Tão sublime quanto a meia-noite

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Capítulo 10 — Tão sublime quanto a meia-noite



Ellesh School, bairro Miya.

O colégio do bairro de classe média estava deserto, não havia alunos em meios aos corredores e nem as salas de aula. As janelas de todos os andares estavam abertas deixando a luminosidade do Sol atingir as carteiras.

As portas estavam abertas, com exceção de uma sala.

Sala 11—B.

Dentro desta sala não haviam carteiras, o chão estava coberto de cartas e no meio de tantos papeis o corpo de um jovem rapaz repousava, seu rosto sereno parecia estar em um sono profundo.

Boow!

O som de um chute na porta de ferro ocasionou em uma agitação no jovem.

Ele despertou desnorteado, olhava para todos os lados e suas feições estavam um misto de medo e surpresa. O rapaz ergue a mão para tampar a luminosidade que atingia seus olhos e então teve a visão dos papeis forrando o chão.

— Cartas...

Disse em um tom neutro.

Virou o pescoço notando estar deitado sobre outras cartas, em um ato único agarrou um papel e leu um pequeno trecho escrito, balbuciou algo incompreensível. Jogou o papel para o lado, procurando entre as cartas mais escritos.

— É a minha letra, é a letra dela. São as nossas cartas...

" Amanhã na hora da entrega dos diplomas para as turmas do último ano, por favor, vamos nos encontrar? Eu sei que estará se formando, mas, podemos nos ver depois de você pegar o seu diploma... Saia a francesa... Estarei esperando na sala 11—B. Leon, estou verdadeiramente feliz que corresponde aos meus sentimentos e já chegou a hora de nos revelar um ao outro."

O jovem Rousev prendeu a respiração ao ler cada palavra, aos poucos soltou o ar.

Segurou aquele papel com mais força, chegando a amassar.

Em um impulso levantou do chão e encarrou a porta fechada, sua atitude foi sair daquele local. As cartas traziam para ele uma lembrança amarga de um amor adolescentes que traçou seu destino tornando—o dependente de remédios.

Tentou uma, duas, três vezes abrir a força aquela fechadura.

Lion.

Ouviu um sussurro do outro lado da porta, era a voz dela.

— Olivia.

Respondeu azedo, ele não acreditava que tudo não se passava de mais uma brincadeira daquela garota que fez sua vida virar um inferno em menos de dois anos.

— Pare com isso Olivia, deixe—me ir.

Murmurou com a voz embargada.

Bateu algumàs vezes no ferro a fim de ter uma resposta, escutou o trinco da fechadura ser aberta e não perdeu tempo para girar a maçaneta. Assim que pode abrir aquela barreira seus olhos arregalaram.

Não havia ninguém ali.

Tateou seu uniforme escolar sentindo algo vibrar no bolso, assim que retirou o objeto do bolso pode ver que estava totalmente destruído e molhado. O celular não parava de vibrar em sua mão, seus olhos miraram no pingente em forma de coração.

A garota da CapaOnde histórias criam vida. Descubra agora