Capítulo 7

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P.O.V Edward
Nunca imaginei que Bella fosse tão marrenta. E essa baixinha tem força, viu? A joelhada que me deu ainda está doendo. E a marca dos dedos dela estão na minha bochecha até agora. Só quando Carlisle apareceu que comecei a me dar conta da burrada que havia feito.
Só posso estar ficando louco. Dando em cima da preceptora da minha filha? Que horror, a que ponto eu cheguei?!
Meu pai me levou ao quarto e eu estava tão exausto que caí na cama em um sono longo e pesado. Algumas horas depois, acordei com uma dor de cabeça daquelas. Me levantei e fui ao banheiro, onde tomei um banho de água fria pra ver se melhoro logo dessa ressaca.
Saí do banho e coloquei meu roupão. Sinto sede, então saio do quarto para ir até a cozinha quando ouço algumas vozes ao passar pelo corredor. São da minha filha e da... Bella. A porta do quarto da Nessie está entreaberta de forma que dá pra ver o que está acontecendo lá dentro e minha curiosidade me obriga a parar para ver. 
- Essa é você. - Nessie diz se agachando, pegando uma boneca e entregando para Bella.
- Sou bonita então! - Bella brinca olhando para a boneca.
- Essa sou eu. - Pega outra boneca e mostra para ela.
- Mais linda que a minha! - Bella diz, fazendo biquinho e minha filha sorri. É tão raro vê-la sorrir. E ela é tão linda. - Trees of green and red roses... Too I watch them bloom for me and you... - Começa a cantar uma música. Sua voz é doce e suave, mas um tanto desafinada.
- And I think to myself, what a wonderful world... - Renesmee completa a música e ambas sorriem. Lembro que Sophie gostava muito de cantar essa música para minha filha quando era viva, por isso a Nessie conhece a letra de cór. Isso acaba me emocionando e sinto meus olhos começarem a se encher de lágrimas.
- I see skies of blue and clouds of white. And the brightness of the day, I like the dark... - Bella continua cantando, enquanto me apoio na parede e acabo fazendo um barulho.
Ela me olha e me vê sorrindo. Não sei ao certo quanto tempo fiquei ali sorrindo para ela. Só sei que quando me dei conta disso, fiquei sério novamente e entrei no quarto.
- Papai!! - Renesmee correu até mim e abraçou minhas pernas. - Está chorando?
- Não princesa. - Limpei as lágrimas. - Foi um cisco que caiu no meu olho. - Olho pra Bella e vejo que ela não acreditou em nada do que eu disse, mas não me importo. - Isabella, posso falar com você um instante?
- Claro, senhor Cullen. - Ela deixa a boneca no chão, se levanta e vem até mim que me agacho e dou um beijinho na testa da Nessie e saio do quarto.
- Já volto Nessie. - Ouço ela dizer antes de me seguir. Desço as escadas sem nada falar e vou até o escritório. Abro a porta, ela entra, também entro e fecho a porta.
- Bom... Antes de mais nada quero te pedir desculpas pelo que aconteceu mais cedo. - Ela assenti com a cabeça. - Você me desculpa?
- Não sei. - Ela cruza os braços. - O que aconteceu foi muito grave.  Assédio é crime, sabia? - Lembro na hora que o pai dela é chefe de polícia da cidade e engulo em seco. 
- Eu sei, mas eu estava bêbado e...
- Não vem com essa de que a culpa é da bebida porque não cola comigo. - Arqueia uma sobrancelha. - A verdade é que você fez isso porque é um cafajeste e não presta. Aliás, nenhum homem presta. - Coloca as mãos no bolso de sua  jaqueta.
- Eu presto, quer dizer prestava. O Edward de antes jamais faria o que eu fiz. - Retruco. - Mas também não precisa se fazer de santinha, afinal, você é uma garota de programa mesmo. Muitos homens já devem ter dado em cima de você.
- Eu não sou garota de programa! - Ela fecha a cara. - Eu só ia fazer aquilo porque queria dinheiro para ir pra casa casa do meu pai. - Justifica. - Será que é tão difícil entender?!
- E você acha que vou acreditar nisso? - Gargalho. - Eu não sou idiota, sua pirralha.
- Pirralha é o teu... - Ela aponta o dedo na minha cara e respira fundo. Vá para o inferno! - Começa a andar de um lado para o outro nervosa.
- Calma! - Acabo dando risada. - Enfim, só tinha te chamado aqui porque notei uma melhora na Renesmee e acho que é por sua causa. Ela gosta de você. - Ela para e dá um sorriso de canto de boca.
- Também gosto muito dela. Mas ela sente a sua falta.
- Eu sei.
- E você não vai fazer nada para se reaproximar dela? - Me pergunta e não respondo, pois não sei o que dizer. - Você é egoísta!
- Eu? Egoísta? - Indago chocado com a audácia dela de falar naquele tom comigo.
- Sim! Porque pelo que sei, você só faz essas coisas erradas porque não aguentou perder sua mulher! Mas você já se colocou no lugar da sua filha? Uma menina de sete anos que perdeu a mãe e por tabela, o pai? Porque você está morto, Edward. E se não ressuscitar a tempo, vai matar sua família também.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo, garota? - Rosno ameaçador, mas ela me encara.
- Sou só alguém que se importa com o bem-estar da sua filha, ao contrário de você. Olha, se quiser me demitir, fique a vontade. - Dá de ombros. - Mas não vou ficar de braços cruzados vendo você destruir a vida de uma criança tão pura como a Renesmee.  Com licença. - Diz saindo do escritório.
Fico ali parado, absorvendo cada palavra que ela disse. Querendo ou não, ela está certa. Eu sou egoísta. Durante todo esse tempo, só liguei para a minha dor, não a da minha filha e o resto da minha família. Talvez, eu precisasse ouvir isso de alguém de fora para me dar conta do que me tornei.
Não quero mais ser assim. Não quero destruir a vida da minha filha, eu não tenho esse direito. Só não sei se vou ter forças para conseguir voltar a ser o Edward de antes. Mas eu sei que ele ainda está dentro de mim, lá no fundo do meu coração que está  repleto de dor e amargura. Mas vou fazer de tudo para fazer com  que ele volte a vida.
(...)
Depois de sair do escritório, passei na cozinha para beber água. Uma vontade de beber uma taça de uísque invadiu minha mente, mas consegui me controlar. Não vou beber hoje e ponto. A empregada então me ofereceu um lanche e me alimentei, afinal, saco vazio não para em pé. Depois, voltei para o quarto e fiquei trancado lá por um longo tempo.
(...)
Peguei o album de fotografias da nossa família e fiquei observando as fotos antigas. Éramos uma família tão feliz. Eu era feliz. Perdi as contas de em quantas fotos eu estava sorrindo. Eu só sei que quero voltar a ser esse cara que contagiava a todos com sua alegria.
Meu celular tocou, mas era a Victória me ligando. Estou sem a menor vontade de ouvir aquela voz de taquara dela agora e por isso, resolvi não atender a ligação. Me troco, colocando uma bermuda e uma camiseta qualquer e saio do quarto. Já era fim de tarde e Bella já deve ter ido embora. Uma pena, pois queria muito falar uma coisa para ela. Mas tudo bem, amanhã eu falo.
Ao chegar na sala, vejo Alice se agarrando com um indivíduo no sofá. Detesto ver minha irmã com esses caras. Minha vontade é de encher a cara deles de porrada. Pigarreio para que eles notem a minha presença ali.
- Maninho! - Alice exclama indo até mim e depositando um beijo na minha bochecha. - Já passou o porre?
- Já. - Faço uma careta e olho para o rapaz, que ajeita a roupa amassada.
- Bom, esse aqui... - Ela se afasta e pega na mão do rapaz. - É o Jasper, meu namorado! - Olha para o homem. - Jasper, esse é o Edward, meu maninho lindo! - Nos apresenta.
- Muito prazer, Edward. - Ele estica a mão pra mim e sorri tímido.
- Prazer. - Aperto a mão dele. - Nos conhecemos de algum lugar, não? Seu rosto me é familiar. - Pergunto fazendo força para tentar reconhecê-lo.
- Vocês se conhecem de onde? - Minha irmã questiona curiosa.
- Creio que não nos conhecemos. - Jasper nega rapidamente.
- Mas seu rosto me é familiar. - Insisto, coçando a cabeça.
- Muitos dizem que meu rosto é familiar, tenho um tipo físico muito comum. - Ele sorri. - Já está na minha hora! Preciso ir gata. - Olha pra Alice.
- Ah, só mais uma coisa Jasper. - Olho fixamente para ele. - Se fizer minha irmãzinha sofrer, te mato.
- Está brincando né? - Ele gargalha.
- Não. - Mantenho o semblante sério.
- Entendi. - Arregala os olhos.
- Para de graça, Edward! - Alice sorri, puxa o namorado e eles saem de casa para se despedirem no jardim e provavelmente, se agarrarem.
Mas uma coisa não sai da minha cabeça. Sinto que conheço esse rapaz de algum lugar, mesmo ele dizendo que não. Só não consigo lembrar de onde. Mas hora ou outra, vou descobrir.

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