Capítulo 1

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"Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." João 3.16

Um Péssimo Dia, ou não!

­­­­­­­­ - Ranna acorda você vai se atrasar para escola. - falou a minha mãe sacudindo-me.
- Eu preciso ir hoje? Eu estou com muito sono. - Resmunguei tentando inutilmente cobrir minha cabeça com o cobertor.
- Isso que dá você ficar no telefone até tarde. - Ela caminhou pelo quarto, pois pude ouvir seus passos. - Se levante e vá se arrumar. - Ordenou ela antes de abrir as cortinas da minha janela, deixando o local incrivelmente claro, e logo em seguida saiu, deixando claro que não me chamaria novamente.
Não tinha outro jeito, esse era o ultimato da minha mãe, então eu tive que levantar querendo ou não.
Caminhei a passos lentos e preguiçosos para o banheiro, tomei um banho com agua fria mesmo, talvez assim eu despertasse. Depois de me arrumar, desci para tomar o café da manhã com meus pais, que já estavam sentados a mesa. Sentei-me juntamente com eles e comecei a comer as pressas, caso quisesse ganhar carona para a escola.
Assim que cheguei no colégio, fui direto pra minha sala, me sentando na última cadeira, sabia que os professores lavariam pelo menos vinte minutos para entrarem em sua respectivas salas, enquanto isso não acontecia, ouvir música e ignorar o mundo ao meu redor, seria a coisa mais incrível a se fazer. Coloquei meus fones, com a música em meu telefone no ultimo volume.

Estudar em período matutino era um pesadelo, embora eu estudasse no mesmo horário desde que eu entrei na escola. Para mim era muito mais fácil observar os detalhes mais irrelevantes ao meu redor, como a briga de dois filhotes de passarinho por uma minhoca, no ninho em uma arvore próxima a janela de vidro da minha sala, do que realmente dar a atenção ao que o professor estava dizendo. Fala sério, termoquímica antes das nove da manhã, só podia ser castigo.

Depois de longas horas de aula finalmente havia batido o sinal do intervalo, me levantei juntamente com o restante da turma a fui até a cantina da escola comprar algo para comer. Com meu lanche em mãos, faltava apenas mais uma coisa para um intervalo perfeito: sentar-me debaixo da "minha árvore", chamava assim pelo simples fato de ser a minha predileta.
Passei o restante de tempo que tinha comendo e conversando com uns amigos meus, que infelizmente foram embora pra outro país. Eles se chamavam, respectivamente, Carlos Eduardo Castilho e Thalia Castilho, mas eu os chamava apenas de Duca e a Lia. Eu os conheci quando ainda éramos criança, eu, o Duca e a Lia havíamos formado um trio inseparável, até o dia em que eles foram embora. Enquanto eles estavam aqui, até que me incentivavam a procurar ter mais intimidade com Deus durante minha adolescência, e eu tentei, mas depois que eles foram embora eu parei. Sei que precisava mudar, mas bem Deus poderia me ajudar, já que eu não era a única interessada nesse relacionamento.

Despertei-me dos meus devaneios ao ouvir o som indicando o término do intervalo. E lá vinham mais algumas longas horas de professores falando e falando, para de fato a aula terminar.

***

Já estava indo para a saída da escola quando escutei alguém me chamar. Me virei a fim da saber quem era, e vi a Raquel e a Sabrina, ambas correndo totalmente desengonçada segurando suas bolsas, provavelmente caríssimas.

- Oi? - Falei confusa, já que normalmente elas não falam comigo. Normalmente, ninguém falava comigo, e em contrapartida, eu também não falava com ninguém.
- A Sabrina e eu gostaríamos de saber se você não quer sair com a gente agora, eu, o Tomás, o Ricardo e o Carlos, ele disse que tá a fim de te conhecer. - falou a Raquel apontando para o garoto mais cobiçado do colégio. Pensei não haver nenhum problema em ir, eles eram os mais populares do colégio, e andar com eles talvez me trouxesse alguma visibilidade.
- Ok. - Aceitei o convite - Agora? - Perguntei e elas assentiram fazendo sinal para que eu as acompanhasse, e assim eu fiz. No caminho até os garotos, elas foram falando sobre algumas coisas sobre como seria o tal passeio, algo sobre ir ao shopping, pois tinha um filme novo em cartaz. Quando nos aproximamos dos garotos, elas me apresentaram ao Carlos, que eu já conhecia de vista, como não conhecer a turma mais popular da escola?
- Gente como os carros dos meninos estão aí e eles não podem deixar, eu vou com o Ricardo, a Raquel com o Tomás e você, - Sabrina apontou pra mim - vai com o Carlos, nos encontramos no lugar de sempre - piscou para o Carlos e saiu me deixando sozinha com ele.
- Vem, meu carro está ali. - Disse o Carlos apontando para um Nissan GT-R branco estacionado na frente da escola.
Algo me dizia para não ir, mas eu ignorei, eu raramente ouvia minha consciência. .
- Bonito seu carro. - Falei no intuito de quebrar aquele silêncio, mas depois que ele murmurou um "obrigado" eu não consegui dizer mais nada. Fomos o resto do caminho em silêncio. E novamente senti a sensação de que eu não deveria ter aceitado aquele convite. Pra espantar meus pensamento decidi observar a paisagem janela a fora, de repente senti o carro parar, e logo eu avistei uma casa, muito bonita por sinal. - Onde estamos?- Questionei.
- Na minha casa. O pessoal já deve está chegando, decidimos ir em apenas um carro. Vamos entrar? - Perguntou e eu apenas fiz um movimento positivo com a cabeça. Saímos do carro e entramos na casa.
- Seus pais não estão?
- Não, eles estão trabalhando a essa hora. - Disse naturalmente. - Fica a vontade, vou tomar um banho e já desço.

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