✡Capítulo 6✡

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*Emma e Marry com 13 anos*

- Cheguei! - falei jogando minha mochila no chão e me sentando ao lado de Marry no sofá. - Você está melhor?

- Mais ou menos, mas vou sobreviver - disse Marry.

- Marry! Você tomou o xarope? - perguntou minha mãe entrando na sala.

- Eca! - falei.

- Não... mãe - disse Marry.

- Então trate de tomar agora! - disse minha mãe.

- Ele é muito ruim mãe - disse Marry.

- Agora Marry! - disse minha mãe.

- Mas mãe... - disse Marry.

- Agora! - disse minha mãe.

- Não vai ter jeito maninha - falei.

- Ta! Eu vou tomar - disse Marry se levantando do sofá.

- Emma! Dá para tirar essa sua mochila do chão? - disse minha mãe.

- Okay, mãe - falei pegando a minha mochila.

- Como foi a escola hoje? - perguntou Marry na cozinha.

- Ah, o de sempre - falei me sentando na cadeira da mesa. - Mas teve briga hoje.

- Briga? De quem? - perguntou Marry.

- Suzy e a Andy - falei.

- A menina estranha mais a sua amiga? - perguntou Marry.

- Isso! - falei.

- Por que elas brigaram? - perguntou Marry.

- Por causa do Matty - falei.

- O que? De novo essa história? - disse Marry.

- Pois é - falei.

- Nossa até agora elas não entenderam que o Matty gosta daquela menina gordinha - disse Marry. - Como é mesmo o nome dela?

- Amélia - falei.

- Sim... é esse mesmo - disse Marry.

- Só que elas não entendem isso - falei.

- Ah! Deixa elas, é bom que a escola fica mais divertida com a briga das duas - disse Marry.

★★★

Marry sempre pegava um resfriado, e já a mim era muito difícil. Por mais que eramos gêmeas, eramos completamente diferentes uma da outra, nossos gostos, nossos estilos, nossas amizades... Eu era cercada por pessoas na escola, Marry sempre não tinha ninguém ao seu lado. Eu sempre queria ficar do lado dela no intervalo mas meus amigos acabavam não deixando. Eu era tão... tola por confiar em pessoas de duas caras. E eu acabei virando uma duas caras também, e foi ai que o ódio de Marry cresceu. Eu realmente não era digna da amizade da minha irmã. Só depois da morte da minha irmã que eu pude perceber isso, eu queria de verdade ter sido melhor para a Marry, queria estar ao seu lado a todo tempo. Mas não se pode chorar pelo leite derramado.

Ficar aqui sentada no balanço do meu quintal me dava muitas recordações boas, eu e Marry ficávamos disputando que ia mais longe. E por causa dessa brincadeira eu acabei quebrando meu braço direito aos meus 9 anos. Mas depois que meu braço melhorou eu continuei a brincar no balanço com Marry para ver quem ia mais longe. 

- Vamos ver quem vai mais longe? - disse Marry atrás de mim com suas mãos frias em meu ombro. Me levanto de pressa e olho para trás e não vejo nada. Então eu fico de joelhos e abaixo minha cabeça, sinto lágrimas escorrerem em meu rosto.

- Sim... eu realmente... realmente não mereço perdão, é tarde de mais para se lamentar - falei baixinho. - Por que dói tanto?

- Mana! Vamos brincar no balanço? Mana...? - disse Tonny vindo em minha direção. - Você está... chorando?

- Hã? Ah, não! Foi só um cisco - falei me disfarçando e limpando minhas lágrimas. - Você quer brincar no balanço?

- Quero! Vamos mana? - disse Tonny indo até o balanço.

- Okay... - disse me levantando. - Quer que eu te empurre?

- Quero! - disse Tonny alegremente.

Fiquei empurrando Tonny e ele dava gritinhos de alegria e altas gargalhadas de felicidade. Enquanto dentro mim gritava, explodia e se partia. Meu corpo estava pesado novamente, tinha um sorriso no meu rosto, mas não era de verdade.

Quanto mais a Marry aparecia para mim, mais o meu corpo pesava. Se sua intenção era me deixar assim, ela estava conseguindo. Várias coisas vinham a minha cabeça, coisas que eu queria muito contar. Não sei se vou continuar segurando as dentro de mim por muito tempo.

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Notas da Autora: Olá leitores e escritores! Gostaram do capítulo? Deixe seu voto e comente o que achou ^^. Beijos e bye bye.

MarryOnde histórias criam vida. Descubra agora