- Mia! MIA! JARVIS, onde Mia está? Ela está se escondendo de mim há horas.
Revirei os olhos. Não importa a circunstância, você sempre podia contar com Tony para fazer um drama desnecessário. Com um suspiro, já sabendo por seu tom de voz que dali viria alguma coisa, levantei a cabeça, tirando minha atenção dos códigos na minha frente para respondê-lo:
- Aqui, Stark - gritei em resposta. - Exatamente no mesmo lugar em que estava há uma hora, quando você saiu - murmurei para mim mesma, aproveitando os instantes que ele levaria para cruzar o espaço entre nós para deslizar o dedo indicador pela tela e terminar a parte da equação a que me dedicava.
- JARVIS, deixa pra lá. Mia resolveu sair de seu esconderijo.
Ouvi seus passos se aproximando e logo meu chefe estava parado ao meu lado, o olhar mais entediado do que o normal.
- Mia, finalmente te encontrei. Por que você vive se escondendo?
- Eu estou no mesmo lugar em que estava quando você saiu daqui como um furacão.
- Detalhes, Mia, detalhes - sacudiu a mão com desdém. - O importante é o que eu tenho para lhe dizer. Adivinhe só? Nós fizemos uma reunião, não, não, essa parte não é verdade - sacudiu a cabeça. - Na verdade fui eu quem tive a ideia, mas você sabe que isso é mais do que o suficiente. Afinal, eu sou o gênio por aqui.
- Sua modéstia é lendária, Stark - revirava tanto os olhos que cheguei a temer que eles ficassem permanentemente fora de foco.
- E, como também sou o chefe, - continuou como se não tivesse dito nada - percebi que você é a pessoa certa para esse trabalho.
- Que trabalho? - franzi o cenho. - Outro trabalho? Ontem mesmo você me mandou consertar o centro de gravidade fisitrônico dos mecanismos de fechadura da torre! - apontei para a mesa a minha frente, ainda coberta por ferramentas e peças desmontadas.
- Ah, sim. Isso também. Isso também é bom - assentiu, prestando pouca atenção no que tinha falado. - Mas o que tenho para dizer é ainda mais importante!
- O que pode ser mais importante do que ter a certeza de que as travas novas não vão sair flutuando?
- Você sabe que nós avengers fizemos uma reunião, e aqui realmente aconteceu uma reunião, e, de maneira bem rude, devo acrescentar, decidiram que eu não serei o líder da equipe. Alguma coisa idiota sobre falta de coerência. Tanto faz. De qualquer jeito, eles decidiram que Rogers vai ser o chefe.
- Capitão América vai ser o chefe? - senti minhas bochechas pinicarem ao se colorirem.
Felizmente Stark estava ocupado demais com seu próprio orgulho ferido para prestar atenção em minha reação infantil de fã.
- Sim, sim. Capitão América vai ser o chefe. Eba, eba - revirou os olhos. - Como toda a equipe vai se mudar para cá e a Stark Tower vai se tornar o QG dos avengers, e obviamente esse é o prédio mais tecnológico do país, então é claro que o vovô dos anos 40, que é nosso novo líder, vai ter alguns problemas.
- Fascinante - murmurei, ponderando se ele perceberia caso eu voltasse a consertar a placa-mãe a que dedicava minha atenção antes de ser interrompida.
Ok. Ele definitivamente perceberia se eu fosse tão óbvia, porém isso não me impedia de deixar a mente vagar de volta para a nova equação que precisava desvendar a fim de fazer as engrenagens pararem de se desgastar. Talvez se diminuísse o empuxo para menos 1-Espera!
- O quê? - virei-me para Tony, engasgando na pergunta quando suas palavras, com certo atraso graças a minha falta de atenção, admito, fizeram sentido em meu cérebro. - Como assim "babá Voight"?
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Freezing Fire
Short StorySteve Rogers precisava aprender a viver no século XXI e Mia Voight precisava aprender a ficar de boca fechada. Era basicamente assim que eles haviam chegado naquela situação: a cientista havia se tornado uma espécie de guia para o Capitão no admiráv...