Pela manhã me senti ótimo como a muito não me sentia, após tomar meu banho e me preparar para sair, liguei o celular e lá estava uma mensagem dela:
"Bom dia, pensei em conversar contigo um pouco, pra que não esqueça de mim, como está indo a viagem se divertindo bastante?
Att, Bia"
Respondi no mesmo instante:
Bom dia! Não tem como te esquecer, não vejo a hora de voltar pra que possamos nos conhecer pessoalmente, quanto a viagem tudo está de acordo. Hoje vamos a uma apresentação de fantoches sobre lendas Amazônicas, gostaria que você estivesse aqui!Abraços
Att,
Samuel
Para minha frustração ela não estava mais on-line, fiquei ainda um pouco no quarto como se eu esperasse apenas mais um pouco ela aparecesse, mas não foi assim...
-Fui tomar meu café e somente Rafaela ainda se encontrava a mesa:
-Bom dia Rafaela!
-Bom dia Samuel, dormiu bem?
-Muito bem e você?
-Não muito estava muito calor.
-Não gosta do ar-condicionado?
-Não Samuel, prefiro me ambientar.
-Entendo... E o restante do pessoal?
-Saíram ainda a pouco.
-E você o que vai fazer?
-Estou sem ideias e você Samuel?
-Então somos dois (sorri), não fiz itinerário, somente pra tarde mesmo que vamos a apresentação, na volta pretendo descansar até o jantar e dormir bastante a noite, nossa semana vai ser corrida...
-Vamos dar uma volta no parque? Perguntou Rafaela.
-Vamos sim, por que não...
A manhã estava linda, ensolarada e com uma brisa agradável, começamos a andar pelo parque e conversar sobre assuntos banais, até que ela me perguntou se eu tinha alguém:
-Como assim Rafaela?
-Se está namorando?
-Na verdade não, a um bom tempo não tenho ninguém.
-Eu estava interessada no Alex, mas pelo visto ele e a Jéssica já se acertaram.
-Pelo visto sim, uma pena vocês pareciam combinar.
-Eu também achei, mas pelo visto ele não, mas falemos sobre você.
Nisso vindo de sua caminhada encontramos com Susan:
-Oi Samuel! Disse Susan, acenando pra mim antes mesmo de nos alcançar.
-Oi Susan! Quero que conheça Rafaela, Rafaela essa é Susan, foi ela quem nos cedeu os ingressos.
-Prazer! Disse Rafaela.
-O prazer é meu – emendou Susan – e aí vocês tem programa para o almoço hoje?
-Eu não! - Respondeu Rafaela num impulso.
-Não, eu planejo almoçar no hotel talvez... - respondi.
-O que acham de almoçarem comigo e minha sobrinha logo mais?
-Eu aceito, onde é? - Disse Rafaela.
-Na minha casa, fica no condomínio Village Bloco C apartamento 5.
-Aquele próximo ao hotel né? Perguntei.
-Esse mesmo (ela riu).
-Que foi? Perguntei.
-O seu sotaque (ainda rindo) o "né".
-Rafaela e eu nos entreolhamos e rimos também.
-Mas não vai ser incomodo pra vocês? Perguntei.
-Incomodo nenhum, vai ser ótimo termos companhia.
-Podemos levar alguma coisa? - perguntou Rafaela.
-Não, não há necessidade, só queremos a presença de vocês, mas vão lá pelas 11:00h assim podemos conversar mais antes do almoço.
-Bem, então nos aguarde, estaremos lá! - Eu disse.
-Ótimo, nos encontramos lá então, mais uma vez foi um prazer Rafaela e muito bom te ver novamente Samuel, até lá! - e continuou sua caminhada.
-O prazer é nosso! -respondemos juntos.
Ao nos distanciarmos um pouco perguntei:
-Por que aceitou o convite?
-Ela me pareceu simpática e não tínhamos nada pra fazer não é mesmo?
-Tem razão, mas achei estranho você aceitar assim...
-Eu gosto de conhecer pessoas e lugares só isso, e quando ela riu do sotaque eu por pouco não gargalhei, mas afinal nós é que estamos longe de casa não é?
(Rindo) Realmente Rafaela, realmente...
-Passeamos ainda muito pelo parque até voltarmos ao hotel para se aprontarmos para o almoço, combinei de esperar por Rafaela na portaria e lá chegando ela é que estava me esperando:
-Falei pra Mônica onde a gente iria e que não deveríamos demorar, que ela nos aguardasse aqui pra irmos juntos para a apresentação fiz mal?
-Não, assim está ótimo respondi, já são 10:45h vamos?
-Vamos!
O condomínio onde Susan morava ficava a apenas algumas quadras do hotel o que facilitou, fomos anunciados na portaria e ela pediu que entrássemos, achamos o bloco e o apartamento sem dificuldades, o lugar era lindo com uma piscina enorme e com muita gente aproveitando o calor.
Ao chegarmos Susan nos recebeu e apresentou sua sobrinha Andréa, muito parecida com ela por sinal.
Susan pediu que Andréa nos fizesse sala enquanto terminava o almoço, ofereci ajuda que foi rapidamente recusada, na cabeça de Susan homens não devem se meter na cozinha.
Então começamos a conversar com Andréa e o assunto fluiu solto a respeito da Feira de Ciências:
-Então você vai participar da Feira – Perguntei.
-Sim minha equipe vai apresentar um trabalho sobre consumo responsável!- Ela respondeu.
-A nossa equipe vai apresentar formas de energia renováveis. - Emendou Rafaela.
-Pelo visto a Feira será promissora. - Completei.
E assim foi a conversa até Susan nos chamar para a sala de jantar.
A mesa estava linda, os pratos muito bem apresentados, tudo parecia perfeito a não ser por um detalhe... Eu não como peixe e o prato principal era moqueca de um peixe cujo o nome não me vem a cabeça agora, claro que nem mencionei isso, ela se esforçou para nos agradar e o mínimo que eu poderia fazer era disfarçar.
Fizemos nossos pratos e nos sentamos, eu tentei pegar o mínimo possível de peixe, mas ao perceber isso Susan levantou e fez questão de colocar mais no meu prato e eu só agradeci com um sorriso..
As garfadas desciam lentamente, e eu sentia meu rosto enrubescer, o assunto a mesa agora alternava entre a Feira e a Apresentação de fantoches, mas sinceramente eu estava em outro mundo totalmente desconfortável o almoço não levou muito tempo, mas pra mim foi uma eternidade e nem consegui elogiar a comida ao final, mas entreguei meu prato limpinho comi tudo apesar das lágrimas que rolaram o que deu a entender que estava apimentado.
Felizmente como nada pode ser tão complicado a sobremesa era pudim de leite com calda caramelada, nada melhor para retirar o sabor de peixe que me impregnava a boca.
-Que delicia de pudim Susan! Foi você quem fez? - Perguntei.
Não, este foi Andréa! -Ela respondeu e Andréa sorriu.
-A moqueca também estava divina Susan! - Rafaela emendou.
-Obrigada! É meu prato preferido e da Andréa também...E o de vocês qual é?
-O meu é strogonoff de frango! - respondeu Rafaela.
-E o meu é carneiro recheado! - todas me olharam. Que foi? É meu prato preferido ué...
-Todos rimos juntos ... Logo convidei Rafaela para irmos embora, pois tanto nós quanto elas deveríamos nos preparar para a apresentação logo mais e elas deveriam ter outros afazeres.
Susan perguntou quando iríamos embora e respondi que no próximo sábado pela manhã, ela disse que então logo nos veríamos de novo e Rafaela emendou:
-Claro, podemos retribuir o almoço o que acham?
-Seria legal. - Respondeu Andréa.
-Então marcamos algo por estes dias. - Disse Susan – Anote meu celular.
E assim de maneira informal trocamos os telefones.
Nos despedimos e fomos direto para o hotel.
Fui para o meu quarto e por lá fiquei até o horário de irmos para o teatro, esperava receber alguma mensagem de Beatriz, mas pelo visto ela deveria ter outras ocupações.
Desci e o pessoal já estava aguardando a mim e Alex que ainda não tínhamos descido, Jéssica mandou uma mensagem para ele e ele não respondeu...Me prontifiquei e fui até o quarto dele, bati na porta mas ninguém atendeu, voltei ao salão do hotel e os demais estavam ansiosos.
-Ele não deve estar no quarto ou está tomando banho ou algo assim, bati três vezes e ninguém atendeu. - Eu disse.
-Mas ele está lá Samuel, ele disse que não estava bem um pouco antes do almoço e que iria se deitar e não voltou para o almoço, tentei contato mas não respondeu, pensei que estava chateado comigo... - Disse Jéssica.
-Deveria ter me dito isso antes – falei -vou até a recepção, esperem aqui.
Falei com o gerente do hotel o ocorrido e como responsável pelos alunos ele me forneceu o cartão reserva para abrir o quarto e me acompanhou até lá... Ao entrarmos Alex estava caído no chão próximo a cama, respirando com dificuldade e com a pele muito pálida o gerente chamou atendimento médico e ele logo foi transferido para o Hospital eu Jéssica acompanhamos, tranquilizei os demais e pedi que continuassem o combinado e um pouco relutantes eles foram pedi a Rafaela que explicasse minha ausência caso encontrasse com Susan.
Ele foi prontamente atendido no hospital e rapidamente colocado em quarentena, logo vi que algo estava errado devido ao estilo do procedimento seguido. O médico logo me chamou e pediu que Jéssica me acompanhasse:
-Vocês são parentes dele? Perguntou o médico.
-Não, sou professor estamos aqui para a Feira.
-Certo. O que ocorre é que ele pode ter sido vitima de uma virose nova não é nada conclusivo por isso a quarentena, por enquanto não temos motivos pra nos preocupar, mas gostaria que vocês fizessem alguns exames de rotina também.
-Claro, claro doutor, mas poderia ser mais especifico por favor, tenho que avisar os pais dele e tudo mais...
-Certo. O que acontece é que descobrimos um vírus novo e ainda não sabemos quais as causa de contaminação e age dentro de poucas horas afetando todo o sistema imunológico o que deixa o paciente suscetível a outras doenças.
Jéssica ouvia tudo calada e quase chorando.
-Entendi doutor, neste caso o mal maior seria se ele fosse afetado por outra doença e não o vírus em si é isso? - Perguntei.
-Exatamente, por enquanto ele está sob observação, mas não há nada com que se preocupar no momento ele está medicado e dormindo. Quanto a vocês poderiam me acompanhar para preencher suas fichas e realizar os exames?
Jéssica desatou a chorar:
-Calma Jéssica, vai ficar tudo bem... Vamos lá seja forte, estamos juntos...Só um momento doutor nós logo iremos... - Ele anuiu com a cabeça e nos deixou a sós.
-Ele me pediu em namoro e eu recusei (choro) e agora ele está assim, é tudo minha culpa!
-Não é culpa de ninguém menina, coisas assim acontecem independente dos nossos sentimentos, agora acalme-se temos que fazer os exames. - Ela me abraçou e chorou mais um pouco em meu ombro até que se recompôs. - Vamos lá.
Os exames foram rápidos, mas minha temperatura estava um pouco alterada o doutor disse que os demais resultados sairiam em quatro horas devido a urgência e me pediu pra voltar daqui duas horas para medir a pressão arterial novamente.
Quanto a Jéssica estava tudo bem aparentemente.
Convenci a ela a voltar para o hotel comigo mesmo porque não eram permitidos acompanhantes na quarentena e o doutor me pediu que os demais que estavam conosco no hotel viessem realizar os exames também, eu falei que eles viriam.
Ao chegar ao hotel o gerente veio ao meu encontro para saber maiores detalhes eu passei a ele tudo que sabia, e ele me perguntou se era somente isso porque o hospital havia lhe solicitado que todos no hotel fossem examinados...
Naquele momento me dei conta da situação... Éramos apenas vitimas das circunstâncias, no momento meros fantoches, não decidíamos o que fazer apenas podíamos fazer planos mas realizar dependia de muito mais que apenas planejar.
Relatei a ele que não sabia do que se tratava ao certo, mas como ele me pediu não deixaria que o pânico se instalasse no hotel, o pessoal estava voltando da apresentação e estavam curiosos para saber como Alex estava, chamei todos ao meu quarto e lá despejei tudo:
-Pessoal estamos passando por algum tipo de epidemia e preciso que todos me acompanhem até o hospital para realizar exames de rotina, Alex já está medicado e passa bem.
Todos me olharam assombrados e meu quarto virou um alvoroço só.
-Calma, pessoal. Ainda não há motivos pra preocupações o Alex esta medicado e nós vamos ao hospital pra fazer os exames e quem sabe já teremos melhores noticias.
Jéssica começou a chorar novamente mas agora tinha Mônica e Rafaela para consolá-la.
Quanto a Evandro e Maurício não conseguiam disfarçar suas caras de medo.
Liguei para a portaria e pedi que chamassem dois táxis mas fomos informados que o hotel visando amenizar os transtornos nos cederia uma Van para nos acompanhar, o que já facilitava muito.
Ao chegarmos no salão o subgerente disse que nos acompanharia pois também iria realizar os exames... Ao chegarmos ao hospital por melhor que eu estivesse me sentindo minha pressão estava alterada o que me rendeu um quarto de observação para pernoitar, passei instruções para o subgerente que ali estava e liguei para Marcos, agora com noticias de Alex que já estava consciente e do meu súbito inconveniente de ter de deixar os alunos sozinhos:
-Marcos aqui é o Samuel.
-Diga Samuel aproveitando o fim de tarde?
-Assim estivesse, estou no hospital em observação e o Alex também, mas ele está bem, algum tipo de virose.
-Meu Deus Samuel o que aconteceu?
-Não sei explicar ainda Marcos, mas temo ser algo maior, todos do hotel foram requeridos para realizar os exames, enfim você tem o numero de todos aqui e do hotel também, mas eu lhe mantenho informado de qualquer acontecimento.
-Samuel, qualquer coisa que aconteça me avise eu vou avisar os pais do Alex, se puder me ligue mais tarde.
-Ok. Qualquer coisa eu te aviso até mais.
Antes de me recolherem ainda passei instruções a todos que só faltavam chorar naquele momento, mas não havia nada a ser feito.
Eles voltaram para o hotel e eu fiquei no hospital. Uma enfermeira vinha me ver a cada 45min, perguntava como eu estava e olhava minha temperatura.
De tanto ir e vir que acabamos conversando um pouco dava para sentir o nervosismo dela e foi numa destas conversas que ela me disse:
-Temos já duas mortes em um mesmo dia e nada de concreto, agora vão pedir que cancelem a Feira de amanhã,não sei onde isto vai parar.
Fiquei apreensivo e só pedi que ela me informasse sobre qualquer novidade, mas ela já estava arrependida de ter me contado aquilo. Pra piorar acabou a bateria do celular e eu não poderia nem sequer pensar em falar com Beatriz.
Tudo acontecendo a minha volta e era somente ela que me vinha a cabeça, cabeça que agora começava a doer e na outra visita da enfermeira eu relatei e ela pediu que o médico viesse me ver, o mesmo me deu um remédio para dormir e eu logo cai no sono...
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Um Acaso, Uma Paixão...Um Amor!
RomanceEste é o primeiro romance que escrevo... A história trata da vida de um Professor, que em meio as dificuldades do dia a dia tenta conciliar uma nova chance de ser feliz. Espero que apreciem... Abraços