A Caçadora de Bestas

Capítulo 03

Salamandra-de-fogo - espécie grande de salamandra, sua pele é negra e porosa com manchas alaranjadas, costumam aparecer depois de chuvas fortes. São resistentes​ à chamas e venenosas. São encontradas em áreas quentes e os adultos botam seus ovos próximos do fogo. Sua atividade é predominantemente noturna. Tem um metabolismo muito lento, ficando semanas sem ingerir nenhum alimento. Podem viver cerca de 50 anos. Sua dieta consiste de carniças, lesmas, aranhas e minhocas, mas ocasionalmente come aves e sapos. O adulto chega a atingir 2 cascos de altura, 10 cascos de comprimento e 50 varós de peso e quando irritados ou ameaçados por predadores maiores, acendem suas costas em chamas ardentes.

28º dia do mês Cerúleo de X206

Depois de toda aquela cena com Ricardo e Laya, Drika foi deitar. De início, planejou ir falar com Marv sobre a missão em dupla, mas não viu nenhuma luz saindo por baixo da porta do quarto, então imaginou que ou teria dormido ou saído e voltaria mais tarde. Então deitou e dormiu.
Na manhã seguinte, acordou e se trocou. Foi à cozinha, onde tomou o café da manhã. Depois, a caçadora subiu as escadas e bateu à porta do quarto de Marv. Ele abriu, meio sonolento e sem camisa. 

- Bom dia, flor do dia. – ela disse com ironia, mas notou os arranhões no peito magro e moreno do amigo, indicando andanças noturnas – Saiu durante a noite? 

- Oi, moça. – ainda estava meio desorientado – Sim, estava seguindo uns caras no telhado e me machuquei, mas nada grave. Enfim, precisa de algo? 

- Bem, eu vim te convidar para fazer uma missão comigo, uma caça que o contratante exigiu dois atuantes. 

- Parece legal. Sobre o que se trata? 

- Alguns desaparecimentos na floresta Gasoil. Pode ser que tenha alguma besta envolvida. 

- Então precisamos investigar os desaparecimentos, achar os desaparecidos, se estiverem vivos, e matar a besta? 

- Basicamente. – ela sorriu – Bem fácil, não? 

- Depende do que você entende como fácil, não é? - disse, jogando as mãos para trás da cabeça.

- Tá, agora vai tomar um banho que você está precisando. Depois vá lá no mural e pegue o seu papel para entregarmos ao Johander. 

- Ei, sei que estou com cara de acabado não precisa magoar também. Okay, daqui a pouco vou lá. – e fechou a porta. 

Ainda faltava muito para o almoço, então Drika foi para o próprio quarto e ficou lendo um livro. Ela adorava o poder mágico das palavras. Ler, de certa forma, era libertador. Porém, os livros eram muito caros, o que a entristecia. Esse que estava lendo, em particular, havia sido um dos muitos presentes que Johander lhe dava. Ela era mimada por ele, sua preferida, e seria mentira dizer que não gostava da atenção extra, embora muitas vezes se sentisse sufocada. 

Mal leu 20 páginas e Marv bateu à sua porta, meio agitado. 

- O que foi? Aconteceu algo, mapache? 

- Sim. Eu não consigo encontrar o papel da missão. Acho que alguém já pegou. 

- O que? Isso é sério?