Capitulo 111- Romeu e Julieta

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Música: Love Story- Taylor Swift.

Nós dois arrumávamos a mala antes de seguir para a Itália e Ed cantarolava. Ele terminou antes e em seguida veio em minha direção.

-Você esta atrasada.- Ele me abraçou por trás.

-Eu sempre estou.- Soltei uma risada.- Mas vou ficar pronta a tempo...

Ed começou a me ajudar e bem em cima da hora, saímos rumo ao aeroporto. Pouco tempo de voo depois, pousamos em Milão e não demorou muito, já estávamos instalados no hotel.

-E onde a minha guia vai me levar primeiro?- Ed perguntou em tom sarcástico, jogado na cama.

-Ta bem, eu não sou uma guia tão boa assim em Milão... Mas mesmo assim a gente vai visitar alguns lugares lindos, que provavelmente você ja conhece, mas vai se fingir fascinado.

-Você quem manda.- Ed bateu continência.

Dei risada e me deitei ao lado de Ed, entrando no google para pesquisar alguma coisa sobre Milão que me classificasse como "boa guia".

Depois de finalizar minha rápida pesquisa, Ed e eu seguimos para a Duomo de Mião. Mesmo já conhecendo o lugar, a construção ainda era magnífica e apenas depois de alguns instantes observando tudo admirada foi que eu consegui me lembrar de falar alguma coisa.

-Sabia que essa catedral demorou quase seis séculos para ser finalizada?- Falei com ar de intelectual.- E a gente pode subir no teto... é uma vista impressionante, sabe? Além disso a gente também pode visitar a Galeria Vittorio Emanuelle II, que foi construída para permitir a passagem dessa piazza, até a piazza della Scala, mas hoje funciona como galeria de lojas.

Finalizei minha fala com um sorriso e encarei Ed.

-Uau. Você conhece muito de história mesmo. Seria tão triste se eu tivesse visto você pesquisando isso antes de virmos para cá...- Ele soltou uma risada sonora.

-Eu não acredito.– Dei risada também.– E você me deixou fingir que sabia tudo isso por que?

-Porque é engraçado.- Ele deu de ombros.- Vamos subir, então?

Concordei e subimos até o teto da duomo com o elevador, tendo a vista maravilhosa de Milão antes de descermos e visitarmos a galeria.

No dia seguinte, visitamos mais alguns pontos turísticos da cidade, que não eram muitos, antes de voltarmos para o hotel. Estávamos cansados por termos andado demais e ainda era cedo quando nos deitamos.

-Sabe Ed, acho que Milão não tem mais muita coisa pra ver...

-Tambem acho que não...- Ele respondeu sonolento.

-Nós podíamos pegar um trem amanhã e ir para outra cidade, o que acha?

-Deixo você tomar as decisões. –Bocejou.

-Ok então. Verona é perto daqui e acho que está no caminho para Veneza. Posso comprar passagens pra Verona, nós passamos o dia lá e a noite vamos para Veneza, está bem? Vou fazer reserva em um hotel.

-É, muito bonito!- Ele já estava quase dormindo, mas ainda me respondia coisas desconexas.

Dei risada e deixei ele dormir, enquanto acertava os detalhes para o dia seguinte.

Levantei cedo na manhã seguinte a acordei Ed. Depois de tomarmos o café da manhã no hotel, pegamos um táxi até a estação de trem.

-Você provavelmente não lembra da conversa que tivemos ontem a noite... Mas vamos passar o dia em Verona e depois vamos para Veneza. Já reservei um hotel para nós.

-Confio em você, guia.- Ele sorriu.– Onde vamos deixar as malas?

-Malas... as malas. Meu Deus, eu não pensei nas malas.- Franzi o cenho.

-Algumas estações de trem têm guarda volumes.

-Mas e se não tiver?

-Então vamos arrastar tudo com a gente durante o passeio.- Ele deu de ombros, tranquilo demais.

A viagem foi rápida e por sorte, a estação de Verona tinha um guarda volumes. Deixamos toda a nossa bagagem ali e seguimos para a Arena de Verona. Dali fomos para a piazza delle Erbe, onde passamos pela feira de suvenires e almoçamos.

-Nossa próxima parada é a melhor de todas.- Anunciei enquanto Ed voltava com um gelato para mim.

-E qual é?

-A casa de Julieta.- Sorri empolgada.

-O que tem lá?

-É a casa da família que teria inspirado os Capuleto, do Romeu e Julieta... É turístico e romântico.

-Mas e só uma casa?– Ele não parecia animado.

-Não é só uma casa... É  a casa da Julieta e além disso, não tem mais muita coisa a ser feita por aqui.

Ele deu de ombros e seguimos para a famosa casa. Nós visitamos o interior da casa e convenci Ed a descer, enquanto eu ainda estava na sacada. Lá de baixo, ele  fez um improvisado e dramático discurso romântico, em meio a muitas risadas e fotos de fãs.

Quando me encontrei com ele outra vez, eu ainda ria.

-O que achou da minha atuação, Julieta?

-Acho que se ele forem fazer um novo filme, você com certeza vai ser o Romeu.

Ele piscou para mim e o puxei até a fila próxima a estátua de bronze de Julieta, onde todos esperavam sua vez para tocar o seio da estátua.

-Por que estamos nessa fila e por que todo mundo está pegando no peito dela?

-É uma superstição que diz que quem tocar o seio direito dela, vai ter sorte no casamento.

-Acho que eu deveria ter vindo antes... Ai talvez eu tivesse te conhecido antes.- Ele beijou minha testa.

-O ambiente romântico te afetou.- Dei risada.– Mas olha pelo lado bom... Você veio comigo e nós dois vamos ter sorte no casamento. De preferência, no mesmo.

Ele riu concordando e eu também. Já quase na nossa vez, ele se virou para mim outra vez.

-Mas espera...  Você quer que eu toque no seio de outra mulher?- Seu sorriso era brincalhão.

-No da estátua, porque se você tocar no de outra mulher de verdade, vai perder a mão.- Sorri também piscando várias vezes, com uma falsa meiguice.

Logo depois de cumprirmos a tradição, fomos para a estação de trem e seguimos para Veneza. Chegamos lá no final da tarde, mas ainda estava claro e Veneza como sempre, estava deslumbrante.

Pegamos um dos barcos que funcionam como táxi e ele nos deixou em nosso hotel. Depois de instalados, saímos para jantar e estendemos a noite em um barzinho.

De volta ao hotel, eu esperava na sacada por Ed sair do banho. O ruivo saiu do banheiro secando os cabelos com a toalha.

-Estamos visitando lugares bem românticos, não é?- Ele sorria.

-Sim!- Ri também.

-É quase um lua de mel...

-Bem... A viagem nós já tivemos, agora só falta o pedido!- Pisquei para ele e segui para o banheiro, sem esperar por uma resposta.

Caso do AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora