Capítulo 1 - Voltando ao Passado

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Bom dia Ana, como passou a noite?

− Bem, obrigada por perguntar Senhorita Miller! Estive pensando durante a semana e....

Ana anda de um lado para o outro na cozinha demonstrando certa preocupação ao escolher as palavras corretas á me dizer.

− Gostaria de fazer a segunda parte da entrevista pelo olhar do Senhor Volkmer se não se importa. Acha que consegue descrever os fatos como se fosse ele propriamente dito falando?

− Certamente Ana! Conheço Apollo como a palma de minha mão e creio eu que não terei problema em relatar a maneira como pensava. – Digo lembrando de seu sorriso maquiavélico quando me perseguia dia e noite sem cansar e sinto enorme vontade de rir com tal lembrança.

− Certo! Só peço que inicie da parte em que paramos na semana passada, onde relatava a respeito de se sentir surpresa com o pedido de casamento de Benjamim.

Concordo com um balançar de cabeça enquanto a mulher a minha frente se ajeita cruzando as pernas e colocando seus óculos sobre os olhos, ao passo que sinto meu coração lentamente se apertando de tristeza.

Aproveito para me recostar confortavelmente em minha velha poltrona e retomo a história tentando ao máximo manter o controle para não chorar... Só que dessa vez com os olhos do Deus da Lua...

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Abro os olhos ao amanhecer e posso sentir a claridade do sol aquecendo e iluminando o interior do quarto onde dormimos juntos depois de nossa primeira noite de amor.

Levanto-me devagar tomando o cuidado para não despertar Alicia de seu sono profundo. Fecho a cortina e volto a deitar ao seu lado aproveitando a oportunidade para observar a linda mulher adormecida em minha cama.

Sua beleza é de aquecer o coração e penso comigo mesmo que sou o homem mais sortudo do universo e, embora eu tenha demorado até entender o sentido da vontade da vida, terei tempo o suficiente de corrigir todos os meus erros com minha pequena Senhorita Perfeita.

Ainda com os olhos fechados Alicia tateia a cama procurando algo e só após alguns segundos, percebo que ela procura por mim, pois se deita em meu peito e continua a dormir profundamente enquanto suspira.

Tiro uma mecha de seu cabelo do rosto colocando atrás da orelha e sorrio feliz ao saber que estava a minha procura.

Começo a refletir e formular uma espécie de diário mental em relação ao rumo que as coisas estão tomando em minha vida...

Na metade do ano de 2010, eu já havia aproveitado minha solidão ao extremo com a partida de Laura.

Definitivamente havia aprendido a lição e já não levava mais o receio em tentar ser feliz novamente. Sentia-me pronto para assumir um relacionamento com Alicia que era a deusa da perfeição, fazendo meus sentidos dispararem com seu lindo corpo e principalmente com seu instinto de me repelir na hora "H".

Já ouviram falar nessa palavrinha maldita "recusa" do verbo recusar? Eu melhor que ninguém sabia explicar de cor e salteado o poder que essa palavra de três sílabas exercia sobre mim.

A recusa da Senhorita Perfeita era o combustível que minha cabeça precisava para funcionar dia e noite criando situações de perseguição contra ela.

No início de nossa relação passageira, quanto mais ela me recusava, maior era o meu empenho em tê-la aos meus braços.

Conforme o tempo passou, já não conseguia ter o controle dos meus sentimentos indiscutivelmente confusos com esse amor. Estava completamente preso, atraído e disposto a conseguir estar ao seu lado todos os dias.

Amor Irreal: O RenascimentoOnde histórias criam vida. Descubra agora