CAPÍTULO 32

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Era domingo e em vez de dormir até tarde como costumava ser hábito já estava às voltas na cama desde as seis da manhã. Precisava de dormir mas cada vez conseguia dormir menos. Era como se o meu corpo gritasse por descanso mas ao mesmo tempo lutasse contra o mesmo tal como as crianças. Ouvi o telefone a tocar e atendi sem sequer ver quem era.

"Por favor diz-me que não te acordei!" ouço a voz do Shawn.

"Quem me dera," digo.

"Acordaste a que horas, babe?" pergunta.

"Desde as seis da manhã que estou às voltas na cama e nem sei porquê!" digo e ele suspira.

"Estás a ligar porquê? Tens saudades?" brinco tentando desconversar.

"Sim e porque tenho uma proposta. Os meus pais convidaram o teu pai para comer panquecas e surpreendentemente ele disse que sim! Eu pensei que podíamos ir sair. Cinema e jantar, parece-te bem?" pergunta e, embora não quisesse sair de casa, não lhe podia dizer que não especialmente depois de ter passado a semana toda um bocado afastada dele.

"Claro que sim," digo.

"Não pareces entusiasmada," murmura.

"Estou só cansada mas quero mesmo ir!" insisto.

"Tens a certeza?" pergunta e eu só queria bater-me por tê-lo feito sentir-se mal.

"Absoluta, amor!" digo tentando parecer mais ansiosa porque a culpa de eu só querer estar fechada em casa não era dele.

"Então vemo-nos daqui a umas horas." diz e desligamos depois de nos despedirmos.

Quando era hora de almoço o meu pai chamou-me e fomos os três comer juntos o que não acontecia frequentemente.

"Hoje vamos à casa dos Mendes," ele diz depois de começarmos a comer e eu afirmo com a cabeça.

"Mal posso esperar!" a Catarina diz entusiasmada.

"Podes praticar o teu inglês," pisco o olho.

"Já começo a saber muitas coisas!" ela diz sorridente.

"O Shawn é um bom professor não é?" pergunto.

"O melhor! Ele também está a aprender português. Antes não te podia contar mas agora já sabes," ela encolhe os ombros.

"Como é o português dele?" pergunto curiosa sabendo que ele não ia querer falar português comigo até ter a certeza que o sabia fazer bem.

"Tem um sotaque engraçado mas já sabe dizer muitas coisas!" ela diz.

"Tens que o convencer a falar português comigo!" peço.

"Vou tentar," promete e eu dou-lhe mais cinco.

"O Shawn tem andado a ajudar?" pergunta demonstrando que de facto andava distante de tudo. Isto era o tipo de coisa que ele saberia se falasse connosco mais frequentemente ou se quisesse saber um pouco das nossas vidas.

"Sim, ele quis ajudar. A Karen vai sempre buscá-la à escola e ele ajuda-a. Já andam nisto há mais de um mês," murmuro.

"Está a funcionar?" pergunta-lhe e ela afirma.

"Tenho que agradecer-lhe," diz.

"Pois tens," digo secamente.

"Ah, eu vou convosco mas não vou ficar lá. Vou sair com o Shawn," digo e ele afirma com a cabeça.

"Encontro?" a minha irmã pergunta toda sorridente.

"Quanto a isso, eu e o Shawn namoramos." digo ciente do quão constrangedor dar-lhe as notícias daquela maneira era.

Make this place your home (Shawn Mendes)Onde histórias criam vida. Descubra agora