Parte 2

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Amy nunca havia pensado que escrever uma carta fosse tão difícil.

Por melhor dizer, aquilo definitivamente não era algo para ela.

– Droga! Nunca achei que isso fosse tão difícil... - disse a amiga, Kim.

Os cabelos curtos e ruivos de Kim estavam jogados em seu rosto, enquanto a mesma, estava esparramada sobre a cama de Amy.

– Amiga, você está dizendo isso há mais de duas horas e tudo o que conseguiu escrever foi...

– Eu sei, Kim! Eu quero dizer que nunca fiz isso antes - bufou, irritada – Pareceu mais fácil quando você me disse.

Kim levantou- se em um pulo e logo, começou a andar em círculos pelo quarto. E novamente, seus olhos pareceram iluminados.

– Por que ao invés de escrever que sente muito, ou tais clichês, por que não coloca os motivos pelos quais não o falou a verdade? - disse a ruiva, pensativa.

Amy não havia pensado naquela possibilidade. E novamente, Kim tinha razão – como sempre.

E logo, as palavras fluíram.

                                 †


A carta havia ficado, de fato, maior do que Amy esperava, mas estava boa.

– Nada mal - disse Kim, enquanto analisava o que a amiga havia escrito.

A garota sorriu, como agradecimento. O que não durou muito, pois Amy teve um ataque forte de tosse.

Aquilo já vinha a incomodando por dias, mas ainda assim, continuava a achar que fosse apenas uma gripe.

– Por que não vai ao médico? - perguntou a amiga.

Amy pareceu medir as palavras da amiga.

– Por que ir à um médico, sendo que eu não estou doente? - respondeu com outra pergunta, como se aquilo fosse óbvio.

– Melhor ir, apenas para fazer um "chek-in mensal", o que você não fez ainda, e você precisa, e você sabe perfeitamente porque. Se o Lucca tivesse aqui, lhe mandaria ao médico aos chutes se necessário.

Ao notar a expressão que tomou o rosto da amiga, Kim logo se arrependeu do que disse.

– Mas ele não esta aqui. E não adianta dizer que a culpa é minha. - disse ela em um tom ríspido.

– Eu nunca diria isso, e você sabe muito bem disso, senhorita Amy. - falou ela, repreendendo a amiga.

Amy sabia disso, mas era difícil ainda sim lidar com aquilo, não estava acostumada com a ausência do amigo, talvez nunca estivesse, mas esperava que essa ausência não durasse muito, pois já não aguentava mais ficar longe dele. Olhou para a amiga ao seu lado e percebeu que ela estava com um olhar diferente em cima dela.

Kim observava a amiga, que parecia mais magra e mais pálida que o habitual. Ela sabia que havia algo errado, mas conhecia Amy. Orgulhosa até o ultimo fio de cabelo, e o único que sabia lidar com isso, não estava ali para ajudar.

AmyOnde histórias criam vida. Descubra agora