A falta que você me faz

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Na semana seguinte na escola, fiquei tão longe de Chris quanto possível. Foi difícil e eu sentia sua falta o tempo todo, mas acabara admitindo que não conseguiria estar apaixonada e atingir meus objetivos ao mesmo tempo. A única maneira de voltar á minha rotina era desistindo dele. Lucy foi legal, perdou-me completamente por ter gritado com ela a propósito do baile.

Todos os dias ela ficava esperando comigo, mantendo-me ocupada até que Chris saísse da sala depois da aula de física e na natação, decidi permanecer no vestiário até que o treinador August apitasse para começar. Eu realmente me concentrei na natação. Com freqüência ficava depois do treino para praticar um pouco mais. Para ser bem honesta, o fato de nadar até mais tarde em parte era porque queria evitar Chris. Mas principalmente queria provar para o treinador August e pra mim mesma que estava preparada para a competição regional. Uma noite tive um sonho muito estranho Chris e eu estávamos nas regionais, mas eu competia pela modalidade de nado de peito em vez de nado livre, e ele simplesmente não estava nadando tinha vindo para competir como mergulhador ele deu alguns saltos-mortais no ar e mergulhou em seguida, cortando a água com perfeição a poucos passos da raia onde eu nadava. Contudo a água não estava clara e azul brilhante, mas barrenta e sinistra como a de um rio quando ele mergulhou, ela se fechou em volta de seu corpo como uma anêmona marinha bolhas sujas começaram a surgir na superfície e o público aplaudiu no meio da competição, parei e fui nadando cachorrinho até o lugar onde ele entrara na água, com receio de que tivesse se afogado. Porém percebi que ele conseguira sair quando ouvi sua voz me chamando do deque.

Acordei em pânico, chutando as cobertas porque tinha desistido da competição e ido embora falei com minha mãe sobre isso na hora do café naquela manha. Ela parecia achar que era um sonho fácil de interpretar.

__ Ana, você esta se afundando no meio de toda a pressão que anda sofrendo – disse ela.

__ Quem é você para falar em pressão ? – perguntei, encarando-a incrédula, jogando minha raiva para fora. – Você é que está sempre me pressionando para tirar boas notas e ganhar uma bolsa de estudos na natação para que eu possa ir para a faculdade – continuei fervendo de raiva. – Não quer que eu tenha minha própria vida. Você nem mesmo me deixa namorar ! - Estava assustada com o tom de raiva em minha voz, mas não conseguia parar as comportas se abriram e não havia nada que eu pudesse fazer para fecha-las. - Não posso fazer tudo que você quer ! – gritei com ela, com a voz sufocada. – Não posso conseguir ótimas notas! Nunca vou ser uma nadadora olímpica!

De repente a raiva passou e a tristeza tomou seu lugar antes que me desse conta, as lágrimas começaram a rolar pela face e o peito doía com os soluços abafados.

- Não posso viver a sua vida, mamãe – murmurei. – Não posso realizar seus sonhos.

O rosto de minha mãe estava angustiado e, quando se levantou da cadeira fiquei com medo que fosse sair da cozinha mas não o fez ela se aproximou, abraçou-me e me embalou com carinho. Não tenho idéia de quanto tempo ficamos lá abraçadas ainda de roupão apenas sabia que estava me sentindo bem em seus braços, como se fosse as garotinha outra vez.

__ Desculpe-me Ana ! – disse ela finalmente, ao se separar e pelos sinais de seu rosto pude perceber que estivera chorando também. – Apenas queria proteger você queria evitar que cometesse os mesmos erros que eu mas sei que não posso tenho de deixá-la crescer - Meus olhos se encheram de lágrimas novamente, quando ela tirou meus cabelos da testa e os puxou para trás. - Ás vezes é difícil saber como amar alguém – disse ela, em voz baixa. – É difícil saber quando e como dar liberdade. - Ao ouvir isso, compreendi que ela não estava falando de Chris.

Três dias antes do baile do terceiro e quarto anos, Rick telefonou e me convidou para ir com ele, como amiga.

__ Isto é, se você já não estiver comprometida com Sherpherd – disse ele, como se as noticia de nossa separação não tivesse se espalhando pela escola toda.

Meu primeiro namoradoOnde histórias criam vida. Descubra agora