Capítulo 2

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Aperto o pingente em minha mão. Ainda sinto o cheiro do seu perfume, mas ao mesmo tempo é como se não lembrasse de como seu rosto é. Guardo o pingente do bolso e vou para a sala, ao chegar la vejo meu pai a minha espera.

- Venha garoto, preciso de você. - ele me agarra pelo braço e me leva até o carro.

- O-que? Por que? - ele me olha irritado.

- Cale a boca e não se mecha. - faço como ele pede, ou melhor, obriga.

Meu pai vai para o banco do motorista e liga o carro. Ele me olha mais uma vez e começa a dirigir.

Fico o olhando por um tempo e depois passo a encarar a janela, imaginando como Kath está. Sei que está bem, ela sempre está, bem... quase sempre.

O carro para bruscamente depois de uma hora indo pra não sei onde. Minhas pernas doem um pouco por causa das minhas coxas machucadas das surras.

Dois homens abrem a porta do carro, e me puxam pelos braços. Meu pai para ao lado de um homem ruivo e um pouco gordo e o cumprimenta, sorrindo.

Os dois brutamontes me levam para dentro da enorme casa onde estamos. Não havia reparado em como é grande...

Aos poucos vejo a imagem do meu pai e do carro desaparecer, enquanto sou carregado para não sei onde.

- Podem me soltar! Ei! - sei que não vai dar em nada, mas não custa tentar.

- Solte ele! - uma voz fina se opôs.

E nesse exato momento fui largado no chão. A menina correu até e sorriu, me oferecendo a mão.

- Senhorita, seu pai não vai gostar disso... - disse um dos homens, com um tom de medo.

- Silêncio. - ela disse com autoridade. - Vamos, venha brincar com a gente. - ela me ajuda a levantar.

"A gente"? Tem mais crianças aqui? E quem é essa? 

- Espera! - eu soltei meu braço do seu. Os dois homens sacaram suas armas e eu congelei. Já vi muitos com armas, mas nunca apontadas pra mim.

- O que eu disse? - ela os olha com certo nojo. - Você é meu convidado! - e ela sorri novamente. 

- Eu? - pergunto confuso.

- Sim!!! - ela pula em meus braços e beija minhas bochechas. - Agora vamos! Michael está esperando!

Ela me leva pelos enormes corredores, até uma pequena porta, cheia de trepadeiras. Com os olhos brilhando, ela a abre.

- Alias, meu nome é Emily! - ela estende a mão.  Seu cabelo ruiva balança com o vento. Essa deve ser a mais perfeita que eu já vi. 

- Luke. E quem é Michael?

- Meu irmão! - ela sorri, constrangida.


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