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A chuva de verão pegou eles no meio do caminho.

- Ahh - disse Carlos - quem entende esse país, uma hora esta quente o sol brilhando e na outra isso!

- Para de reclamar da chuva - disse Verônica - Você não é feito de açúcar não vai derreter.

- A gente ja ta quase chegando não precisa apavorar. - disse Douglas.

- Realmente - disse Carlos - Nao preciso apavorar a gente ja ta quase chegando vamos sair dessa chuva pra enfrentar um demônio comedor de essências, tranquilo.

Finalizou fazendo um sinal de positivo com ambas as mãos.

Cristian que ia na frente não havia falado nada desde que haviam saído de sua casa, nessa hora ele virou o rosto para o lado e disse:

- Não precisa vir se quiser, voce não é obrigado.

Carlos pareceu meio sem graça.

- Não... Eu, só estava brincando.

Cristian não respondeu nada e continuou a andar, dessa vez mais depressa.

Carlos ficou cabisbaixo e Veronica chegou mais próximo dele para reconforta-lo . Douglas andou mais depressa e emparelhou ao lado de Cristian.

- Não precisa agir assim - disse - Voce sabe que o Carlos é desse jeito.

Cristian olhou para ele. Os cabelos negros molhados grudados na cabeça e expressão selvagem no rosto o deixava com a aparência de um herói das histórias medievais.

- Só vamos acabar logo com isso. - disse.

Eles andaram depressa pelas ruas vazias por causa da chuva. Carlos que havia falado bastante desde que haviam saído da casa de Cristian ficou quieto o resto do caminho, o que era uma coisa estranha, ainda mais para Douglas que estava acostumado com o amigo sempre falante.

Logo eles chegaram a mansão abandonada. Cristian puxou uma parte da cerca e segurou para que os outros passassem.

- Vão entrem depressa.

Pelo lado de dentro Douglas segurou a cerca e Cristian entrou por último. Juntos os quatro então olharam para a mansão. As janelas caídas e os matos crescidos enroscados nas paredes davam uma aparência tenebrosa ao lugar junto ainda com rabiscos e pichações nas paredes e a chuva que molhava e escurecia tudo.

Um trovão soou e como se aquele fosse um sinal de largada de uma corrida os quatro correram para a varanda da casa. Ja fora da chuva eles analisaram as roupas molhadas.

- Ja sinto o resfriado chegando. - disse Carlos.

Douglas sentiu uma espécie de alivio por ouvir a voz dele de novo.

Veronica juntou os cabelos na mão e torceu, deles saíram agua suficiente pra fazer uma sopa.

- Nossa - disse ela - Quase nem molhei.

Carlos balançou a cabeça.

- Imagina.

Douglas passou a mão na cabeça e sentiu que seus cabeços crespos curtos ja não estavam muito molhados.

- O meu ja secou praticamente. - disse - Aposto que estão com inveja do meu cabelo.

- Inveja nada - disse Carlos que também tinha o cabelo curto - O meu secou até antes do seu.

- Impossível.

A discussão deles foi interrompida pelo barulho da porta da casa sendo aberta por Cristian que parecia não se importar nem um pouco com roupas ou cabelos molhados.

Sangue NegroOnde histórias criam vida. Descubra agora