Um Acaso, Uma Paixão...Um Amor!

Nem tudo que é ruim dura para sempre

  Como era de se esperar nos exames descobriram que tanto minha imunidade como a de Alex era baixa devido a uma variante do vírus que os médicos tanto temiam, mas não o vírus em questão o que já era algo bom devido as circunstâncias...

  A boa notícia é que teríamos alta na manhã seguinte e Marcos viria para nos acompanhar na viagem de volta.

  A condição é que a partir daquele dia iríamos ter de continuar um acompanhamento médico minucioso e por um tempo indeterminado, tivemos que assinar um termo de compromisso tendo em vista a importância deste acompanhamento, mas que felizmente não precisaria ser realizado ali.

  Na manhã seguinte Marcos veio nos buscar e fomos direto para o hotel, não conversamos muito mesmo porque estávamos todos loucos pra sair de lá, Marcos me devolveu meu celular e um pequeno bilhete, que deixei para abrir no meu quarto.

  Quando chegamos ao hotel tanto eu quanto Alex subimos para pegar nossas coisas, nossa conta já estava fechada e tudo acertado, Marcos tomou todo cuidado com isso enquanto ficamos no hospital e pelo que entendi o hotel colaborou bastante devido as circunstancias.

  Quando me encontrei só em meu quarto liguei o celular e para meu espanto e decepção não havia uma única mensagem de Beatriz, mas esse sentimento ruim passou assim que abri o bilhete que dizia:

  Oi Samuel,

  Deixei de tentar contato contigo quando Marcos me disse tudo o que se passou, primeiro eu estava imaginando que você tinha enjoado de mim, mas ele me explicou tudo e tem sido muito atencioso, me disse que estaria indo lhe buscar e que tudo já estava bem contigo o que pra mim foi um alivio, senti muito sua falta e espero que possamos nos conhecer pessoalmente em breve, entre em contato comigo assim que possível tudo bem? Precisamos colocar nossa conversa em dia hahaha.

  Que bom que tudo não passou de um susto, um mal entendido que a vida teima em colocar em nossos caminhos.

  Até breve.

  Abraços e Beijos

  Beatriz ♥

  No momento fiquei muito feliz, era como se eu conseguisse ouvir sua voz e cada entonação, seu cheiro por mais suave que fosse ainda estava naquele pedaço pequeno de papel o que fazia meus sentidos se aguçarem meus olhos pareciam querer procurá-la naquele quarto mesmo sabendo que ela ali não se encontrava.

  Mandei-lhe uma mensagem na mesma hora, dizendo que havia acabado de deixar o hospital e estava me aprontando para deixar o hotel e que assim que tudo se ajeitasse e ela tivesse um tempo disponível poderíamos marcar alguma coisa. Esperei um pouco mas a mensagem não foi visualizada então tomei um banho morno e relaxante, livre das pressões e incertezas que marcaram meus dias no hospital...

  Faltavam ainda cerca de duas horas para nosso vôo partir então disse para Marcos que eu gostaria de caminhar um pouco e ele recusou-se a vir junto devido ao calor e Alex ainda devia estar reunindo sua bagagem, então fui andar um pouco tirar o ar do hospital dos pulmões.

  Logo ao dobrar a primeira esquina encontro com Núbia vindo do mercado:

  -Samuel? Samuel é você mesmo?

  -Parece que sim (risos)

  -Nossa que surpresa boa. Quando saiu do hospital?

  -Acho que faz uma meia hora já. Resolvi dar um passeio pra tomar um ar.

  -Iria me visitar né?

  -Na verdade, não daria tempo meu voo sai em menos de duas horas eu acho, só dei uma escapadinha pra tomar um ar mesmo.

  -Não acredito que você ia embora sem se despedir de mim.

  -Acredite não foi ideia minha, mas na verdade há muito tempo que eu já deveria estar em casa, mas você tem meu contato, não deixamos de ser amigos, mesmo eu te dando um bolo no dia da apresentação.

  -Esquece isso, eu soube de tudo que aconteceu, não se falava em outra coisa por aqui.

  -Então, mas eu fiquei preso no hospital e sem comunicação nenhuma.

  -Eu sei minha vizinha Liziane é enfermeira lá e me contou sobre o que aconteceu com você, com vocês por isso nem te mandei nenhuma mensagem, ela só não me contou sobre sua alta.

  -Eu não sei quem é ela, mas de qualquer forma nos encontramos e podemos nos despedir adequadamente então e pessoalmente.

  -Ah, eu queria era uma visita sua de novo.

  -Eu também gostaria, desde que você não servisse peixe (risos)

  -Quando chegar em casa me liga ou manda uma mensagem sei lá, não me deixe sem noticias novamente viu?

  -Pode deixar e manda minhas lembranças a sua sobrinha por mim.

  -Mando sim e não se esqueça da gente, quem sabe um dia a gente não vai te visitar?

  -Seria um prazer. Bem agora tenho que ir. Até uma próxima.

  -Até e não esquece, me liga.

  E assim nos despedimos e voltei para o hotel, logo Alex desceu com sua bagagem e chamamos um táxi para nos levar para o aeroporto para esperar pelo nosso voo em breve.

  Eu estava muito ansioso para voltar pra casa, mas parecia estranho, me sentia estranho ao deixar aquele lugar, poderia ser já pelo costume de ficar ali, por incrível que pareça até com o clima eu já estava habituado, mas o porque de eu estar me sentindo assim eu no momento não saberia dizer.