Meu Boxeador (Romance Gay)

Capítulo 4.

   Me olhando no espelho quase não vejo os hematomas na barriga, algumas partes ainda doem são 9:45 da manhã, perdi a hora e minha mãe não me chamou, desço para tomar café, ainda de pijama.

 -Tem alguém em casa? - desço gritando.

 Vejo um bilhete na geladeira:

 "Mamãe teve que sair, não te acordei pois achei que você poderia faltar na escola hoje, você não está totalmente recuperado, chego a qualquer hora, beijinhos e eu te amo."

  preparo um lanche, sento e enquanto como, recebo uma mensagem quando viro para olhar a tela do celular, é uma mensagem do mesmo numero restrito de antes com um endereço que não conheço, não sei oque fazer, não sei se vou até o endereço se não vou e espero aquela maldita foto se espalhar, não posso deixar meu pai ter acesso aquela foto, ele morreria de infarto cardíaco e em seu enterro voltaria dos mortos para me matar por eu ser gay, termino de comer e subo para meu quarto.

 Depois de um bom banho olho no relógio e ainda são 11:20, meu telefone toca:

 -Oi boneca. -reconheço a voz de Samantha.

-Bom dia Sam. - falo pausando. - não foi para a escola?

-Não, e parece que você também não foi. - ela fala como se fosse um crime ter faltado. - não sei como te falar isso, mas recebi uma mensagem de um numero restrito com uma imagem nítida de você beijando um cara, um cara muito gato e também dizia para eu te falar que se não fosse no endereço certo na hora certa, essa foto chegaria nos celulares de toda a cidade, quer me explicar oque esta acontecendo?

 -Vou resumir, você me deixou no boxe, conheci esse cara que é meu professor, ele me deu uma carona pra casa e me roubou um beijo, e depois recebi a mesma imagem falando pra mim encontrar esse ser anonimo hoje. - revelo tudo a ela. 

 -Eita, você quer que eu vá com você?- ela pergunta.

 -Não, estou bem, preciso desligar tenho algumas coisas para fazer, eu te deixo informada fica tranquila.- eu respondo. - Tchau.

 - Ok, tchau coisa linda e toma cuidado. - ela fala e desliga.

                          14:30

 Entro no taxi que havia chamado a alguns minutos atrás, passo o endereço do Sr. Anonimo e o taxista começa  a dirigir, minhas mãos estão suando estou tremendo de nervoso, por um momento penso em não aparecer, recebo uma mensagem:

 "Olá, aqui é o Liam Salmão, bom queria saber se não vem para a aula hoje você esta um pouco atrasado"

 E eu respondo:

 "Desculpa Liam, tive um imprevisto não vou poder ir hoje"

 Vejo a foto de perfil dele, e meu Deus que lindo, bloqueio o celular.

 -Chegamos. - fala o taxista. - são 45$.

 Pago ele e saio do carro, o carro aos poucos some na rua deserta, o lugar era horrível, arvores altas e mortas, casas com aspecto de abandonadas, o numero do endereço que me foi passado era uma especie de loja de conveniência, entro.

 -Oque você quer? - diz uma senhora com voz rouca e com tom grosseiro.

- Bom é que, vim encontrar alguém. - eu respondo. - Mas acho que esse alguém me deu um bolo.

 - Espera, qual seu nome? - a senhora pergunta, ela era uma mulher bem descuidada um de seus olhos era totalmente estranho parecia ser cega daquele olho, usava trajes velhos e rasgados e seus cabelos eram brancos e estavam bem armados. 

 -Meu nome é Tyler. - a respondo.

 - Steven? - ela pergunta com sua voz completamente desafinada. - Tenho uma coisa para você meu jovem, um minuto.

 Ela entra em uma porta no final da loja, dou uma olhada em sua mercadoria, parecia uma loja de bonecas antigas, em todo lugar tinha poeira, aquele monte de boneca fazia parecer que eu estava sendo vigiado, vi uma boneca se mexer, tenho certeza que tem alguém atrás dela me observando.

 -Meu jovem, venha até aqui. - ela fala quando estou chegando perto da boneca que havia se mexido. - essa caixa foi deixada para você aqui hoje pela manhã.

 Fui até ela, e peguei a caixa na mão.

 -A Senhora por acaso pode me falar quem deixou isso aqui? - eu a pergunto curioso.

- Aqui não é lugar nem hora para falarmos sobre quem deixou oque! - ela escreve algo em um papel e me da. - Agora saia da minha loja preciso dar comida para meus vegetais. 

 Ainda queria saber oque tinha atrás da boneca que se mexeu, mas ela veio até mim e me empurrou para a saída, sentei no meio fio e antes de abrir a caixa, li o papel que a Senhora doida me entregou:

"Não posso te falar quem deixou isso aqui agora bonecas tem ouvidos, mas posso te falar no sábado as 17hrs na praça aqui em frente, cuidado garoto."

 Olho para frente, e vejo a praça que ela fala no bilhete, e não gosto nada dessa praça da arrepios só de olhar, viro pro lado e vejo a caixa, a abro e lá tem um uma boneca bem estranha com algo parecido com sangue pelo seu rosto todo e em sua testa estava escrito:

"me aperte"

Aperto a barriga da boneca.

 -Para saber oque fazer, olhe dentro de mim. - Sai uma voz macabra da boneca falando isso.

 É uma boneca com enchimento no corpo e a cabeça de plastico, pego meu velho canivete e rasgo seu corpo, e nada só espuma, penso alguns minutos e resolvo abrir a cabeça da boneca, e lá tinha uma carta em um papel vermelha, a abro, e a letra é toda em branco no lindo papel vermelho, e no papel estava escrito:

 "Olá meu caro Tyler, temos muitas pessoas infelizes com sua existência, faria um favor para muitos tornar sua vida um inferno mandando aquela foto maravilhosa para seu pai, mas como sou uma pessoa boa, te darei 3 tarefas, se completar todas, seu prestativo pai não terá conhecimento da foto, sua primeira tarefa é espalhar boatos que sua adorável melhor amiga Chloé transou com o time de futebol inteiro e adquiriu Aids de algum deles, e também fazer copias da foto que está na caixa e colar pelos corredores de sua escola, boa sorte... Quando e se conseguir fazer sua tarefa entrarei em contato, você tem até sábado para fazer isso se não fizer você sabe oque acontecera, Boa sorte querido Tyler."

 Olho dentro da caixa, e tem uma foto de Chloé nua enquanto se trocava no vestiário feminino do colégio, não sei oque fazer, não posso deixar meu pai saber que sou gay mas não posso fazer isso com a Chloé estou num beco sem saída.