Fanfic Divergente- Never let you down

Tris

      Quatro me trouxe para uma roda gigante, estamos sentados no ponto mais alto dela A vista é linda, o sol começa a se por dando lugar a noite. Conheço Quatro o suficiente para saber que ele não me trouxe aqui somente para apreciarmos a vista e então decido perguntar:

_ Você não me trouxe aqui somente para apreciarmos a vista não é? – digo olhando em seus olhos, eles me trazem paz e toda segurança que eu preciso.

_Não, meu real propósito é desenterrar os fantasmas do meu passado e revela-los a você. Há segredos que não podem ser aprisionados, eles devem ser revelados- diz enquanto pega em minhas mãos e as acaricia.

Admito que sua atitude me surpreendeu, lembro-me quando havia perguntado a ele o porque do seu nome ser Quatro, ele havia me respondido que existiam segredos que mereciam ser mantidos guardados. Uma pontada de felicidade se espalha em meu corpo ao saber que ele confia em mim para revelar os segredos de seu passado, sei que esses segredos serão fortes, assim como os meus. Porém por outro lado fico tensa ao perceber que se ele está se abrindo e desabafando comigo, ele espera que eu faça o mesmo. Ainda não estou preparada para fazer o mesmo, infelizmente carrego segredos obscuros e pesados demais, não estou preparada para dividi-los.

Quatro está olhando para o céu, sua expressão é amarga, como se estivesse lembrando de momentos terríveis, não faço perguntas, permaneço calada pois imagino o quanto isso deve ser difícil. Decido espera-lo tomar a decisão de começar a falar, após algum tempo vejo que seu semblante melhora e então ele me lança um sorriso e diz:

_ Meu passado é turbulento sou um homem danificado Tris, não sei se está a espera de uma pessoa normal, se estiver já adianto que não sou assim- diz enquanto pega em minhas mãos.

_ Não estou a procura de alguém normal, estou em busca de alguém que seja danificado assim como eu, que saiba que o mundo não é um conto de fadas e que as pessoas muitas vezes podem ser as vilãs. – digo e acaricio seus cabelos castanhos e macios. Quando termino de falar ele olha em minha direção e beija o vão entre minhas sobrancelhas, sorrio com o contato de sua boca em minha pele, permanecemos um tempo nessa posição, não sei se foram segundos, minutos ou horas. Quando estou com ele não sinto a necessidade de mais nada, sei que estou completa. Após algum tempo ele diz:

_ Nasci em Chicago, sou filho único e meus pais brigavam constantemente. Meu pai, Marcus era um homem rico, artificial e frio. Ele estava envolvido com todos os tipos de negócios ilegais, ele não se importava com os outros, apenas com seus próprios interesses. Eu cresci nesse meio, quando eu fiz oito anos ele decidiu que eu seria seu sucessor, mas nunca gostei de suas atitudes, eu não sabia o que ele fazia, porém sabia que era errado. Fui crescendo e ele tentava me treinar, eu recusava e então os ataques e as agressões começaram, ele me batia de diversas formas e com todos os tipos de objetos e armas de tortura. Sempre antes de cada agressão ele recitava seu lema ''Isso é para o seu próprio bem Tobias''. A cada surra meu ódio por ele aumentava cada vez mais, então comecei a praticar diferentes tipos de lutas, sempre com o objetivo de nunca deixa-lo encostar em mim novamente. Minha mãe sempre soube de tudo e nunca tentou ou fez algo para acabar com essa situação, Evelyn sempre foi parecida com o Marcus, eles nunca deram certo porque seus interesses sempre foram incompatíveis. Cada um queria ser mais poderoso que o outro, eles eram cruéis e egoístas na mesma medida. Com o passar dos anos saí de casa e me dediquei a acabar com o esquema dos meus pais, com minhas habilidades com computadores consegui recolher informações suficientes para entregá-los para a polícia local. E então descobri que eles eram mais perigosos do que eu esperava, estavam sendo procurados pela CIA, contatei a mesma e os entreguei. Nessa época Amah era o chefe da investigação, ele achou que fui muito eficiente conseguindo fazer um dossiê de informações que nem a CIA conseguiu recolher, então me convidou para fazer parte da organização, aceitei e com o tempo fui melhorando minhas habilidades até me transformar no que sou hoje. De Tobias Eaton á Quatro. – escutei cada palavra atentamente, sei que qualquer palavra que eu fale agora não irá diminuir ou acabar com o sofrimento que ele passou durante sua infância. Algumas pessoas poderiam olha-lo com um olhar de pena, porém só consigo lançar- lhe um olhar de admiração, admiração por ele ter lutado para enfrentar seu maior medo, por ter conseguido cumprir seus objetivos e ter se tornado o que ele é hoje. As vezes o medo transforma algumas pessoas em covardes, mas para ele o medo foi um estimulo para ter coragem e enfrenta-lo. Os acontecimentos do passado não alteraram seu caráter, não o transformaram em uma pessoa ruim pelo contrário, talvez ele seja uma das melhores pessoas que eu conheço.

_ E por que Quatro? – pergunto lançando um olhar curioso em sua direção.

_Porque tive apenas quatro missões não finalizadas, para os outros é uma glória, mas para mim é algo idiota. Eu só precisava largar o Tobias no passado. – Ele fala sem se gabar, isso é um número incrível. Já o conhecia por nome ou por apelidos como '' lendário Quatro'', mas agora sei que seu apelido e sua fama fazem jus a sua competência.

_ Então você se chama Tobias? Eu gosto, é diferente e bonito, combina com você.

_ É bom ouvir meu nome novamente, ele se torna doce sendo pronunciado por você. Não me chame mais de Quatro, para você eu sou Tobias agora. Então eu sou bonito e diferente? – pergunta e eu assinto com a cabeça. _ Eu disse que você não iria resistir aos encantos do seu delicioso colega de trabalho docinho – diz com um sorriso no rosto e depois me puxa para um beijo. Ele estava certo, mas se depender de mim não irei admitir isso.

Após alguns beijos e trocas de caricias ele mexe em meu cabelo e me pergunta:

_ Você também é conhecida por ser uma das melhores agentes da CIA, quantas missões você não concluiu? – pergunta me lançando um sorriso.

_ Antes eram seis, mas com essa da máfia se tornaram sete – digo olhando em seus olhos.

_ Quando acabarmos essa missão serão apenas seis e todos poderão nós chamar de Quatro e Seis – diz acariciando meu rosto e sorrio com suas palavras. Talvez eu esteja me apaixonando pelo meu colega de trabalho, talvez eu já esteja apaixonada e não queira admitir.