Odeio a roda gigante!
Não sou nenhum especialista em parque de diversão, tão pouco em brinquedos, mas os motivos são bem simples dos quais ajudam a comprovar minha tese pessoal.
A fila é gigantesca para se sentar em uma cadeira minúscula e apertada, além da altura ser o suficiente para causar vertigem. Não é possível saber quando ou onde a grande roda irá parar para acomodar novos passageiros e na falta de um acompanhante, nos sentamos ao lado de pessoas desconhecidas.
O motivo principal é o romantismo dos casais apaixonados fazendo juras de amor para uma vida eterna do qual dependem unicamente e exclusivamente de um destino que é capaz de mudar todos os planos para o futuro.
A minha vida se adequa perfeitamente a essa ideologia se for comparada com tudo o que aconteceu até o momento. Por esses motivos digo, odeio as rodas gigantes!
─ E você tem certeza que é o pai dessa criança? - A sedutora mulher de decote extravagante sentada ao meu lado pergunta.
─ Segundo Rachel sim, esse filho é meu! ─ Respondo em tom irritado demais para acreditar em minha afirmação. ─ É um menino e seu nome será Alexander. Rachel certa vez tentou explicar o significado que está relacionado a proteger e defender a humanidade. Só não entendo que tipo de defensoria essa criança pode oferecer, afinal, foi por sua culpa que perdi Alicia.
─ Você havia dito que tomou um rumo na vida por ter conhecido Laura e estava imensamente feliz quando soube que seria pai. Chegou ao fundo do poço quando as perdeu durante o trabalho de parto, mas tem uma nova chance de ser pai e reconstruir tudo o que dizia não ter conserto. ─ A bêbada diz ajeitando-se ao banco para não cair devido sua bebedeira. ─ Perdeu a moça bonita para o melhor amigo, mas ainda pode contar com o apoio de ambos com a gravidez de Rachel. - A mulher sacode as mãos e as apoia sobre o balcão do bar balançando a cabeça como quem tenta entender algo extremamente complexo, e por fim diz. - Eu realmente não consigo entender sua linha de raciocínio!
Sentado ao balcão de um luxuoso bar em uma das mais importantes avenidas de São Paulo, observo as dezenas de copos à minha frente e mentalmente esforço-me a calcular quantas tequilas consumi essa noite.
─ Você é bem parecida com meu amigo Benjamim. Por um acaso conversaram em particular e combinaram os sermões destinados a mim?
─ Quem é Benjamim?
─ É um dos pivôs de minha separação com Alicia, a qual aceitou seu pedido de casamento para livrar-se do amor que sentimos um pelo outro. - Digo socando o balcão do bar extravasando minha irritabilidade.
A ruiva franze a testa demonstrando surpresa com meu ato e noto que está para lá de embriagada por não ter o mínimo de coerência em suas frases.
─ Acho que gostaria de não continuar essa conversa! Está a fim de uma bebida em um lugar mais íntimo e tranquilo?
Esforço-me ao dobro para não perder a compostura com a tontura que sinto devido ao excesso de álcool, enquanto a vejo sorrir em resposta a minha pergunta.
─ Você é muito bonito para estar desacompanhado!
Fito a mulher de seios fartos, olhos claros e cabelos ruivos, e embora não esteja nem um pouco interessado em ouvir sua voz estridente por toda noite, concluo que de certa forma preciso descontar toda a frustração que sinto com seus estúpidos comentários.
Volto a realidade me esforçando para ser paciente, caso contrário, acabarei por espantar minha refeição de final de festa.
Agarro-a pela cintura e com cuidado, sigo nos guiando até a porta de saída do bar, até o momento de ser interrompido com um forte solavanco.
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Amor Irreal: O Renascimento
ChickLitMeu nome é Apollo Volkmer e confesso meus defeitos... Sou egocêntrico, egoísta, cafajeste e controlador... Pelo menos eu era até Alicia entrar toda desajeitada naquele elevador... Quando me dei conta do sentimento crescente por ela, adotei u...