Capítulo 14- O despertar do Trovão

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Ruelle - Storm

Minutos depois que Joseph saio do quarto, Eva veio me buscar para o café da manhã. Desde que saímos do "meu" quarto, não deixo de reparar nos detalhes daquele corredor enorme e nas inúmeras portas, no final do corredor uma grande porta de madeira me chamou a atenção, pois ela é totalmente diferente das demais. Foi quando percebi que havíamos chegado as escadas, parei de andar e Eva parou para me olhar.

- O que foi menina? - Indagou a Eva. - Precisa de algo?

- Não deixei de observar aquela grande porta no final do corredor, o que tem ali, Eva? - Digo baixo apenas para ela escutar. Não quero correr o risco de alguém me pegar no flagra, fofocando com a empregada.

- Não sei, porque simplesmente é o escritório da madame Miranda, não ouso curiar nas coisas dela e só quem tem acesso aquela sala é ela mesma ou seu criado particular. - Ela disse e eu assenti. -É lá que devo ir. - Penso.

- Não seja curiosa de mais, sabe o que acontece com pessoas curiosas aqui? - Balanço a cabeça negando. - Elas morrem! - Eva diz em um tom sombrio. Seus olhos ficaram escuros, como se ela tivesse possuída. - Vamos os patrões odeiam esperar.

Engulo em seco e voltando a andar as pressas. Eva continua o percurso na minha frente sem dizer mais nenhuma palavra. Será que todos os empregados daqui são amaldiçoados. Bom a maioria que eu vi, tive essa impressão de terem algo sombrio rondando-os. Mais vendo de quem é o castelo eu não duvido. Na verdade eu não duvido de mais nada nessa vida.

Descemos uns dois lances de escada, estávamos no segundo andar e até chegar no térreo onde fica as salas, eu teria tempo o suficiente para analisar cada detalhe dos andares. É realmente muito bonito, a decoração é clássica mais com um toque de modernidade. As obras de arte são as mais lindas que eu já vi, elas podem me mostrar mais do que quero saber, só preciso memoriza-las e ter tempo para analisa-las, o que é quase difícil, porque sempre tem alguém me observando. Mais não impossível, preciso arrumar algo para fazer enquanto estiver nesse lugar.

Ao chegar no piso térreo, eu percebi o quão de fato aquele castelo é gigantesco. O hall de entrada é do tamanho da minha sala de estar se não maior. Ao adentrar a mais um corredor, vi que havia mais algumas portas, para enfim chegar a sala de jantar. Se eu não tiver cuidado, me perco facilmente. Ainda bem que a minha memória é quase fotográfica, me guiarei pelas obras de artes, é a minha técnica infalível para não me perder nesse lugar.

- Menina. - Eva se põe ao meu lado, antes de entrarmos no grande salão. - Sente-se ao lado direito do seu pai, ao lado do menino Joseph, não questione, só faça o que eu diga e só abra a boca quando for necessário. - Ela diz séria e eu assinto.

Percebo que estão na grande mesa, Winchester na ponta, uma cadeira vazia ao seu lado direito. Joseph e a sua frente uma mulher de cabelos negros. No final da mesa há um senhor. Os lugares restantes estão vazios, me aproximo e Winchester se levanta.

- Querida, queira se sentar ao meu lado. - Ele diz sorridente, repreendo a vontade de socar sua cara e apenas assinto, me sentando no lugar onde Eva havia indicado. - Agora só falta Lysandre para completar a família. - Meu estomago revira ao ouvir esse nome, será que estão falando do vampiro?

- Aquele ingrato sabe que fazemos questão de fazer as refeições em família e mesmo assim se atrasa. - A mulher diz e o senhor da ponta pigarra, acabo lançando meu olhar para ele. Elegante, imponente e aparentemente muito severo.

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