Capítulo 1

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O meu nome é Rose Starling, sou apenas uma jovem que não teve uma vida fácil e constantemente questiono a minha existência. Não orgulho de coisas que me aconteceram ao longo dos anos e culpo-me por ter nascido com este elo que só me tem torturado e fazer sofrer. Para tal compreensão, é melhor recuar dias posteriores à minha vinda ao mundo.

Antes do meu nascimento, os médicos informaram os meus pais de que eu podia nascer com uma doença, e assim se prepararam para o que fosse necessário. Chegou o dia, as águas rebentaram e a minha mãe foi logo para o hospital acompanhada com o meu pai, demorou um pouco o parto mas valeu a pena. Eles olhavam para mim com muita gratidão e felicidade, posso não ter nascido numa família abastada mas tudo o que estava ao alcance deles, davam-me sempre que podiam.

Depois dos médicos me verificarem, entregaram-me aos braços da minha mãe e disseram para daqui a uns meses voltar ao hospital para me fazerem análises. Ouvidas esta informação, confirmaram uma data que seria não só mais acessível mas como também fosse para que tivesse uma idade adequada de modo a que não ficasse tão frágil.

Passado uns meses, levaram-me ao consultório para os tais exames e o resultado não foi bom: tenho uma doença misteriosa a manifestar-se dentro de mim e a única opção que tenho é tratamentos experimentais, não se sabe até que idade terei de continuar a ser cobaia. Os meus pais não aguentavam este peso nas suas consciências porque não havia nada que eles pudessem fazer para me curar. Fora esse obstáculo, era um bebé normal tal como os outros e fui crescendo com uma aparência simples: lembro-me de ver o meu álbum de fotos e quando era pequenina tinha uns totós a embelezar o meu cabelo preto, que segundo a minha mãe era muito parecida com a Branca de Neve.

O meu pai dizia que andava sempre com um sorriso na cara, e acho que nessa altura onde ainda não tinha consciência das coisas era a fase mais segura. Fui ficando mais crescida, aprendi a falar e a andar, a primeira palavra que disse foi mamã e passei por essas fases de desenvolvimento de uma pura e inocente criança. A próxima etapa era ir para a creche, era estranho ver outras pessoas como eu e que não passassem por o que eu estou a passar. A professora no dia da apresentação disse que era uma menina muito especial por causa da minha doença, mas é claro que não revelou essa parte aos meus colegas porque ainda não tinham compreensão.

A Rapariga de BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora