Capítulo 5

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Isso queria dizer que não podia ver nem os meus pais ou os meus amigos? Infelizmente sim, e não conseguia controlar isto por mim mesma, mesmo que tentasse parecia que alguns esforços eram impossíveis. Já se passaram uns dias e na minha direção vem um médico a dizer que preciso de fazer uns exames para descobrir a origem do despertar desta "coisa" mas eles já tinham uma teoria: era algo psicológico, como se estivesse a dar ordens no meu cérebro sem a minha autorização.

Fui ligada a uma máquina e puseram-me uns fios assustadores na minha cabeça, no entanto para me animarem disseram-me que era para eu imaginar que fosse uma coroa e quem diria que resultou! Primeiro fizeram perguntas para ver se encontravam alguma coisa estranha no meu cérebro através de um sistema de cores, na altura não percebia bem o que era mas parecia um monte de arco-íris. As questões que me colocavam eram imensas e uma delas foi se houve alguma coisa que me chateou ou aborreceu antes de chegar a estas instalações e respondi que recentemente ouvi o meu pai a falar com um homem acerca da hipoteca da casa, estava sempre a aumentar e ele ameaçou-o de nos despejar.

De repente tudo começou a ficar escuro e perdi o controlo do meu próprio corpo e quando dei por mim estava de novo no meu quarto, perguntei se tinha passado o mesmo que aconteceu da última vez e a resposta que me deram foi que se está a agravar. Afinal a fonte desta coisa está na minha fúria, se vejo uma ameaça ou algo que não me faça sentir bem passo para esse "modo de defesa". Os meus pais já foram informados do sucedido e um dos pediatras sugeriu um método pouco ortodoxo que consistia num sistema em que tudo teria de estar branco, é uma cor neutra e não demonstra qualquer sentimento negativo. Concordei com esta abordagem essa mesma envolvia mudar tudo, desde a minha roupa até ao meu ambiente. 

Todos concordaram com a ideia, decidiram experimentar este método por três meses e enquanto isso os meus pais iriam remodelar o meu quarto caso fosse um sucesso. Esse tempo passou a correr e o resultado foi positivo: as minhas crises de fúria assassina decresceram significamente e decidiram que poderei ir finalmente para casa. Há muito tempo que não sentia o aroma da minha rua, ver as crianças a brincar e o meu lar estava intacto, mal entrei e estava uma festa só para mim e a família Flanagan (respetivamente da Alex e do Andy). Fui logo a correr para os braços deles, receberam-me calorosamente e nesse dia chorei tanto de alegria, nunca perdi a esperança de voltar.

A Rapariga de BrancoOnde histórias criam vida. Descubra agora