Meu pai entra no quarto onde estou, minha mãe entra 3 segundos depois. Mal consigo ver seu rosto de tão encolhida que está. Os olhos de meu pai encaram o médico que checa meu pulso.
- Como ele está? - pergunta, de maneira grosseira.
- Bem, quer disser, pelo tempo que ele está nesse lugar, seu corpo deveria ter se desgastado mais...
- Tive o cuidado de chamar apenas os melhores médicos para meu bebê. - minha mãe diz, com leveza e carinho. Nunca a ouvi falar assim, pelo menos não de mim.
- Sim, vejo como são pais carinhosos! - o médico sorri para minha mãe, com os olhos brilhando.
Ela sempre foi linda. Cabelos loiros e pele clara, olhos castanho mel com um verde perto da pupila. Se olhar com atenção, você vê uma mancha azul no olho esquerdo.
Meu pai bate na parede, e se vira para ela.
- Querida, é melhor irmos. Temos que ligar para Katherine e avisar que está tudo bem... - ele me olha pelo canto do olho, como se esperasse minha reação.
- Kath? Ela sabe o que aconteceu? Como ela reagiu? - para mim tudo desapareceu, a única coisa que importa, que sempre importou na verdade, é Kath.
- Oh meu filho! - minha mãe cobre a boca com as mãos e abaixa a cabeça. Meu pai a segura para que não caia no chão.
- Ela está preocupada, mas nunca conseguimos falar com ela. O reformatório é muito rígido.
- M-mas...
- Depois discutimos isso, Luciel! - ele eleva o tom de voz.
- Meu nome é Luke... - bufo.
- Se recupere antes, não vou argumentar com você agora...
Minha mãe abre a porta de maneira delicada, sem fazer barulho nenhum. Meu pai sai pisando forte, como se quisesse fazer buracos no chão.
- Adeus, meu querido...
- Mãe. - ela se vira graciosamente. Antes de me olhar, seus olhos percorrem o médico, que se levanta para ir embora.
- Sim?
- Sabe como é, não? - vejo seu corpo travar e ela ajeita a postura.
- O que quer dizer?
- Nada... - ela fica me encarando por um tempo e depois se vira para seguir meu pai.
- Tchau, doutor.
- Adeus, senhorita! - diz sorrindo.
É engraçado como algumas pessoas se deixam enganar pelas aparências.
- Meu jovem, é melhor descansar. Amanhã estarei de volta. - ele alcança a porta.
- Lhe garanto que ainda estarei aqui. - pisco. O jovem médico sai rindo.
Fico sozinho. Tento me lembrar de alguma coisa, mas nada acontece. É como se os últimos anos tivessem passado em branco. Me sinto indefeso, como se faltasse alguém. Mas não é Kath.
O que aconteceu?
••
Não aguento mais, sei que foi ideia minha, mas não da! Essas pessoas não tem amor, e quando acho que finalmente estou aprendendo a lidar com meus problemas, alguma pessoa idiota tem a brilhante ideia de me provocar. Resultado: eu recebendo um punição e mais um aluno esperando para ter o nariz enfaixado.
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Bitter
Teen FictionForam os piores 5 anos da minha vida. Fiquei longe da pessoa que eu amo. e fiquei preso com cães raivosos e sem cérebro. Trabalho ganhou um novo significado e a vida perdeu o seu. Dizem que depois da tempestade vem o sol, mas nesse caso, a tempestad...