Capítulo 10

7 1 4
                                    

Está tudo uma confusão na minha cabeça e parece-me que a única maneira de comunicar com "ela" é através de sonhos. O meu coração está bastante acelerado quando vejo os dois, não consigo escolher entre eles mas de qualquer forma o Max não estaria interessado numa rapariga como eu. Cheguei um pouco atrasada à escola, mas felizmente foi antes do último toque, entrei rapidamente e todos começaram a olhar para mim com uma cara estranha e tal coisa não me admirava devido ao que aconteceu ontem.

Tudo o que estava a acontecer parecia um filme, mas é claro que era a realidade. Saímos da aula de Inglês e quem estava a fazer sinais no meu braço era ele: o Max. Perguntou se eu estava bem, até porque me via mais pálida do que era, tipo como se tivesse visto um fantasma e eu respondi-lhe que sim mas agora a minha preocupação era para com o Andy, espero que não lhe tenha acontecido nada. Ele estava a falar com a irmã e eu logo puxei pelo seu braço e arrastei-o até ao canto do muro para poder conversar com ele. Como esperei, deu-me um pequeno sermão pelo que fiz mas acabou por se acalmar, depois do sucedido o Andy contou-me que quase fez explodir o laboratório da escola porque se enganou num componente a misturar e pelo que eu sei ele nunca se engana a fazer as fórmulas, muito menos a pôr os ingredientes. Se bem o conheço, estava a pensar noutra coisa e claramente não estava concentrado na experiência, o que faz com que me surja umas teorias.

A campainha já estava a tocar para dar o fim do intervalo e tínhamos de separar caminhos novamente, de acordo com os nossos horários ele terá matemática e eu terei Educação Física. Na minha opinião, acho matemática uma confusão ao contrário de artes e música porque é o meu elemento e é algo que compreendo mas também não me saio mal no desporto, bem, depende deles. Obviamente nos balneários o que se ouvia era raparigas a fofocar e tudo mais, após me dirigir para o ginásio começou o aquecimento básico e não era de espantar que a Candace me desse encontrões e tentasse fazer com que caísse mas é claro que tinha sempre a Alex a ajudar-me, simplesmente adoro aquela miúda! O professor fez com que jogássemos basquetebol e lá estava a pirralha mimada a atirar-se ao jogador principal mas ele estava sempre a afastar-se dela e ainda bem (mas que raio acabei de dizer?). A Sra. Miller fez as equipas e calhou-me a mim e à Alex estar na mesma equipa já que ela uma vez criticou o facto de jogarmos bem e termos sintonia para trabalhar em conjunto.

Quem estava na equipa adversária era o Max e ele estava com um olhar matador, dava-se para ver que aquela era a habilidade dele, no final de contas até acabei por fazer frente a ele no jogo, mas admito que foi difícil. Quando já estávamos todos de partida para os balneários, ele dirigiu-se a mim e disse que até era bastante boa para quem não pratica regularmente, e é claro que quem ficou verde de inveja foi a Candace, que se esforçou com o seu novo conjunto de ginástica para lhe impressionar, mas o que ela quer sei eu. Até que enfim acabou mais um dia de aulas mas quando já estava distante da escola lá estava aquela víbora e mais as amigas delas a tentar provocar, eu estava a esforçar para que "ela" não saísse mas feliz ou infelizmente acabou por sair à mesma, no momento em que desvaneci, já não é comigo mas sim com aquela doida.

Assim que voltei a recuperar a consciência, só vejo as raparigas a fugir assustadas e a gritar, mas acho que desta vez passo porque já estavam a pedi-las. É claro que a primeira coisa que fiz foi ver se mais alguém estava a assistir e ninguém parecia estar por perto. Entrei em casa e tive de fingir que estava tudo bem, a minha mãe estava a lavar os pratos e perguntou-me como tinha corrido a escola e disse-lhe que correu bem. Fui até ao meu quarto e para me acalmar comecei a tocar piano, dependendo do meu estado de espírito posso tocar melodias mais pianíssimo até chegar ao forte, a rapidez também é um dos fatores assim como as notas que toco podem dar origens a músicas mais felizes e outras mais melancólicas ou então nostálgicas. Se há uma que nunca me canso de tocar é o Canon em D, não sei porquê mas deixa-me sempre tão animada, e normalmente associo-a a casamentos apesar de não conseguir pensar muito nesse assunto, talvez porque nunca me imaginei no lugar da noiva apesar de ter uma ideia de mais ou menos querer ter.

O dia terminou e depois de ter ajudado os meus pais a arrumar a mesa e ter feito os trabalhos de casa dirigi-me para o meu quarto para ir dormir, escovei os dentes, vesti o meu pijama branco e deitei-me na minha cama, mas de repente fui puxada outra vez...

A Rapariga de BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora