34. Pela segunda vez

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- Querido, acorda. Hora de ir pra escola. - A mãe de Jos, tentou acordá-lo.

- Ta, mãe. Já vou levantar. - Jos se espreguiçou. Sua mãe saiu do quarto, sabia que ele realmente iria se levantar.

Jos repensou se faria mesmo aquilo. Não seria fácil entrar naquela escola e ficar lá por 5 horas. Sabia que tinha que ir. Não podia parar a sua vida por causa de mim, mesmo querendo muito fazer isso. Levantou e foi tomar banho. A água do chuveiro nunca pareceu tão fria. Talvez fosse o seu corpo que estivesse quente demais. Cada gota que tocava o seu corpo era como uma agulha perfurando a sua pele.

O que ele mais queria era ter coragem pra saber a verdade. A verdade do por que eu não perguntei sobre ele. Se eu havia me esquecido dele ou apenas estava com raiva. Aquilo estava matando ele.

Saiu do banho e se trocou. Encarou o espelho, enquanto abotoava a camisa do uniforme. Percebeu o quanto parecia mal. Notou o seu cabelo desarrumado e não teve coragem de arrumá-lo. Eu gostava dele daquele jeito e é daquele jeito que ele ficaria.

Prometeu pra si mesmo que tentaria ficar bem. Não queria sofrer por antecedência. Seus amigos estariam lá pra ajudá-lo e isso era a única coisa que o consolava.

- Vamos, mãe? - Jos apareceu na cozinha, onde sua mãe fazia o café. Ela o levaria na escola hoje, já que seu carro ainda estava no hospital. Ele passaria lá depois da escola para pegá-lo.

- Vamos. - A mãe dele sorriu e pegou sua bolsa.

- Onde você vai, mamãe? - Fernanda apareceu de pijama na cozinha. Ainda estava sonolenta.

- Bom dia, querida. - Sua mãe a beijou na testa. - Vou levar o seu irmão na escola, mas eu já volto. - Ela sorriu para Fernanda.

- Ahn.. - Ela olhou pro Jos. É claro que ela percebeu o quanto ele estava mal.

- Sobe e volta a dormir. Se quiser ir lá dormir com o papai pra não ficar sozinha, pode ir. - A mãe de Jos sugeriu.

- Ta bom.. - Fernanda concordou.

Ela estava maluca para perguntar pro Jos sobre mim, mas tinha medo disso magoá-lo. Não sabia o que tinha acontecido.

- Jos.. - Ela disse, ainda em dúvida.

- O que foi? - Jos olhou pra ela, esperando que ela continuasse a falar.

- Como que a Aninha está? - Fernanda andou até ele.

Jos sorriu fraco. Sabia o quanto Fernanda gostava de mim e o quanto eu gostava dela. Se agachou em frente dela para poder olhar seu rosto de mais perto.

- Ela está no hospital, mas está tudo bem. Daqui alguns dias, ela já vai sair de lá. - Jos continuou a sorrir fraco. Viu a preocupação no rosto de Fernanda.

- Eu posso ir visitá-la? - Fernanda disse, como se tivesse acabado de ter uma ideia. Olhou pro Jos e pra sua mãe.

- Não sei. Se o seu irmão quiser te levar, tudo bem. - A mãe de Jos concordou.

- Eu posso, Jos? - Fernanda olhou docemente pro Jos.

- Eu não sei, Fernanda. - Jos fez careta. Não sabia se eu me lembraria de Fernanda. Era arriscado.

- Por favor, por favor! - Fernanda implorou.

- Olha, eu vou tenta, ok? - Jos sorriu pra ela e ela comemorou. - Vou tentar te levar lá hoje. - Jos disse e Fernanda comemorou ainda mais.

- Obrigada Jos! - Ela o abraçou forte. - Você é o melhor irmão do mundo. - Ela disse, enquanto ainda estava abraçada a ele. Jos sorriu, satisfeito com o que havia escutado.

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