AN GORTA MÓR

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AN GORTA MÓR (A GRANDE FOME NA IRLANDA)

A batata chegou à Irlanda como planta para decoração. No entanto, mais tarde, ela tornou-se a fonte principal de alimentação para o povo irlandês.

Em 1840, um fungo chamado Phytophthora insfestan (míldio-da-batateira), infestou as plantações, e em 1845 a Irlanda se viu numa situação ainda pior do que aquela a qual vinham enfrentando durante anos. As lavouras de batata foram destruídas pelo fungo que devastou-as, deixando os irlandeses numa completa miséria.

Além da pobreza, a maior parte dos irlandeses sequer possuíam terras, pois a maioria delas pertencia às famílias anglo-irlandesas e inglesas. Essas famílias inglesas eram também denominadas "aristocratas ausentes", pois, embora fossem donos de muitas propriedades por lá, incumbiam agentes para administrá-las e sequer as visitavam.

As condições de trabalho desse povo também não eram das melhores e eles sofriam muitas privações. As moradias não os protegiam do mau tempo e as condições de higiene eram totalmente inadequadas. Os arrendatários das terras extorquiam seus inquilinos e a relação dos empregados com os patrões era, compreensivelmente, hostil.

Devido a todo o desespero causado por acontecimentos funestos, ocorreram imigrações gigantescas para outros países. Pessoas iam para a América - Estados Unidos e Canadá - em embarcações conhecidas como "navios-caixões". "Os navios marcavam sua passagem com uma rota de mortos atirados ao mar"¹.

Medidas, no entanto, foram tomadas para tentar reverter àquele triste cenário. O Reino Unido não ficou parado e se mobilizou para ajudar os irlandeses. Eles reuniam os pobres e doentes em asilos para alimentá-los distribuindo sopas. Mas aquilo não provou ser uma medida eficiente, pois, ao colocar todos num mesmo local, aqueles que não estavam doentes, acabavam contagiando-se.

O império Otomano foi um dos que se compadeceram da situação irlandesa. O sultão Abd-ul-medjid I estava disposto a enviar 10.000 libras para contribuir, no entanto, a rainha Victória solicitou que fossem enviados 1.000, já que ela mesma havia enviado 2.000. Embora tenha acatado à solicitação, sem que ninguém soubesse, o sultão enviou três navios com provisões. Os navios quase foram impedidos pelos ingleses de chegar ao seu destino, a baia de Drogheda, mas os marinheiros Otomanos conseguiram cumprir sua missão.²

Não é possível ter uma precisão exata, mas calcula-se que um milhão de pessoas morreram de fomes e doenças e até 2005 a população ainda não havia atingido a faixa de pessoas que habitavam no país antes da grande fome.

Bibliografia:

1493 - Descoberta do Novo Mundo que Cristovão Colombo Criou: Por Charles C. Mann¹.

Wikipédia - A Grande Fome na Irlanda.

Wikipédia - A Grande Fome na Irlanda, Ajuda Otomana, (fontes no texto do site)².

A História e Suas Epidemias - a convivência do homem com os Microorganismos por: Estefan Cunha.

Historia viva - A grande Diáspora Irlandesa por: Pierre Joannon.

Mundo - A Grande Fome da Batata por: Voltaire Schilling.

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Pessoal, eu pretendia colocar essa nota apenas no final da história, mas resolvi adiantar aqui algumas informações sobre A Grande Fome na Irlanda. O fungo arrasou as plantações de batata e, como a maioria das famílias vivia delas, muitas acabaram sem ter o que comer e então ficaram fracas e mais suscetíveis as doenças e foram essas outras doenças que causaram as mortes.

Vamos ter apenas mais meio capítulo com o Edward na Irlanda. Não vou me estender com a passagem dele por lá, mas achei interessante, mesmo abordando o assunto no livro de forma superficial, que vocês soubessem que eu realmente pesquisei. Eu tirei a maioria das informações dessa bibliografia que passei, mas se por ventura algo estiver incorreto por aqui, vocês podem me avisar. Eu não ficarei constrangida de forma alguma, só peço que, ao fazerem isso, também revelem as fontes porque, afinal, são elas que garantem a veracidade daquilo que se defende.

Até o próximo capítulo.

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