Capitulo 11- Ataque inesperado

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A noite havia caído e cada minuto que passava eu ficava mais ansiosa para encontrar a minha mãe. Todos foram para o tal esconderijo e como eu estava muito nervosa Alvaro não me deixou entrar no portal, porque segundo ele, se um pessoa não treinada entrar no portal com as emoções alteradas ela poderia ficar presa ou pior perdida em um mundo paralelo, vagando entre os mundos sem chances de saída. Por isso ele encarregou Jace de me levar para onde eles estavam, onde eu não fazia ideia de onde seria. Eu não sei porque as pessoas tem essa mania de me esconder as coisas, até parece que eu sairia correndo gritando aos quatro cantos do Universo que eles estavam escondidos sei lá onde.

Mais sei lá, talvez o problema esteja comigo mesmo, talvez tenha ver com a voz que falava comigo, agora sei que era o meu pai, não sei como ele conseguiu entrar em contato comigo, mais parece que ele tem esse poder de entrar na mente das pessoas. E se ele estiver me monitorando, agente tem mais que ter precaução mesmo, nunca se sabe o que aquele doido faria conosco.

- Está tudo bem Nick? - Jace pergunta sem tirar os olhos da estrada.

Ele está dirigindo o meu carro, por segurança obvio, no estado de nervos que me encontro não poderia dirigir nem carrinho de super mercado.

- Emocionalmente mais calma. - Sorrio. - Mais estou com frio. 

Jace diminui a velocidade do carro e começa a tirar sua jaqueta. Olho para ele sem entender e ele me estende a jaqueta para mim. - Sorrio ainda mais com a gentileza dele.

- Hum que cavalheiro, muito obrigada. - Digo ele assenti, fazendo continência como os soldados fazem. Sorri com o gesto dele e fez o mesmo.

- Cuida da minha jaqueta, ela  é muito especial para mim, foi me presente do meu primeiro professor no Instituto, quando me formei na academia. - Ele sorrio e eu pude ver no seu sorriso o quão importante é esse professor para ele.

- Ele é muito importante para você, não é mesmo?

- É sim, ele foi como um pai para mim, ele me ensinou tudo o que eu sei, esteve ao meu lado, me orientando e me dando broncas quando preciso. Ele foi o meu melhor amigo, quando ninguém mais... - Jace desviou seu olhar para a estrada e eu segurei em sua mão, o incentivando a continuar. Ele respirou fundo e apertou minha mão delicadamente e continuou.

- Digamos que eu não era o mais querido da turma, por causa das minhas habilidades, eu sempre peguei as coisas muito mais rápido que todos os alunos da classe. Eu me esforçava para aprender, estava sempre treinando, sempre estudando, enquanto todos se divertiam, saiam e brincavam, eu estava sempre focado. Com 10 anos de idade, eu sabia usar o poder de todas as runas, enquanto uns incendiava a mesa do laboratório, eu dominava os elementos com a palma da mão. Todos os professores me admiravam, todos se orgulhavam do meu potencial, então o Diretor do Instituto, teve que me avançar de série, porque eu não me encaixava em nenhuma turma, pois eu era adiantado. Com o tempo acabei me tornando o melhor e isso não era bem visto aos olhos dos colegas de classe. Enquanto eu deveria estar na quarta série com 10 anos, eu estava na sétima, três anos adiantado e me formei com quatorze anos. Quando os demais da minha idade, se formaram com 17 anos.

- Nossa, isso é incrível. - Digo assustada e orgulhosa ao mesmo tempo. - Então você era uma criança prodígio. - Digo e ele sorri, acho lindo seu sorriso.

É tão sincero quando de uma criança. É muito melhor ver Jace assim, descontraído e não com aquela pose de líder sério, ele é muito mais real quando está assim, acho que ele é muito mais verdadeiro, mais ele mesmo. Tenho certeza que ele não deve ter momentos assim, afinal pelo o que ele acaba de me revelar, ele deveria ser uma criança sozinha, por conta da sua habilidade de aprender as coisas rápidas, ele não fazia isso para ser o melhor, ele simplesmente era. As pessoas o excluía por ser mais inteligente que eles.

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