A Rapariga de Branco

Capítulo 3

Mal sabia eu que depois de um dos dias mais felizes da minha vida viria tudo transtornar-se, aquilo parecia impossível, era demasiado para uma criança. Isso começou com o meu aniversário, acordei toda entusiasmada porque era princesa por um dia. Desci as escadas a correr e na cozinha estava a minha mãe a preparar o meu pequeno-almoço, umas torradas acompanhadas de leite com morango e depois de me sentar na cadeira ela beijou-me a testa e deu-me os parabéns.

Como não havia sinais do meu pai, perguntei à minha mãe sobre isso e ela respondeu que ele foi buscar a minha prenda mas de repente a campainha toca, só que ainda estou a comer e tenho o meu pijama aos corações vestido. Quando dou por mim, vejo a Alex e o Andy a entrar na sala de estar e rapidamente vou a correr para os cumprimentar mas começo a corar quando vejo ele a olhar para mim e para o meu pijama cor-de-rosa, foi embaraçoso. Ambos traziam um presente para mim contudo só os podia abrir depois de almoço (porque eles vão passar o dia cá mas a Alex irá dormir esta noite na minha casa e será uma festa de pijama para festejar até mais não).

Já são 4 da tarde e estamos na varanda a jogar os três quando a minha mãe nos chama para eu ir apagar as velas e de seguida abrir as prendas, podiam ser poucas mas para mim já significava muito. Quando íamos a caminho da cozinha, o Andy puxa o meu braço e diz-me: "Rose, queria-te dar agora a minha prenda agora, pode não ser tão boa tal como a da minha irmã mas fi-la como carinho só para ti, espero que gostes e que guardes contigo para sempre". Abri a prenda e à primeira não soube o que era aquilo e ele explicou que era uma conta em forma de estrela para pôr no meu fio e cravou um "R" e por trás um "A".

Adorei aquele presente, estive quase a beijar um rapaz pela primeira vez só que o meu pai veio ver se estava tudo bem e começámos os dois a rir e acabámos por nos dirigir em direção ao bolo de chocolate feito pela minha mãe. Apaguei aquelas velas que tinham várias cores tal como um arco-íris, pedi um desejo, mordi a cera e o bolo foi cortado em fatias. Fomos para a sala abrir as prendas e a primeiras foi a da Alex. Enquanto a coroa me estava sempre a cair, não desisti em tê-la e nem hesitei em abrir: ela deu-me um mega conjunto para as minhas bonecas vitorianas (já são passadas desde as mãos da minha bisavó até que agora estão em minha posse).

O Andy para além daquela conta que me deu, também me ofereceu uma roupa de pirata para o meu ursinho, era simplesmente adorável e ri-me tanto. Por fim, foi a dos meus pais e até parecia mentira porque eles deram-me um daqueles conjuntos de cozinhas e assim e era gigantesco! Aquilo ocupava-me cerca de 1/4 do meu quarto e certos objetos eram mais altos que eu, sentia-me como uma formiga!