IV

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– SCARLET! ABRA A PORTA! – Eu berrava e batia na sua porta, em plena noite. Eu já estava lá há alguns minutos, e não escutei nem um "Já vai!" nem nada do tipo. Isso era muito estranho... A Scar e o Luke nunca me deixavam esperando. Eu era quase moradora da casa também, assim como eles eram da minha.

Dei alguns passos impacientes na frente da porta, tentando me acalmar. Eu estava apavorada com tudo que aconteceu no Basement, o bar que fui com David. Aqueles homens... Tinha algo muito estranho neles. Estranho e intimidador. Principalmente o do meio, que emanava a maior parte do poder que fez eu e minha loba nos sentirmos inquietas e amedrontadas. Se existia uma coisa que eu nunca havia sentido na vida, era indefesa. E até isso o homem do bar conseguiu. Tanto eu como minha loba estávamos extremamente confusas com tudo isso.

Graças aos vários cheiros diferentes dentro do Basement, nós não conseguimos identificar o cheiro deles. Isso era bom e ruim porque, ao mesmo tempo em que nós não conseguiríamos reconhecê-los ou caçá-los pelo cheiro depois, eles também não poderiam conosco.

Dei uma bufada irritada e fechei meus olhos, contando até dez. Scarlet me deixar esperando já me deixava irritada. Estar completamente amedrontada por causa de um cara e seus dois amigos, que eu nem sequer fazia ideia de quem eram, me deixava furiosa.

Finalmente, quando eu ia começar a socar a porta de novo, a porta se abriu.

Scarlet me olhava com os olhos cheios de culpa e vergonha. Sua blusa estava um pouco torta e amassada, e seu cabelo estava levemente despenteado atrás. Havia um cheiro diferente ao redor dela, mas não prestei muita atenção, estava muito brava no momento.

– B-Becca! Oi! Que, uhm, visita inesperada! – Falou, um pouco sem graça.

– Como assim inesperada? – Falei, já entrando. – Eu sempre venho aqui!

– Eu s-sei, mas, erm, você nem avisou, nem nada...

– E desde quando eu preciso avisar? Poxa Scar, achei que nós fossemos família! Melhores amigas! Nunca vou fazer você ter que avisar quando você vier lá em casa. – Murmurei magoada.

'Só depois que você arranjar um cara com quem trepar.' Falou minha loba, com uma risada. 'Daí nós vamos querer que ela ligue antes de ir batendo na nossa porta.'

Demorou alguns segundos apenas para eu entender.

Olhei mais uma vez para Scar, que tinha um leve rubor nas bochechas. Ela ainda me olhava com uma expressão de quem pedia desculpas. Examinei-a novamente. Seu cabelo desarrumado, sua blusa torta e amassada, suas bochechas rosadas... Agora que eu prestava mais atenção, havia outros sinais. Suas mãos mexendo nervosamente na barra de sua blusa, o fato de ela estar descalça, sua falta de sutiã por debaixo da blusa. E onde estava Lucius? Por que ele não havia aparecido ainda?

Isso tudo sem contar a maior prova do crime, que ela com certeza sabia que eu iria perceber, e ela seria descoberta. O cheiro.

– Scarlet, - Comecei, andando em círculos em torno dela, como um pai que acabou de ler as mensagens de celular trocadas por sua filha e seu namorado. – pode me explicar porque sua casa está impregnada com o cheiro de excitação? – Perguntei, sem rodeios, e ela ficou tão vermelha que eu até achei que ela fosse enfiar sua cabeça na terra, como uma avestruz.

– E-eu, e-eu, eu...

– E onde está Lucius? – Continuei atormentando-a.

– B-bem, Becca...

Não esperei por uma resposta. Corri até seu quarto, mas a porta estava fechada. Quando girei a maçaneta, ouvi a voz do lobo.

– Então, ruivinha gostosa, já mandou a Senhorita Bomba-Relógio embora? Estou louco pra continuar aquela massagem gost-

Dominante [Incompleto]Onde histórias criam vida. Descubra agora