Capítulo 11

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Logan deixou uma mensagem para Siberia em cima da mesa da cozinha, sugerindo que ela pegasse um táxi para o trabalho. Primeiro porque não queria ver o rosto da menina tão cedo; segundo porque tinha coisas mais importantes a resolver.

Aquela médium louca e cretina. Na noite anterior, Siberia o tinha feito acreditar que ela queria matá-lo. Por quê? Ela só podia ser doida mesmo.

Bem que Margaret Hall, a diretora do orfanato, havia avisado. Lindell era incapaz de sentir qualquer coisa: amizade, companheirismo, empatia. Ela era uma menina perdida e estragada para o mundo.

Aliás, tinha estragado tanta coisa que agora nem Savannah queria olhar para a cara dele. Logo a ruivinha, que sempre foi seu braço direito e sua melhor companheira de trabalho.

Strauss precisava recuperá-la e, pensando nisso, saiu de casa nas primeiras horas da manhã e foi ao Sleep Inn & Suites, o hotel onde a mulher estava hospedada.

Deu seu nome na recepção, esperou que contatassem Savannah e ouviu a contrariedade de Millers por trás da linha telefônica. Com muita má vontade, ela autorizou que ele se dirigisse à sua suíte, e assim ele fez.

Logan esperou pacientemente a subida do elevador e respirou fundo quando chegou ao andar desejado. Uma descarga de adrenalina percorreu seu corpo, e só então percebeu o tamanho da saudade que tinha.

Sentia falta não apenas de sua parceira nas investigações, como também da sua parceira em conversas e, principalmente, na cama.

As portas se abriram e revelaram uma Savannah desconfiada, encostada contra o batente da porta. Seus cabelos de fogo estavam desarrumados e seu corpo enrolado em um pequeno hobbie de seda.

- São seis e meia da manhã. – ela disse, mal-humorada. – Você por acaso caiu da cama ou algo assim?

- Eu não dormi. – respondeu, colocando as mãos nos bolsos da calça jeans.

A ruiva rolou os olhos, incrédula, e fez sinal para que ele entrasse no quarto que tinha alugado.

O aposento era sóbrio e espaçoso. Tinha uma pequena sala, uma cozinha, banheiro e quarto. Para Savannah, aquilo era mais do que suficiente para a temporada de investigações de Winchester.

- E então? – ela perguntou, fechando a porta por trás de si. – Em que posso ajudar?

- Savie... – Strauss começou com a voz mansa.

Sempre que ele utilizava aquele apelidinho, era porque queria apelar para seu lado emocional para conseguir alguma coisa. A mulher já tinha caído nessa armadilha várias e várias vezes, mas estava zangada demais para se deixar levar.

- Logan, você pode dizer logo o que veio fazer aqui? Eu tenho que me arrumar para o serviço e tenho certeza que a sua puta particular está sentindo sua falta.

- Puta particular? – ele falou, meio irônico e meio divertido. – Savannah, você não pode estar falando sério.

- Ah, é mesmo? – ela cruzou os braços. Nesse momento, o contorno redondo dos seus seios ficou evidente por dentro do hobbie. – Então me explique por favor, detetive, porque parece estar havendo um mal entendido... Eu te enviei para o condado de Sussex para que você trouxesse uma parapsicóloga forense. Uma médium velha e experiente conhecida como Madame Viviette. Confere? – ele abriu um sorriso debochado, e então fez sinal para que ela proseguisse. – Você passa uma semana em uma cidade esquecida por Deus e volta com uma ninfeta semi-nua. E ainda quer me convencer de que ela é a tal médium.

Caçadora de CorposOnde histórias criam vida. Descubra agora