✡Capítulo 4✡

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- Vamos logo pessoal! - disse meu pai.

- Piquenique! Piquenique! Vamos fazer um piquenique! - cantarolava Tonny.

- Calma querido, eu e Emma já estamos terminando de embalar as coisas - disse Lucy ao meu lado. - Emma, você poderia subir lá em cima e pegar o carrinho do Joshua?

- Sim, eu pego - falei indo em direção a escada.

- Vai querer ajuda filha? - perguntou meu pai.

- Não! Não precisa pai, consigo descer o carrinho sozinha - falei subindo as escadas.

Entrei no quarto de Joshua e fui até o carrinho. O quarto dele era o da Marry, me trazia bastante lembranças.

★★★

*Emma e Marry com 10 anos*

- Uhuuu! Você perdeu de novo! - disse Marry comemorando a vitória.

- Não valeu! Você mal deixou eu me mover - falei largando o controle.

- O segredo é apetar todos o botões! Aprende comigo maninha, e aceite a derrota - disse Marry.

- Apertar todos os botões... é por isso que seus controles sempre estragam! - falei.

- Okay... na próxima partida eu pego leve com você - disse Marry.

- Você vai se arrepender - falei. 

★★★

Passávamos uma boa parte do dia jogando Tekken no ps2 da Marry. Sempre no final do dia nossos dedos estavam cheios de calos e doloridos. O bom era que tínhamos desculpas para não lavar a louça. 

Peguei o carrinho do Joshua e sai do quarto, fechei a porta e fui em direção a escada. Chegando lá uma brisa fria passou pelo meu corpo fazendo meus cabelos se arrepiarem. Senti uma respiração na minha nuca e uma voz ecoou em minha cabeça.

"Cuidado para não cair da escada... Emma"

Meu coração se acereou e senti minhas mãos esfriarem, fiquei paralisada. A voz era de Marry.

- Filha? - disse meu pai. - Espere ai! Vou te ajudar, não quero que se machuque.

Meu pai subiu as escadas e pegou o carrinho e desceu devagar, eu continuei ali paralisada por um tempo, segurei firme no corrimão da escada e desci cuidadosamente.

- Emma, você está bem? Você está pálida querida - disse Lucy.

- Hã? Ah... sim, eu to bem sim - falei.

- Tem certeza? Você está muito pálida - disse Lucy.

- Não é nada, não precisa se preocupar - falei.

Saímos de casa e entramos no carro, Lucy estava no banco da frente e meu pai estava dirigindo. Tonny estava no assento esquerdo e Joshua estava no meio na cadeira para bebê. Nossa viagem demorou apenas 20 minutos, era muito bonito o local que escolhemos fazer o piquenique. Muitas pessoas também gostava de ir, tinha algumas lá já fazendo piquenique com suas famílias e tinha crianças brincando. 

- Vamos para de baixo daquela arvore grande - disse meu pai.

- Sim! Ótima escolha - disse Lucy. 

- Ei, Tonny! Aquelas crianças estão olhando para você - falei. - Vai la brincar um pouco com elas. 

- Mas e o piquenique? - perguntou Tonny.

- Pode ir filho! Depois nós começamos, pode ir brincar um pouco - disse meu pai.

- Okay! - disse Tonny e em seguida ele vai na direção das outras crianças.

Depois de sentarmos na grama, de repente sinto uma presença do meu lado, olho para o lado e vejo Marry olhando para o Tonny, mas dessa vez ela não está daquela forma assustadora, ela está... normal. Seus cabelos estão soltos e ela está usando um vestido branco e está usando seu óculos. Quando eu estou prestes a dizer algo ela me interrompe.

- Não diga nada! E muito menos fique aliviada... Estou apenas vendo meu irmãozinho brincar - ela se levanta -  Você me deixou uma grande ferida Emma, não sei se poderei te perdoar dessa vez. Mas nunca se esqueça, Emma! Estarei sempre ao seu lado!

Ela se vira para mim e sua forma muda, seu vestido branco está ensanguentado e rasgado, seus olhos estão vermelhos e seus cabelos negros cobre um pouco seu rosto.

- Aproveite o piquenique... Emma! - disse Marry em uma voz perturbadora e em seguida ela some.

- Emma? - disse meu pai.

- Si-Sim? - falei um pouco atordoada.

- Você está pálida novamente, filha! - disse meu pai preocupado.

- Estou? Eu... eu acho que... é a fome! Isso! Estou apenas com fome, pai - falei disfarçando.

- Então é isso! Você não tomou café da manhã hoje, certo? - disse Lucy.

- Sim, não tomei - falei.

- Vou chamar o Tonny para comermos, okay?! - disse meu pai se levantando.

- Okay... pai - falei.

Comemos e ficamos por mais algumas horas, depois juntamos nossas coisas e fomos embora. Chegando em casa, eu subi as escadas e entrei no meu quarto. Fui para o banheiro, esperei a banheira encher e tirei minhas roupas, entrei nela e então lágrimas começaram a cair.

- Marry... eu... eu sinto muito, e eu sei... eu sei! Não mereço seu perdão...

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Notas da Autora: Olá leitores e escritores! Gostaram do capítulo? Deixe seu voto e comente o que achou ^^. Beijos e bye bye.

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