Sangue Negro

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          "Porque a alma do animal é minha

          E o mundo ao redor nunca ouvirá seu choro

          Um crime maldito

          E agora, nós devemos jantar

          No inferno esta noite!"

                              The Animal - Disturbed

Douglas caminhava sozinho pela rua escura. Não sentia nada, frio, calor, fome, sede, coragem ou medo. Só tinha um sentimento. Vingança.

Haviam se passado dois dias desde o velório de Carlos, ele não havia falado com ninguém desde que viu o corte no braço de Verônica, ficou aqueles dois dias inteiros trancado em seu quarto só com seus pensamentos.

Sua mãe tentou o tirar de lá, leva-lo em um médico mas ele resistiu, ficou lá todo o tempo e só havia saído agora. Ninguém em casa o viu sair e ele em nenhum momento se importou em avisar.

Todo aquele tempo pensando o fez ver tudo com clareza. Precisava matar o demônio, não importava se fosse a ultima coisa que ele ia fazer na vida, ele o iria matar, ia ter sua vingança. E se ele tinha se apossado mesmo do corpo de Verônica - e aquele tempo pensando também o fez acreditar que aquilo era verdade - então ela iria morrer também.

Antes de sair de casa ele havia mandado uma mensagem para Cristian e Verônica combinado de se encontrar com os dois em frente a igreja, queria esclarecer tudo de uma vez, terminar tudo naquela noite.

Virou a esquina da rua da igreja e logo viu o vulto de uma pessoa parada no meio da rua, de longe viu que era Cristian que olhava distraído para a torre da igreja.

Douglas chegou perto e ele se assustou.

- Não vi você chegando. - disse ele, olhou bem em seu rosto e franziu as sobrancelhas. - O que aconteceu, você sumiu por dois dias, cortou contato com todo mundo, o que você pretende agora?

- Eu quero terminar logo com isso Cristian, acabar com todo esse inferno de uma vez!

Cristian permanecia calmo.

- E como você pretende fazer isso?

Douglas olhou em volta, tudo estava silencioso e normal até o momento.

- Eu também chamei Verônica para vir aqui.

Agora Cristian pareceu um pouco preocupado.

- Verônica, você acha que ela... - ele não conseguiu terminar a frase.

Douglas pegou sua lâmina na mão.

- Se for ela a gente vai descobrir hoje, e se não for eu vou caçar esse maldito demônio até poder enfiar essa lâmina o mais fundo possível naquilo que ele chama de coração.

Cristian perceber todo o ódio na voz dele e se afastou um pouco.

- E como você vai descobrir se a Verônica é ou não?

Quando Douglas ia falar foi interrompido pela a própria que chegou.

- Oi! - disse ela que parecia estar um pouco melhor desde a morte de Carlos - Cheguei atrasada?

Os olhares tensos caíram sobre ela que logo percebeu o clima.

- O que foi?

Douglas deu dois passos em sua direção. Cristian pareceu se preparar para fazer qualquer coisa dependendo do que acontecesse ali.