33. Consequências

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- ANA FALA COMIGO! . - Jos disse aos prantos. Ele tremia como nunca. Colocou suas mãos em cada lado do meu rosto. - ANA!  - Ele gritou dessa vez. Abaixou a cabeça, não conseguia parar de chorar. - Por favor,  não faz isso. - implorou com a sua voz de choro, olhou pra mim novamente e balançou a cabeça negativamente, enquanto tentava segurar o choro.

Sim, eu estava desacordada. Durante a batida, bati a cabeça com muita força no vidro do carro, fazendo com que eu a cortasse e perdesse uma quantidade enorme de sangue.

Jos pegou o celular, discou o número da emergência o mais rápido que conseguiu.

- ALÔ! EU PRECISO QUE VOCÊS MANDEM UMA AMBULÂNCIA PRA RUA EINSTEN JARK. - Jos nem deixou que a atendente falasse.

- Fique calmo, senhor. - A atendente disse, percebendo o quanto ele estava nervoso.

- EU NÃO QUERO FICAR CALMO! EU SÓ PRECISO DE UMA AMBULÂNCIA AGORA! ACONTECEU UM ACIDENTE.. - Jos começou a gritar, furioso e nervoso.

- Senhor, se acalme ou eu não vou entender o que você está dizendo. - A atendente disse com toda a calma no mundo.

Jos respirou fundo, olhou pra mim novamente, que ainda estava dentro do carro. Desligou o celular e caminhou até mim novamente. Colocou a mão no meu pulso e viu que ainda haviam batimentos cardíacos.

- Eu preciso que você seja forte. Eu não vou deixar nada acontecer com você. Eu prometo...- Jos disse. Consegui me tirar de dentro do carro com muito sacrifício. Me carregou em seus braços e me levou até o seu carro, me colocando no banco de passageiro. Durante o caminho, olhava pra mim na esperança de me ver acordada, mas isso não aconteceu. Eu continuava ali, desacordada. Naquela altura, ele não estava mais chorando. Sua vontade de salvar a minha vida era maior do que qualquer sentimento.

Chegou no hospital em poucos minutos. Estacionou na porta do hospital, abriu a porta do carro rapidamente, voltando a me carregar em seus braços e me levou pra dentro do hospital.

- EU PRECISO DE UM MÉDICO! - Jos gritou, olhando para todos os cantos do hospital na esperança de encontrar um médico por ali.

- O que aconteceu? - Uma enfermeira correu até ele.

- Um acidente de carro.. - Jos explicou. - Por favor, me diga que você pode ajudá-la. - Os olhos de Jos voltaram a se encher de lágrimas.

Alguns outros enfermeiros de aproximaram com uma maca. Me tiraram dos braços do Jos e me colocaram sobre ela. Um médico se aproximou.

- Nós vamos fazer de tudo para salvá-la, garoto. - O médico olhou pro Jos com pena. Um dos enfermeiros começaram a empurrar a maca pra dentro de uma UTI.

- ESPERA! Eu vou com ela.. - Jos correu atrás deles.

- Não, você não pode entrar. - Um enfermeiro o segurou.

- Eu não posso deixá-la.. - Jos tentou passar pelo enfermeiro novamente. - Eu prometi que não faria isso. – As lágrimas escorriam pelos olhos de Jos, enquanto ele ainda tentava passar pelo enfermeiro. - Eu preciso ficar com ela, por favor. - Jos implorou.

- Eu preciso que você se acalme, garoto. Nós vamos fazer de tudo por ela. Nós não vamos desistir dela. Eu prometo. - O enfermeiro tentou acalmá-lo. - Nós vamos vir avisar você assim que tivemos uma posição sobre a situação dela. Tente avisar a família dela. - O enfermeiro saiu, deixando Jos sozinho ali naquele corredor.

Jos viu o enfermeiro se afastar e entrar na mesma sala pra onde eu havia sido levada. Jos levou as mãos a cabeça, entrelaçou seus dedos em seu cabelo. Os olhos ainda estavam cheios de lágrima.

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