tirar da cabeça aquelas palavras do pai no hospital. O que causou o maior estrago em sua vida? Já tinha tentado ligar para Isabelle umas trezentas vezes, mas o telefone da amiga só caia na caixa postal. Alguma coisa deve ter acontecido, pensou Clary. E ela precisava conversar com alguém.
Era 9 da manhã quando Clary finalmente decidiu sair da cama e ir tomar um banho para depois comer alguma coisa, pois estava morrendo de fome, afinal, ela nem conseguiu dormir mesmo.
Depois de ter comido alguma coisa a menina foi para a varanda de casa e sentou-se na escadinha da entrada, toda vez que estava triste costumava fazer isso, olhar as pessoas na rua, isso a acalmava. Mas ai ela olhou para a casa da frente, a casa dos novos vizinhos, a garagem ainda estava do mesmo jeito da noite passada. Ela lembrou-se novamente da briga de Jocelyn com Valentim no hospital, as palavras da mãe sobre tira-los do pai. Ela estava com medo.
― Ei Ruivinha. Por que está chorando?
Clary imediatamente colocou a mão sobre o rosto, ela estava realmente chorando e nem tinha percebido. A menina limpou o rosto e olhou na direção da voz. Ah, não. Esse garoto de novo não! A menina levantou-se rápido e já ia entrar em casa quando o garoto segurou sua mão.
― Ei, não precisa fugir de mim, tá? Eu não mordo. ― O menino realmente queria saber o que menina tinha. Será que havia acontecido algo mais grave com o irmão dela depois que ele fora levado ao hospital?
Clary olhou para a mão dele em seu braço.
― Desculpe. O que aconteceu? ― O menino soltou o braço da garota. ― Seu nome é Clary, não é? Bem, eu sou Jace.
Clary olhou para Jace, ele estava vestindo uma camiseta preta e uma calça jeans, ele era realmente muito bonito, mas o que lhe chamou atenção mesmo foi os seus olhos, eles eram de uma cor dourada incrível, ela nunca tinha visto ninguém com aqueles olhos.
― O meu nome é Clary sim. ― A menina tentou sorrir. ― E não aconteceu nada, pode voltar para sua casa.
― É claro que aconteceu algo, você estava chorando. E eu não tenho nada para fazer em casa. Talvez eu possa te ajudar. ― Jace abriu um sorriso de tirar o fôlego e Clary suspirou.
― Aconteceu sim, mas nada que seja da sua conta, agora se você me deixar em paz eu gostaria de entrar em casa. ― Clary respondeu sem nem pensar.
Jace levantou as mãos acima da cabeça.
― Calma ai, ruivinha. Eu só estava tentando ser gentil.
Clary revirou os olhos e bufou.
― Meu nome é Clary, pare de me chamar de ruivinha.
Jace franziu os lábios.
― Você é bem estressadinha, igual a sua amiguinha. Como é mesmo o nome dela? Hum... Isabelle, não é?
― Você nem conhece a Izzy pra está falando que ela é estressadinha. ― Rebateu Clary.
Jace riu.
― Eu acho que a conheço o suficiente para saber que ela é sim estressadinha!
Agora foi a vez de Clary rir.
― Ah, nossa! Conhece mesmo, até por que vocês se falaram pelo o quê? Uns 3 minutos? Isso já é o suficiente para se conhecer uma pessoa.
― Eu já fui na casa dela se você quer saber. ― Jace olhou para as unhas, e ficou com um sorriso bobo no rosto.
Clary riu com sarcasmo.
― É com certeza foi, falou com o pai dela também? E o irmão? ― Clary perguntou sem acreditar no garoto.
― Ah sim, falei. O Sr. Lightwood é muito gentil. E o Alec é um cara muito gente boa. ― Jace riu da cara de espanto de Clary.
― Por um acaso você estava duvidando de mim, ruivinha?
De repente Jace teve uma ideia. Ele saiu da casa dos Lightwood e no meio de toda aquela confusão, não teve tempo de perguntar a Isabelle se o Alec era realmente gay, e já que Clary era tão amiga da menina, ela deveria saber sobre isso.
― Bem, eu estava mesmo duvidando de você. Mas eu posso saber o que você foi fazer na casa dela?
― Meu pai é amigo do pai dela, e nós fomos jantar na casa deles ontem à noite, antes do acidente. ― Jace deu de ombros.
― Legal.
― Clary? Posso te fazer uma pergunta?
― Já está fazendo. ― Clary passou a mão pelos cabelos, que estavam voando por causa do vento, ela então se sentou na escadinha novamente e Jace sentou-se ao lado dela.
― Bem, eu vou ser direto. O Alec é gay?
Clary olhou para o rosto de Jace com os olhos arregalados. Ela esperava todas as perguntas possíveis, menos aquela. Será que o Jace era gay também? A menina riu. Com certeza o Jace não era gay, mas quem é que vai saber? Todos esses caras bonitos e gostosos estavam virando gays, que se fosse verdade ela não ia se espantar. Bem, na verdade ela ia se espantar sim, se o Jace fosse gay era um grande desperdício para a sociedade.
― O que foi? Por que você riu?― Jace perguntou olhando para a menina e rindo também.
― Você é gay também? ― A menina perguntou de uma vez.
Jace parou de rir imediatamente e começou a tossir.
Clary riu da reação do menino.
― Eu? Gay? Claro que não! Eu sou a pessoa mais hetero que eu conheço! ― Jace defendeu-se rápido.
Clary gargalhou.
― Mas isso que você disse agora foi muito. MUITO , gay.
Jace fez cara feia.
― Você disse também, isso significa que o Alec é realmente gay? ― perguntou Jace, tirando o foco da conversa de cima dele.
Clary suspirou.
― Infelizmente, ele é. ― A garota apoiou mão no queixo, emburrada. ― Mas por que você quer saber?
― Porque eu achei ele meio estranho, mas tudo bem.
― Todo mundo sabe que ele é gay, mas ele ainda não assumiu para os pais.
― Eu percebi isso. ― Jace riu, e Clary riu também.
O celular de Jace começou a tocar e ele atendeu.
― Oi, pai... Estou na frente de casa... O quê?... Ah, claro... Eu estou indo. ― Ele desligou o celular e levantou.
― Eu tenho que ir agora. Vou procurar emprego com o meu pai.
― Ah, tudo bem. Espero que ache algo. ― A menina sorriu.
― Bem, ruivinha, eu não consegui descobrir o que aconteceu pra você estar chorando, mas pelo menos eu te fiz rir um pouco. ― Jace sorriu. ― Espero que fique bem.
O garoto então saiu em direção a sua casa.
Clary suspirou, entrou em casa e fechou a porta.
― Esse Jace pode ser bem metidinho, mas é um cara legal. ― A menina mordeu o lábio inferior comprimindo um sorriso. ― E ainda é gato.



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⏰ Última atualização: Jul 23, 2016 ⏰

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