A VISITA

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Passei quinze dias fora do Estado a trabalho, trabalhava com coordenação representações de vendas, e sempre que a empresa abria um novo polo eu precisava dar capacitação à nova equipe. Foram quinze dias cheios e cansativos, mal tinha tempo de responder aos e-mails e telefonemas que recebia. Foram dias em que não conseguia pensar realmente em mim, mas sentia muito vontade de voltar para casa, terminar de arruma-la, ajeitar o quintal e fazer um belo churrasco de comemoração. Ao chegarem casa encontrei a caixa postal cheia de correspondências, entre elas ade minha prima Mariana que morava no interior de são Paulo, dizendo que estava de férias da faculdade e que iria passar uns dias comigo e me ajudar no que fosse preciso para a decoração da casa. Fiquei muito feliz, eu e marianas fomos criadas praticamente juntas, após o falecimento de meus pais em um acidente de carro fui morar com minha vó, o que fez com eu e mariana tornássemos amigas inseparáveis além de sermos primas. Repassando as correspondências resolvi separa-las por assunto, contas, telegramas, jornais e revistas. Foi quando reparei que existia um bilhete amarelado e escrito em um papel grosso com uma tinta escura e uma letra bem desenhada; estava escrito "mamãe quando você vem "A principio achei que era alguma correspondência posta errada em minha caixa postal, mas depois reparando bem o papel era grosseiro e a escrita era apenas uns rabiscos que fazia lembrar uma criança que estava treinando suas primeiras frases. Um frio correu pela minha espinha, se era uma brincadeira que estavam fazendo comigo, com certeza não havia graça. Entrei para dentro e fiquei por muito tempo manuseando aquele papel, quem seria a autora da escrita? Como foi parar ali? Eram tantas perguntas sem expostas, eu precisava desesperadamente conversar com alguém, pedir uma luz, uma explicação qualquer uma que fosse. Assustei com o toque do celular era Mariana.

_Oi Josy tudo bem?

_Sim, recebi seu telegrama Mariana, fico feliz por vir. Quase que suspirando disse isso a ela.

_Mas esta tudo bem mesmo, sua voz esta estranha.

_Não, é que acabei de chegar de Curitiba, ainda estou com o cacolhar do avião , só isso, mas, me diga chega quando?

_sábado a noite , tudo bem para você Josy?

Claro, será maravilhoso te-la aqui comigo, você vai adorar acasa m faz lembrar muito a casa de nossa avó em Machado, salas amplas, quartos, e um bom quintal.

_Ok, então me espere na estação da Luz as 21;00,estou com muitas saudades.

Mariana nem poderia saber quanto eu agradecia por sua vinda, esses acontecimentos estavam mexendo com o meu psicológico, nunca fui muito apegada a coisas religiosas, ou dada a ficção cientifica e contos fantásticos, gostava muito de ler jornais e revistas de atualidades, afinal era muito importante para minha carreira profissional eu estar por dentro dos acontecimentos, mas eu sabia que algo estava acontecendo naquela casa, na minha vida . Eu só não sabia como enfrentar ou esclarecer a situação. Com certeza Mariana me entenderia e me ajudaria a esclarecer esses fatos que estavam me deixando confusa. Sexta feira a tarde. eu precisava chegar correndo e fazer uma lista de mantimentos para a chegada de minha prima Mariana, eu não queria que ela fica-se com a impressão que eu sou desmazelada ou que não prezava sua vinda. Cheguei correndo e ao abrir a porta vi um pequeno vulto passar pelo corredor, meu coração ficou acelerado, poderia ser um ladrão, que percebeu que eu ia enfrentar essa situação sozinha. Resolvi ligar para a central de policia. Boa tarde, eu moro na rua dos laranjais número 444, bairro Zona leste, e desconfio que tem alguém dentro de minha casa. Pois não senhora, diga , a senhora esta dentro do domicilio? Sim, estou. Quando percebeu o intruso? Acabei de chegar e vi um vulto no corredor. A senhora não estava na casa? Não acabei de chegar da rua. Sua porta foi arrombada? As janelas abertas. Não, eu abri a porta com a chave e as janelas estavam fechadas. Senhora, permaneça em local seguro, estaremos mandando uma viatura, sim Obrigada.

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