|Prólogo|

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A mulher loira do olhos verdes como o campo observava a mesa que havia preparado para o marido com um sorriso nos lábios. Já tinha um prato na mesa com um cloche, não havia comida escondida, porém, dois sapatinhos de bebê na cor branca. A mulher tinha chegado a pouco tempo da obstetra, onde buscava uma confirmação para o cansaço excessivo, e tudo se confirmou com o teste e o ultrassom. Seis semanas. Essa era a idade do bebê. A mulher contava as horas para que o marido chegasse em casa e soubesse da novidade. Ela poderia imaginar como ele ficaria exultante de alegria.

A mulher foi até a janela da sala e observou o sol se pôr. Contudo, sua atenção foi desviada para duas vans que estavam estacionadas em frente à sua casa. Ela franziu a testa confusa, geralmente esses veículos eram usados para espionagem, mas essas eram pretas ao invés de brancas, as brancas sempre passam despercebidas, porém as pretas davam a impressão de algo perigoso.

A mulher se afastou da janela e seguiu em direção a cozinha, uma sensação de estar sendo observada se apoderou dela e, pela primeira vez, temeu pela própria vida, até porque não era apenas ela agora.

Ela abriu o armário que ficava no alto da pia com dificuldade, por causa da pouca estatura e analisou a brecha que havia na janela da cozinha. Tinha dois homens em sua visão periférica, ela sentiu seu sangue gelar com a possibilidade de alguém querer atacá-la. A mulher retirou uma tigela do armário e levou para a sala de jantar, logo depois seguiu para a porta da garagem que ficava na cozinha.

Assim que chegou na garagem, suas mãos começaram a suar e o nervosismo começou a tomar forma. Foi em direção à parede que ficava pendurado a chave do carro e logo em seguida para a gaveta de armas, pegando uma pistola semiautomática e a recarregando. Entrou no carro e respirou fundo, precisava se acalmar, pois, naquele momento, tudo dependeria dela, a calma iria lhe ajudar a fugir de todos aqueles homens e seu bebê ficaria a salvo. Ela colocou a chave na ignição, parou e lembrou do cinto de segurança, depois de colocá-lo se preparou para virar a chave.

Ligou o carro, passou a mão para a marcha e acelerou. A porta da garagem amassou a frente do carro, mas não foi um dano muito ruim. A mulher colocou ainda mais velocidade no veículo quando virou a esquerda, pelo retrovisor pôde ver os homens correndo até as vans preta, e o começo de uma perseguição.

Ela não conhecia muito bem o lugar onde morava, só sabia que teria que correr e encontrar um local que poderia ser seguro. Talvez o trabalho do marido. Para sua sorte, ela conseguiu adentrar as ruas que não tinham muito movimento, ou seja, nenhum carro atrapalhando a sua passagem.

Pisou ainda mais no acelerador, olhou pelo retrovisor e notou que as vans estavam ficando para trás. Sorriu. Talvez eles tivessem desistido de tentar pegá-la agora. Instantaneamente resolveu que tomaria o caminho até o trabalho do marido, apesar de não saber onde estava. Sua atenção se desviou do espelho e seus olhos se arregalaram ao fitar a sua frente. Uma van preta vinha velozmente em sua direção e não parecia que ia desviar, fazendo com que ela apertasse com força o volante em suas mãos. Os nós dos seus dedos ficaram brancos e a mulher preparava-se para girar o carro, na tentativa de salvar a sua vida e garantir um futuro.

A mulher girou o volante, os pneus gritaram e deslizaram como loucos na pista, fazendo-a sorrir quando notou ter conseguido, o alívio tomou seu rosto. Mas durou pouco tempo. Havia uma rampa logo a frente indicando que a rua estava recebendo reparos. Foi, então, que ela percebeu, nada adiantaria, ela e seu bebê estavam perdidos.

××

NOTA FINAL

Não foi primeiro capítulo, mas já estamos chegando ao dia primeiro, então, resolvi postar o prólogo. Espero que tenham gostado!

Não esqueçam de comentar e votar 😘

Até dia primeiro ❤

Incógnitas | Antes de Tudo, Parte 1 | DegustaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora