*Na mídia, a mulher do quadro*
~❤~
— O quê?! — Praticamente pulei do sofá. — Maldição? Profecia? Escolhida? — Repeti as palavras absurdas que Max havia dito.
— Eu sei que é muito para digerir de uma vez só. — Max chegou perto de mim colocou uma mão em meu ombro, tentando me acalmar. — Mas não há outra forma de fazê-la entender. Você não deve acreditar só no que seu olho pode ver, há uma imensidão de magia que você ainda não compreende.
— OK... — Me esquivei do Max andando um pouco para perto da porta. — Vocês são loucos. — Me virei pronta para correr porta afora. — Eu preciso ir embo... — Não consegui terminar minha frase, meus olhos se prenderam em um quadro que eu não havia notado.
Havia uma bela mulher estampada no mesmo. Seus cabelos eram longos e de um castanho mel, em suas costas pendiam grandes asas brancas brilhantes como de anjos, seus olhos de um castanho quase pretos, transmitiam esperança. E aqueles olhos me eram familiar.
Acordei do meu transe quando senti a mão de alguém em meu ombro. Eu tinha andado até o quadro e nem tinha percebido.
— Bonita, não? — Max perguntou com a mão ainda no meu ombro.
— Sim. — respondi hesitando, meus olhos ainda presos no quadro.
— Ah, essa é a Estela. Deusa das estrelas. Ela trazia luz ao nosso Reino, mas... — Chloe foi interrompida por Max que logo se desculpou.
— Me desculpe, Emma. Você deve estar bem confusa com tudo o que está acontecendo.
— Hmm, só um pouco. — Respondi irônica.
— Primeiramente, bem-vinda à Magic City. — disse Max com um sorriso nos lábios abrindo os braços como em um gesto de saudações de boas vindas. — Bem, como o nome já diz, aqui é um lugar mágico, onde só quem tem permissão de entrar são seres mágicos como nós. Mas infelizmente, estamos sendo extintos com a maldição que recaiu sobre o nosso Reino. Estela, Deusa das Estrelas e a mesma deste quadro, era quem trazia Luz ao nosso Reino. Mas um dia, ela foi a causa de toda nossa perdição. Ela foi morta, mas de acordo, com os pergaminhos antigos: Estela não morrera antes de ter sua filha, de alguma forma, ela conseguiu colocar a Princesa para o mundo Humano. Mas a Escolhida para acabar com a maldição retornaria e quebraria não só nosso destino cruel como o do mundo exterior, o mundo humano, que também corre perigo... — Quando Max notou minha expressão de "queria estar morta" ele parou a explicação. — Ah, eu sei que você não deve acreditar, você cresceu no mundo humano. Mas eu posso provar, pelo menos, parte do que eu disse, ok? — perguntou pausadamente, como se eu fosse um bichinho acuado.
— Ah, hmm... Bom, sabe o que é? Eu não vim aqui para saber do seu mundinho sobrenatural de contos de fadas. — dei ênfase à palavra "mundinho" com um sorriso de sarcasmo e continuei. — Eu só preciso voltar para a minha cidade, sabe? Lá em São Paulo. Então, se você me ajudar a sair daqui eu já agradeceria imensamente.
— Mas você não entende? Você não pode sair, você tem que nos ajudar. — Chloe parecia prestes a chorar.
Levantei as sobrancelhas surpresa, mas logo soltei um riso de deboche.
— Chloe, olha fico feliz que ainda acredite em fadas e em Deuses de não sei da onde, mas você não pode fazer com que as pessoas acreditem nessas loucuras. Eu tenho mais coisas com que me preocupar, sabe? — Falei secamente, como se não estivesse assustada com tudo isso.
— Eu vou provar para você. Só fique quieta, sim? — Disse Max em uma pergunta retórica, ríspido.
Eu fiquei quieta não porque realmente achava que aquilo fosse verdade. Mas porque estava com um pouco de medo do olhar ameaçador que o Max trazia em seu rosto, mesmo aparentando ter uns cinquenta anos.
O mesmo pegou uma faca grande em uma gaveta na sua mesa, e eu dei um passo para trás. Por que ele guardava uma faca na gaveta do "escritório"? Boa coisa não podia ser.
Ele apontou a faca para o próprio pulso e eu engoli em seco. Uma grande ferida já se abria no mesmo, e ele não parava rasgando o pulso de fora a fora.
— Pare, por favor, o que você está fazendo? — perguntei gaguejando, com a voz transparecendo medo de repente.
Ele tirou a faca do pulso que pingava sangue, embaixo de seu braço já se via uma poça do líquido vermelho. Max com toda a calma do mundo chamou por Chloe.
Chloe parecendo nem um pouco assustada com toda a cena, andou em direção a Max e envolveu os braços dele em suas pequenas mãos.
Tudo ficou em silêncio durante alguns segundos, até que da mão da Chloe — Acredite se quiser — saiu uma luz branca envolvendo a ferida exposta de Max. Chloe tinha os olhos fechados e um pequeno sorriso nos lábios, parecendo que fez aquilo a vida inteira.
Ela parou abruptamente e deu um passo para trás.
Aquilo era impossível!
Max estendeu seu braço e nele já se via sua pele lisa como se nada tivesse acontecido. A única prova de que ele realmente havia se ferido, era o sangue derramado no chão.
Meus olhos estavam arregalados e minha boca aberta em completo sinal de incredulidade. Eles estavam mesmo falando a verdade ou eu também havia ficado maluca?
— Vê, Emma? Não tem com o que se preocupar. É tudo verdade. A Chloe é uma ninfa com poder de cura e outras coisas. — Falou Max calmamente.
Me joguei em uma poltrona que estava atrás de mim. Eu estava completamente confusa. Mas parando para pensar em tudo que havia acontecido hoje: O suicídio da menina, o homem sugando sua vida, os elásticos nas pessoas, as luzes, essa Cidade que parecia ter surgido do nada e, por fim, isso.
— Hmm, eu acho que preciso de um tempo para raciocinar tudo isso. — Eu murmurei me encolhendo na poltrona. — Mas me diga uma coisa, por favor? Quem é mesmo aquela mulher no quadro?
Repousei meus olhos novamente na mulher, me passava muita calma. Como se os olhos dela estivessem me hipnotizando.
— A Deusa das Estrelas, Estela. Sem ela nosso mundo é sem vida, por isso, nosso mundo foi amaldiçoado, está tudo caindo aos pedaços, muita gente está morrendo, não temos mais suprimentos e nem mesmo podemos sair daqui. — Chloe estava cabisbaixa.
— Como eu entrei, então? — perguntei.
— Como eu disse, Estela mandou sua única filha para o mundo humano. Os pergaminhos dizem que só a Escolhida, filha da Rainha, poderia trazer luz ao nosso Reino novamente e enfrentar nosso inimigo: Grangover. — Max explicou.
— Você ainda não respondeu minha pergunta. — Eu disse.
— Você é a escolhida, Emma. Filha de Estela, Deusa das Estrelas, a Rainha. — Disse-me Max calmamente.
~~to be continued
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No abismo da loucura (Reescrevendo)
FantasíaEmma acorda em mais um dia monótono de sua tediosa vida. No entanto, depois de presenciar um suicídio ela descobre que não vive em um mundo normal e que seu passado lhe esconde muita coisa. Só ela é capaz de quebrar a maldição deixada por um inimigo...