38. It hurts

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Acordar naquela manhã foi tão difícil quanto dormir na noite passada. Jos tomou o seu tradicional banho, colocou o uniforme e foi pra frente do espelho, arrumar o cabelo. Havia decidido que arrumaria o cabelo a partir de agora. Não fazia mais questão de que eu achasse ele bonito. Não precisava mais estar bonito pra mim, por que não faria a menor diferença pra mim. Desceu para tomar café. Estava inquieto. Todos perceberam isso.

- Você está bem, filho? - O pai de Jos perguntou, preocupado.

- Eu estou bem. Eu só estou com um pouco de sono, mas daqui a pouco passa. - Jos forçou um sorriso, que ajudou a convencer seu pai.


Se despediu dos pais e foi pro seu carro. Torceu para que seu carro não pegasse, para que assim ele não precisasse ir pra escola. Pois é, o carro pegou. Chegou na escola em 5 minutos, como de costume. Desligou o carro no estacionamento da escola e ficou parado ali por um tempo, pensando.


Jos teria que lutar contra a simples vontade de estar perto de mim. Ele não precisava que eu olhasse pra ele ou notasse a sua presença. Ele só queria estar perto de mim, queria acompanhar o meu dia, acompanhar todas as minhas risadas e sorrisos, mesmo que ele não seja o responsável por eles. Ele não podia fazer isso. Ele tinha que sumir. Sumir da minha vida e era isso que ele faria.


Acho que eu nunca acordei tão feliz pra ir pra escola como hoje. Fiquei meia-hora me arrumando e o Freddy ficou meia-hora me apressando. Quando cheguei na escola, foi a melhor felicidade da minha vida, sério! Todos os meus amigos estavam me esperando.


- Que saudade eu estava disso aqui. - Eu disse, entrando na escola ao lado da turma.

- Sério? Eu nunca sentiria saudade disso aqui. - Alonso revirou os olhos, fazendo com que todos rissem.

- Tudo está igualzinho.. - Eu disse, olhando pros detalhes da escola.

- Você não ficou longe nem 5 dias.. - Alan gargalhou.

- Eu sei, mas foi uma eternidade pra mim. - Eu disse, reconhecendo todos da escola, mesmo eu não conversando nem com a metade.

Quando Jos tomou coragem para sair do carro, faltavam apenas 4 minutos pro sinal da primeira aula. Colocou a mochila nas costas, trancou o carro e entrou na escola. Passou pelo portão e pelo grande corredor que terminaria no pátio da escola, onde ele sabia que eu estaria.


Pisou no pátio e eu fui a primeira pessoa que ele viu. Eu ria de uma piada ridícula qualquer que Alonso havia me contado. Jos queria tanto poder correr até lá, me abraçar e dizer que aquela escola não teve a menor graça sem mim. Queria me beijar na frente da escola toda. Agora não havia mais motivo de esconder o romance. Queria que todos soubessem que ele é o cara mais sortudo do mundo por ter o meu amor. Bem, ele não tinha mais essa sorte e isso doía mais do que tudo. Continuou a me observar, mesmo de longe e andando. Percebeu que meu cabelo estava amarrado do jeito que ele tanto gostava, mas ele sabia que eu não havia feito aquilo pra agradá-lo.


Diferente dos outros dias, Jos não foi até os seus amigos. Parou para falar com os meninos do futebol. Jos precisava se acostumar com aquela sua nova decisão e por enquanto o jeito mais fácil de fazer isso é manter distância de mim. Os garotos do time do futebol (do qual era capitão) falavam de um jogo qualquer que havia acontecido no final de semana. Jos fingia prestar atenção, porém sua cabeça estava em outro lugar.


- Nossa, Alonso. Essas suas piadinhas são péssimas. - Eu gargalhei, junto com as garotas.

- São péssimas, mas vocês riem, né? - Freddy arqueou a sobrancelha.

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