That Girl || Maloley

18. Jealous

Tina limpava a boca de Nate, e o pano ia cada vez se manchando mais de vermelho.

-você está bem?

-eu deveria estar perguntando isso. -disse fria

-o que você tem?

Causava raiva nela, não queria se envolver com Nate por isso. Ela se sentia culpada por ter feito os amigos brigarem. E agora limpava o sangue que pensa ter derramado.

-Valentina, o que você tem? -perguntou novamente quando ela não respondeu

-quero terminar. -ela sussurrou

-que? -ele quase gritou

-você ouviu!

-eu quero que você olhe para mim, e repita calmamente.

-eu quero terminar!

-não acredito em você!

-Nate, é melhor...

-melhor? Melhor para quem? -ele a interrompeu

-todo mundo

-você vem com essa conversa de que quer terminar porque é melhor, e espera que eu acredite em você?

-o que você quer que eu diga? -falou irritada

-quero que você me diga o porquê!

-porque eu não quero que você se afaste do seu melhor amigo por minha causa!

-Sammy? -perguntou retoricamente

-quem mais?

-você quer terminar comigo, por causa do Samuel?

-não, é pela sua amizade!

Ele suspirou pesadamente.

-por quê?

-Nathan, você bateu no seu melhor amigo que conhece você desde criança, por uma namorada que praticamente acabou de conhecer!

-não, eu bati no meu melhor amigo porque ele estava desrespeitando a garota que eu gosto, por causa da merda de egoísmo dele!

-não vejo a situação assim!

-como você disse, ele é meu amigo, e deveria ficar feliz com isso, porque eu estou feliz!

Ela apenas assentiu em silêncio sem se convencer. Estava ficando tarde, Tina se levantou e pegou suas coisas.

-achei que ia dormir aqui!

-não, vou para casa.

-quer que eu te deixe lá?

-não.

-mas...

-não! -ela repetiu interrompendo-o

Nate apenas assentiu, dando o espaço que ela precisava para organizar as ideias. Ela pegou um táxi e foi para casa.

(...)

Era tarde já, e Tina estava na casa dos Jack's.

-Nate ficou muito feio? Além do que ele já é, claro! -J revirou os olhos

-só alguns arranhões, pouca coisa.

-por que pouca coisa? Você arranha mais ele do que o Sammy? -J olhou para ela malicioso

-não sou dessas!

-briga de shipp, gostei! Vou até fazer pipoca.

-eu quero!

-você é a protagonista, não pode comer pipoca!

-deixa de ser idiota, e faz logo pipoca para mim! -ele revirou os olhos

Fizeram pipoca e voltaram para seus lugares no sofá.

-quase terminamos. -falou aleatória

-como assim? -J que prestava atenção no filme se voltou para ela

-eu falei que queria terminar, -deu de ombros -mas acho que demos um tempo. Pelo menos é o que eu penso!

-por quê? Nem começaram a namorar direito!

-exato, se mal começamos e já está dando errado, o melhor a fazer seria terminar logo.

-discordo!

-vocês não estão me entendendo!

-ótimo, então explica, porque eu não vi nada errado!

-eu não irei ficar com o Nate, e deixar que ele perca o amigo!

-de quem estamos falando?

-Samuel, talvez? -disse como se fosse óbvio, porque era

-você só pode estar brincando!

-Johnson! -chamou-o irritada -Ele bateu no melhor amigo!

-Sammy também bateu nele!

-por minha causa, e eu me sinto culpada!

-por que ele defendeu a namorada? -J olhou estranhando -Sammy não tem direito de dizer o que quiser de você! Nós dois sabemos disso.

-nós dois sabemos que eu e Samuel não nos suportamos!

-tudo bem, vocês tem o direito de se odiar. Mas vocês precisam se respeitar!

-eu não o odeio.

-que seja. Eu não gostava da Madison, e nem por isso Jack bateu em mim por isso! Porque eu a respeitava.

Ela assentiu mas continuou em silêncio.

-ele não esqueceu, Jack. Ele me lembra toda vez que pode, e faz eu me culpar. Faz parecer pior para ele do que para mim, como se a dor dele tivesse sido pior que a minha. Não é verdade, você sabe disso, não é?

-você não tem culpa, só foi ingênua. E sabe, ele não saiu dessa bem também!

Ele aguardou um pouco, lembrando aqueles tempos.

-eu não sei se ele te amou, mas ele gostava muito de você. Não é como se ele tivesse sofrido mais ou menos, mas ele quis te ajudar.

Ela riu sarcástica, sem acreditar em J.

-então por que ele não ajudou?

-não sei, talvez ele sentisse que seria pior.

-pior? -olhou-o incrédula -Pior como?

-já parou para pensar no que aconteceria se ele tentasse pedir desculpas e te apoiar, quando você não queria ouvir o nome dele?

-pelo menos teria tentado!

-Valentina, seja sensata! Você não ia desculpar, não ia adiantar porra nenhuma!

Ela ficou em silêncio, refletindo.

-já parou para pensar que eu tinha a merda do meu namorado que me traiu, a porra da minha mãe que ficaria a sete palmos do chão, o filho da puta do meu pai que parecia inexistente, e o fato de ser menor de idade? -perguntou retórica

J não tinha a intenção, mas viu quando a solitária lágrima escorria do olho dela.

-por que J? Por que ele não pode deixar eu ter uma relação com Nate em paz?

-ciúmes talvez

-do Nate?

-ciúmes de você, Tina!