Changes || z.m

Capítulo 23 // Zayn

Londres, 28 de Junho de 2016.

[a l g u m a s h o r a s a n t e s]

[ Z A Y N ]

"Caralho, Malik, aonde colocaste a merda da pasta vermelha? Porra!" Grito, com raiva de mim mesmo, e ouço a minha voz soar pela casa silenciosa do Robert Horan.

Olho para o relógio grande pendurado na parede do escritório luxuoso e vejo que está perto da hora de ir buscar a Alisson na Universidade, mas antes de ir fazê-lo tenho que achar a maldita pasta vermelha que jurava ter posto sobre a grande mesa de madeira, não posso perder essa pasta, tenho que entregá-la para os acionistas da empresa amanhã de manhã. Abro a primeira gaveta da mesa novamente, mas não acho nada, procuro na segunda gaveta e lá só tem papéis, puxo a terceira e última gaveta e vejo a mesma coisa que vi na segundaa, um monte de papéis. Retiro todos os papéis da gaveta e acho a pasta vermelha, puxo-a e coloco-a na mesa. Sento-me na enorme cadeira, que fica atrás da mesa do escritório e abro a pasta, pego os papéis que estão dentro da mesma e começo a lê-los para ver se está tudo certo.

Um papel cai no chão assim que puxo a próxima folha de ofício e me abaixo para pegar o mesmo, assim que vejo o que está nesse papel meus olhos se arregalam. São passagens. Passagens para o Canadá. Voo 33756. Primeira classe. Data de embarque: 03/05/2016. Com o nome do senhor e da senhora Horan. Mas que porra é essa?

Milhões de perguntas passam pela minha cabeça, mas não acho respostas para nenhuma delas. Pego o meu laptop para procurar a data da suposta viagem para tentar descobrir algo, e vejo que realmente teve um voo para o Canadá no dia 03 de Maio.

Passo minhas mãos em meu cabelo e apoio meus cotovelos na mesa colocando minha cabeça em minhas mãos.

"Pensa, Javadd."

Uma pessoa precisa de passagem para poder viajar, então se as passagens deles estão aqui... eles não viajaram. Mas por que mentir para todos? Eu mesmo os levei até o aeroporto.

"Porra, Zayn, como deixaste passar?" Fecho minha mão em forma de punho e bato-a contra a mesa, enervado.

Levanto da cadeira e vou até o outro lado do escritório para pegar a minha mochila preta que está do lado da porta, abro-a e tiro de lá uma pequena pasta preta, tiro alguns papéis da mesma e pego um pequeno papel em que escrevi o número dos cartões de crédito do senhor Horan. Vou até a cadeira novamente e pego o laptop. Procuro o lugar aonde foi realizada a última compra e vejo o nome do restaurante Gordon Ramsey.

"Isso aqui é em Londres e a data é de ontem às oito horas da noite. Mas por que inferno eles estão a mentir?" Pergunto, frustrado, a mim mesmo.

Fecho o laptop e encosto minha cabeça na cadeira. Levo minhas mãos ao meu rosto e esfrego o mesmo, sinto meu relógio raspando em minha bochecha e lembro-me de uma coisa. Porra! Tiro minhas mãos do rosto e olho para o meu relógio, alarmado, vendo que o mesmo marca dez e vinte da noite, a Alisson deve estar a me esperar. Levanto da cadeira em um pulo, pego a chave do carro, minha jaqueta preta e vou em direção à porta do escritório. Entro no carro, assim que chego na garagem, e sou partida. Avanço os sinais e corro o mais rápido que posso até a UCL. Não demoro a chegar, mas não a encontro na frente da Universidade como combinamos mais cedo. Dou duas voltas com o carro pela rua e olho novamente para o lugar que a deixei mais cedo, mas não a vejo. Pego meu telemóvel e disco o seu número. Uma, duas, três, cinco, sete, nove. Liguei-lhe nove vezes e ela não atendeu nenhuma vez.

"Aqui é a Alisson, estou ocupada no momento, então deixe a tua mensagem após o sinal que assim que puder eu retorno." Ouço o barulho do beep mais uma vez e desligo o celular, o jogando contra o estofado macio do banco do carro, o mesmo pula e cai no chão do carro.