Comensal-rei - Fruto da alquimia das trevas. Besta hexápode e necrófaga, com cerca de 14 cascos de comprimento. Tem pelo cinza-escuro ou preto, desgrenhado. Tem uma cauda pesada, em formato de maça, que é usado tanto para chicotear quanto para botar ovos, através de uma glândula. Agressivo e perigoso. Possui um par de presas que usa para retalhar e manipular a comida. Pesa entre 400 e 5000 varós. Seus ovos eclodem após períodos muito curtos, e os pequenos comensais recém-nascidos passam a servir o comensal-rei, trazendo-o comida. Embora o adulto se alimente de cadáveres, os filhotes têm preferência por carne fresca e são perigosos atacando em grupo.
28º dia do mês Cerúleo de X206
Finalmente chegara em Smaragdina novamente. Era fim da tarde e o céu estava todo alaranjado e rosa por conta do pôr-do-sol. A imponente muralha de pedras cor de areia que circundavam a capital do reino Smaragdina, agora por conta da luz, se tornava tão cor-de-cenoura quanto o restante do cenário. A cidade de Conditoris continuava viva e agitada quanto em qualquer outro dia, podendo se distinguir na rua sons de cães latindo, de feirantes anunciando legumes em promoção e de pessoas conversando, assim como som de rodas de carruagens contra as ruas de pedra e música ao vivo pelos artistas urbanos.
Marv puxou a cortina e observou através do vidro da janela de seu quarto, no primeiro andar da mansão de Johander. Observou enquanto o portão preto se abria e Drika entrava por ele. Finalmente ela voltou, pensou em voz alta. Sentira falta dela, embora houvesse visto ela ainda três dias atrás, antes de ele sair em uma missão.
Johander era rico e influente na cidade, e bem discreto também. Tinha uma loja de antiguidades no centro e era investidor em outros negócios, tanto de especiarias quanto em bares, mas isso apenas na fachada. Grande parte dos seus lucros e da fama que seu nome carregava era devido aos negócios do submundo de Conditoris. Sua mansão era também o covil de vários mercenários, ladrões e assassinos de aluguel, que trabalhavam a seu serviço. A Fortaleza dos Venais operava ali secretamente. Marv e Drika eram apenas uns dos vários naquele lugar.
Entretanto, diferente dos outros, ele já estavam à disposição de Johander desde criança. Marv tinha 13 anos quando Drika passou a morar na mansão. Por serem as únicas crianças naquele ambiente de assassinos e ladrões, acabaram crescendo juntos e se tornando bem próximos. Drika o considerava seu melhor amigo e Marv confiava sua vida na caçadora de bestas. Treinavam juntos na sala de exercícios e cada um conhecia bem até onde ia a força dos outros. Inicialmente, iam em várias missões juntos, mas isso se tornou cada vez mais raro conforme ele se especializou na arte da furtividade e falsificação. Já ela, na caça de bestas.
Sentia um pouco de falta dos velhos tempos, embora mesmo assim eles compartilhassem cada aventura um com o outro quando se encontravam na mansão e continuassem a treinar juntos. Se olhou no espelho e penteou seu cabelo castanho cacheado. Usava uma calça vinho, uma camiseta listrada branca e preta e luvas sem dedos. Terminou se ajeitar o cabelo e colocou um chapéu preto. Saiu do seu quarto e desceu os degraus da escada até o térreo, onde pode ouvir Drika e Johander conversando em seu escritório.
- Entendo. Fez um ótimo trabalho, minha querida. – Johander era magro e esguio, alto, tinha cabelos longos e escuros, mas tinha olhos dourados e cruéis. Ele se sentou sob a mesa e segurou o rosto de Drika com a mão, forçando-a a olhar direto para ele – Mas não se esqueceu do nosso trato, não é?
- Não, não esqueci. – ela tentou virar o rosto, mas ele não permitiu.
- Ótimo. Gosto assim – soltou o rosto da garota de cabelos brancos e beijou os dedos de sua mão – Pode ir agora, tenho uma reunião com Brian. Depois cuidamos do dinheiro.
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A Caçadora de Bestas
FantasyOs pais de Drika Salvatore foram mortos por um monstro gigante. Ela cresceu sozinha no pântano branco. Com 19 anos, ela se tornou A Matadora de 100 Bestas. Drika é bela, ágil e letal. A verdadeira Caçadora de Bestas. O que ela não sabe ainda...