Capítulo 6

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Finalmente pude crescer "normalmente", irei para a escola com os meus amigos, mas terei de cumprir a terapia do branco, fora isso aconteceu algo na minha vida que mudou para sempre: fui aceite numa escola de música. A minha audição foi um sucesso, pelos vistos gostaram da minha melodia que foi tocada no piano (tive umas aulas enquanto estava no hospital e afirmaram que tinha talento para tal), prometi-lhes inscrever numa academia e consegui!

Estava tão entusiasmada por começar a escola, já tinha tudo preparado: estojo, canetas, cadernos, mochila e não me podia esquecer do espanta-espíritos, é o meu amuleto da sorte. Entrei no autocarro juntamente com a Alex e com o Andy e sentámos lá ao fundo para que pudéssemos estar juntos, eu estava no meio e perguntei-lhes se alguma coisa tinha mudado, ela respondeu que continuava a praticar ballet e quer seguir o sonho de bailarina e o irmão respondeu que quer se tornar num cientista  e começámos todos a sorrir porque o gangue estava reunido outra vez.

Chegámos à escola, era enorme e tinha uma grande entrada, infelizmente as outras crianças estavam sempre a empurrar umas às outras, quer para sair do autocarro, quer nos corredores. Todos nós tínhamos um cacifo para uso pessoal e exclusivamente para colocar as coisas da escola, quando era os intervalos o caos estava presente. Acho que o pior foi quando entrei na sala de aula pela primeira vez porque todos questionavam-se acerca da minha maneira de ser contudo havia sempre um grupo de rapazes e raparigas que estavam sempre a meter-se comigo por tudo e por nada.

Nos primeiros dias pareceu tudo normal mas passado cerca de 1 mês e meio as questões foram-se levantando e até no dia da apresentação do meu livro no final só houve perguntas idiotas e uma delas era o porquê de eu usar sempre branco, no entanto a resposta que dava era a mesma do costume: porque gosto de usar branco, é uma cor que me transmite paz e tranquilidade. Eu sabia que mentir era errado e imoral, contudo não queria passar pelo mesmo que passei no passado, decidi então que tinha de manter este segredo o máximo que podia e os únicos que sabiam era a Alex e o Andy, confio plenamente neles pois nunca me desiludiram e sempre estiveram a dar-me apoio mesmo quando estava no hospital, onde aquilo parecia o inferno.

Depois das aulas eu e a Alex íamos para minha casa ou para a dela (era como se fossem turnos), fazíamos os trabalhos de casa e depois de um lanche merecedor dirigiamo-nos para o meu quarto, onde apesar de ser tudo branco ainda havia lugar para a imaginação. Quanto ao Andy, ele arranjou um novo amigo da nossa turma chamado Mason no entanto é bom para ele não estar sempre com raparigas, só espero é que ele não se tenha cansado de nós.

A Rapariga de BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora