Capítulo 8

9 1 4
                                    

Agora já estávamos mais velhos, chegámos ao liceu. Tudo continuava a mesma exceto alguns lapsos por minha parte mas mais controláveis, finalmente posso sentir-me mais normal. Pode-se dizer que infelizmente o Andy e o Mason ficaram em turmas diferentes em relação a mim e à Alex. É estranho porque é a primeira vez que todos estamos separados mas um dia no fim-de-semana todos nós podemos organizar uma saída e passarmos um bom bocado. Naquela sala grande havia muitas caras que ambas não conhecíamos e lá estavam raparigas a limar as unhas e a mascar pastilha elástica e os rapazes estavam a conversar uns com os outros ou a mexer no telemóvel e havia um deles que estava a olhar para mim e lançou-me um sorriso amigável.

Nós duas sentámos perto uma da outra depois de serem chamados os nossos nomes e o misterioso rapaz estava mesmo à minha frente. Quando a aula terminou, eu e a Alex saímos para ir ter com o irmão dela e o Mason (já disse que ele é um rapaz mulato? Ele é simpático e prestável) e enquanto isso ouço alguém a chamar por mim a gritar: "Rapariga de branco, espera, deixaste cair o teu livro", quando olhei para trás era ele e depois de ter corado um bocadinho agradeci-lhe e de seguida ele disse que se chamava Max e como boa educação que me foi ensinado disse-lhe que me chamava Rose mas a Alex interrompeu e chamou por mim, embaraçosa como estava comecei a gaguejar e a dizer que tinha de ir andando, aposto que foi tão estranho para nós dois.

A Alex como está sempre a par das últimas noticias e bisbilhotices disse-me coisas sobre ele: chama-se Max Johnson, é jogador na equipa de basquetebol, é aluno medíocre e de resto não prestei atenção e não faço ideia porquê, parecia que eu tinha a cabeça na Lua. De relance vejo-o com o seu grupo de amigos e estava lá uma rapariga juntamente com eles e pensei para mim mesma que poderia ser a namorada de algum dos rapazes do grupo. Só ouço a Alex a estalar os dedos e a gritar para prestar atenção e pela cara dela acho que já percebeu a situação, ela perguntou se depois das aulas eu podia ir a casa dela para fazermos os trabalhos de casa e depois ela tinha ir para o ballet e disse-lhe que com certeza iria.

Quando ia arrumar o tabuleiro, a miúda que tinha visto antes foi contra mim e berrou porque a sua roupa cara estava suja e pedi-lhe desculpa, no entanto isso não foi suficiente e ela fez de propósito e sujou a minha camisola branca e disse-me: "Agora já não te sentes tão especial, não é novata?", colocou os óculos de sol e foi-se embora rindo. Ótimo, agora que tenho molho do esparguete na minha camisola o que é que vou fazer? Pedi licença à minha melhor amiga e levantei-me para ir à casa de banho tentar tirar a nódoa. Quando entrei e tentei tirar aquela coisa maldita dali, tive um ataque de fúria e quem diria que por ali no corredor estava o Max a passar e ele ouviu a minha voz e perguntou o que aconteceu e eu contei-lhe o que se passou com a miúda loira e a mancha na minha camisola.

Ouvindo o que aconteceu, o Max esclareceu as minhas dúvidas: a rapariga loira é a Candace Westminster, uma miúda com mania que é a mais popular e dá para ver que é mimada. Ela também anda sempre atrás dele e a atirar-se ao Max e quer que sejam aquele "casal maravilha" da escola para os outros roerem de inveja. Agora que estava tudo claro, a voz dele foi cada vez mais distante e fiquei preocupada mas num instante cá estava ele e bateu na porta perguntando se podia entrar para me entregar uma coisa: foi buscar ao seu cacifo uma das suas camisolas para mim, e pelos vistos o Max guarda uma caso precise de usar uma que não esteja toda suada. Era azul mas não fazia mal, era tão linda e depois de a vestir ri-me porque me ficava um pouco grande e agradeci-lhe pela sua generosidade.

A Rapariga de BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora