Fanfic Divergente- Never let you down

Tris

Estou em um matagal há vários corvos voando e poças de sangue espalhadas no chão, olho em volta e vejo o corpo dela marcado por vários tiros. Em minhas mãos há uma arma, tudo gira ao meu redor, eu fui capaz de matá-la mais uma vez. Corro em sua direção, toco seu corpo gélido em uma tentativa de passar a vida do meu corpo para o dela, mas essa tentativa é em vão. Lágrimas escapam dos meus olhos, me permito chorar por ela, por minhas escolhas e minhas decisões.

_ Se você tivesse me ouvido, nada disso teria acontecido doce Beatrice- ouço aquela voz e estremeço imediatamente, a voz de quem eu mais detesto, ele foi o culpado por tudo. Viro- me em direção à voz e então o vejo, seus olhos continuam no mesmo tom esverdeado de antes a diferença é que eu me sentia segura quando os via, mas agora me sinto encurralada, sou forte contra qualquer inimigo menos contra ele. Ele toca meus cabelos e os agarra me puxando para o lado e jogando-me no chão, observo as feições de seu rosto doce e meigo, elas não combinam com seu caráter amargo e cruel.

_ Eu queria ter me livrado de você naquela noite, mas não consegui. Agora irei fazer o que eu sempre quis. – ele diz e começa a distribuir socos e chutes por todas as extremidades do meu corpo. Ele saca uma arma e então atira uma, duas, três, quatro. Sinto os tiros adentrando em meu corpo, as balas queimam e começo a perder meus sentidos. Fecho os olhos lentamente, quando os fecho por completo eu a vejo, ela me lança um sorriso acolhedor e me puxa pelas mãos. Seu olhar me trás paz sei que com ela estou segura, ela me olha e então diz:

_ Eu te perdoo, sei que foi obrigada a fazer coisas que não se orgulha. - Após ouvir essas palavras sinto todo o peso do meu corpo se esvair, sei que agora posso morrer em paz. Ela me perdoou.

 Abro os olhos e percebo que estou em uma sala cinza, meus braços e pés estão amarrados também há um pano em minha boca, já passei por essa situação várias vezes então sei exatamente como agir, gritar agora será em vão então permaneço calada. Os cortes em meu corpo ardem causando uma dor aguda, meus pensamentos são interrompidos quando 3 homens entram pela porta. Um deles é Max, ele é negro, alto, há várias tatuagens pelo seu corpo. O segundo homem conheço como Peter, ele me lança um olhar gélido e ameaçador, mas não é o suficiente para me colocar medo então o encaro da mesma forma. Não consigo ver o rosto do terceiro homem pois ele está de costas, pelas informações que sei sobre a máfia seu nome deve ser Eric. Ele está falando no celular e consigo ver os músculos de suas costas contraídos de repente ele soca a parede e atira o celular no chão. E então vira em minha direção, quando olho para seu rosto eu o vejo, É o Nico. Continuo o encarando e então assimilo que o Nico na verdade se chama Eric e que o namorado de Lauren era um espião da máfia. Ele me lança um sorriso sínico e então diz:

_ Quanto tempo Tris, pensei que nunca mais veria seu rostinho, mas você foi incompetente o suficiente para não seguir sua equipe e permaneceu viva- diz enquanto gira uma arma no ar.

_ Acho que a incompetência é sua já que não conseguiu me matar. – digo e esboço um sorriso sarcástico em sua direção. _ Sempre achei que a máfia tivesse componentes com um potencial maior. – Sei que estou brincando com fogo, mas não me importo.

_ A menina é afiada, bonitinha e ainda não tem medo de morrer – diz Max fazendo com que todos riam menos eu e Eric que continuamos nos encarando. Sempre desconfiei dele quando namorava com Lauren, seus olhares e seu interesse nas investigações eram muito suspeitos. Sinto pena de Lauren, pois ela morreu sendo vítima do homem que amava.

_ Não sei por que ainda não a matamos – diz Eric, enquanto brinca com um dos milhares de piercings de sua sobrancelha.

_ Você sabe que ele acabaria conosco se soubesse que á matamos – diz Peter enquanto me olha com nojo. _ Ele disse que a queria viva, mas acho que não se importará se fizermos alguns estragos nela. – Quem será ele? Por que ele me quer viva?

_ Tenho coisas mais importantes para fazer, então se divirtam – diz Max e logo após saí pela porta me deixando sozinha com Peter e Eric.

 Peter me levanta e sinto a dor dos cortes profundos em minha perna, ele prende minhas mãos em um gancho localizado perto da parede. Perdi bastante sangue com os cortes, me sinto fraca e estou com dificuldades de me manter em pé. Sinto algo sendo conectado a minha pele, olha na direção de Eric e reconheço esse equipamento, antes que eu termine o meu pensamento sinto pontadas por todo o meu corpo, os choques começam mais fracos e depois vão aumentando. Já passei por isso antes, em meu treinamento fui obrigada a resistir a todos esses choques sem poder fazer ao menos uma expressão de dor. Sinto meus músculos se contraírem a cada choque, sei que eles não irão me matar, pois de alguma forma sou útil para eles, porém eles não irão medir esforços para me machucarem.

 Após algumas horas sendo torturada e machucada, eles me deixaram sozinha. Olho em minha volta e fico perdida em pensamentos, se isso tivesse ocorrido há alguns meses atrás eu não me importaria de morrer. Depois do que eu me tornei nunca encontrei verdadeiros motivos para ser feliz, motivos para me fazerem realmente querer viver, mas isso mudou depois que eu me apaixonei por Tobias. Todas às vezes que fecho meus olhos lembro dele, do seu rosto, seus beijos, lembro que há alguém que eu amo e alguém que me ame, sei que existe alguém que valha esse sofrimento.

                                                                                ****

 Não sei quanto tempo se passou desde que um dos seguranças me deixou um copo com água e um pão velho. Escuto vozes do outro lado da porta, algumas reconheço como as de Eric, Peter e Max, já outras são estranhas para mim. Escuto passos próximos a porta, o som das vozes vai aumentando esse tornando mais alto. Então ouço a porta sendo aberta, minha visão está um pouco turva devido ao sangue que perdi, isso me prejudica pois não tenho uma visão completa. Aperto mais meus olhos e vejo seis homens parados a minha frente, reconheço dois como os seguranças, os outros três são Eric, Peter e Max, já o último homem está mais afastado o que dificulta a minha visão. Forço mais meus olhos e então consigo vê-lo, conheço as feições de seu rosto, esses traços, reconheço esse homem, ele estava no restaurante do hotel no dia que eu fiquei em choque. Ele é Caleb Prior, meu irmão e meu maior inimigo.