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C###- O que é que vamos fazer? Nenhum de nós é da família...
Kasha- A Ana é, por favor elas são como irmãs... Ainda por cima foram os pais dela que criaram a Jéssica...
C###- Isso não é assim tão fácil, Kasha...

Ter uma conversa destas, numa situação destas, é horrível.
Mal conseguimos dizer uma palavra sem que esta venha acompanhada por uma lágrima, torna-se até inevitável não pensar na pior das hipóteses...

C###- A Ana foi para o mesmo hospital que a ambulância, não podemos deixar o Coimbra sozinho, por isso, só nos resta esperar que ela nos dê novidades
Kasha- Pois... Achas que há alguma probabilidade de ter sido só o carro a levar com o pior?
C###- O que é queres dizer com isso?
Kasha- Pelo que me contaste o carro estava quase desfeito... A Jéssica deve estar muito mal.
Coimbra- O quê?

Oh não! Era suposto o Coimbra estar no quarto, não aqui a ouvir a conversa...

Coimbra- Não pode ser...

O Coimbra deixa-se cair, mais uma vez, no chão. Neste momento, este parece ser o único capaz de o consular.
O Kasha abraça-o e os dois refugiam-se nas lágrimas.

Kasha- Ela vai ficar bem, Coimbra.
Coimbra- Fui eu que lhe fiz isto, ela está mal por minha causa! Se alguma coisa lhe acontecer, Kasha, eu nunca me vou perdoar.
C###- É bom que não...

O Kasha fica incrédulo a olhar para mim. Tenho plena noção que acabei de deixar o Miguel ainda pior, mas a verdade é que se a Jéssica ficar mal para o resto da vida, o culpado será ele e a merda do carro que foi contra ela.

O Coimbra levanta-se e dirige-se a mim.

Coimbra- Tu pensas que isto já não é mau o suficiente? Achas que me orgulho daquilo que fiz? Eu amo aquela rapariga!
C###- Qual delas? É que só podes estar a falar daquela cabra que estava metida na cama contigo!

POV Kasha

O golpe do Cristo foi demasiado baixo, nem eu conseguia levar com uma coisa daquelas.
O Coimbra lança-se para cima dele e desfere-lhe um golpe no lábio.
Tento intervir mas ele já está novamente com as mãos em contacto com a cara do Cristo. Ele é muito lento para alguém como o Coimbra, pego nos seus ombros e afasto-o para longe.

K###- Estás bem, meu?

Dos lábios do Cristo escorrem enormes gotas de sangue. Ele leva o pulso à boca tentando, em vão, afastar aquele líquido vermelho vivo.

K###- Precisas de pontos, temos que ir para o hospital.
Cristo- Estás maluco?! Eu preciso é de ter uma conversa com aquele gajo!
Coimbra- Estás a falar comigo, é?
Cristo- Sim estou! Tu sabes muito bem o porquê de me teres saltado para cima daquela maneira, não consegues ouvir as verdades, Miguel! A Jéssica está naquele hospital porque tu não conseguiste ser quem ela precisava. Fugiste das tuas responsabilidades e tiveste que arranjar alguém para te levar ao que eras antes de seres pai!
K###- Ele não precisa de ouvir isto, Cristo...
Cristo- Precisa sim, Kasha. Se ele não consegue admitir a ele próprio aquilo que fez, precisa. Coimbra, a Jéssica não precisa de um homem como tu. Precisa de alguém que esteja com ela e que a apoie a cem por cento.
Coimbra- Eu sei Cristo, eu sei...

Ficamos os três em silêncio, nenhum de nós queria dizer aquilo que disse ou fazer aquilo que fez.
Não é fácil estar a viver isto, isto pode ser difícil para mim e para o Cristo, mas sem dúvida, que é mil vezes pior para o Coimbra.

Coimbra- Eu tenho noção que errei, o que eu fiz é imperdoável, dadas as circunstâncias. A Jéssica está grávida... Isto é demais para alguém como eu. Não consegui suportar o que me estava a acontecer e quebrei, deixar cair tudo aquilo em que estava a segurar.
Cristo- O mínimo que podes fazer é dizer-lhe isso, se ela quiser ouvir.
K###- E dar-lhe o devido valor, se ela te aceitar.
Coimbra- Porque é que é tudo tão difícil?...

Antes de podermos sequer pensar numa resposta ou refletir à cerca da pergunta, o telemóvel do Cristo dá sinal de chamada.

Cristo- É a Ana! Deem-me um segundo...

Ele afasta-se até à cozinha e nós ficamos na sala...à espera de boas notícias...

POV Cristo

C###- Ana?
Ana- Olá, Miguel.
C###- Como é que estás amor?
Ana- Um bocado mais calma. falei com os meus pais, ele vêm a caminho.
C###- Ainda bem. E já conseguiste que te dissessem alguma coisa?
Ana- Sim, também liguei à família da Jéssica da Inglaterra. Eles ficaram de rastos coitados... Mas autorizaram logo que me dessem todas as informações. E por ?
C###- Não está nada fácil...
Ana- Imagino... Eu amo-te muito, Miguel...
C###- E eu amo-te milhares, Ana. Nunca vou deixar que te acontece nada de mal.
Ana- Eu sei... Olha o médico vem ! Não saias daí, te digo alguma coisa.
C###- Ok

Passo a ouvir apenas barulho de fundo, como se estivesse a sair do fundo de um poço.
Espero o que parecem ser horas, por fim ouço o som de algo a cair ao chão, fico sem sinal de chamada, foi o telemóvel dela...

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Desculpem-me a demora!
Sabem como são as férias, ou não nos apetece fazer nada ou então temos milhares de coisas para fazer...

Deem-me a vossa opinião, o que estão a achar?
Acham que a Ana,
a) Recebeu uma notícia tão boa que teve que largar o tlm para, literalmente, saltar para os braços do médico;
b) Ficou em choque e não suportou qualquer peso, deixando cair o tlm.

Muito, muito obrigada a todas vocês que me deixaram comentários tão bons no último capítulo. Sem vocês esta fic não era o que é, e possivelmente teria acabado :)

Um mega kiss para todos e, por favor, não se esqueçam de votar e de me deixar as vossas críticas,

Desajeitada in love

Amor InesperadoOnde histórias criam vida. Descubra agora